|
Capيtulo 1
1. No princيpio, Deus criou os céus e a terra.
2. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o
Espيrito de Deus pairava sobre as لguas.
3. Deus disse: "Faça-se a luz!" E a luz foi feita.
4. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas.
5. Deus chamou à luz DIA, e às trevas NOITE. Sobreveio a tarde e
depois a manhم: foi o primeiro dia.
6. Deus disse: "Faça-se um firmamento entre as لguas, e separe
ele umas das outras".
7. Deus fez o firmamento e separou as لguas que estavam debaixo
do firmamento daquelas que estavam por cima.
8. E assim se fez. Deus chamou ao firmamento CةUS. Sobreveio a
tarde e depois a manhم: foi o segundo dia.
9. Deus disse: "Que as لguas que estمo debaixo dos céus se
ajuntem num mesmo lugar, e apareça o elemento لrido." E assim se fez.
10. Deus chamou ao elemento لrido TERRA, e ao ajuntamento das
لguas MAR. E Deus viu que isso era bom.
11. Deus disse: "Produza a terra plantas, ervas que contenham
semente e لrvores frutيferas que dêem fruto segundo a sua espécie e o
fruto contenha a sua semente." E assim foi feito.
12. A terra produziu plantas, ervas que contêm semente segundo a
sua espécie, e لrvores que produzem fruto segundo a sua espécie,
contendo o fruto a sua semente. E Deus viu que isso era bom.
13. Sobreveio a tarde e depois a manhم: foi o terceiro dia.
14. Deus disse: "Façam-se luzeiros no firmamento dos céus para
separar o dia da noite; sirvam eles de sinais e marquem o tempo, os dias
e os anos,
15. e resplandeçam no firmamento dos céus para iluminar a terra".
E assim se fez.
16. Deus fez os dois grandes luzeiros: o maior para presidir ao
dia, e o menor para presidir à noite; e fez também as estrelas.
17. Deus colocou-os no firmamento dos céus para que iluminassem a
terra,
18. presidissem ao dia e à noite, e separassem a luz das trevas.
E Deus viu que isso era bom.
19. Sobreveio a tarde e depois a manhم: foi o quarto dia.
20. Deus disse: "Pululem as لguas de uma multidمo de seres vivos,
e voem aves sobre a terra, debaixo do firmamento dos céus."
21. Deus criou os monstros marinhos e toda a multidمo de seres
vivos que enchem as لguas, segundo a sua espécie, e todas as aves
segundo a sua espécie. E Deus viu que isso era bom.
22. E Deus os abençoou: "Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos,
e enchei as لguas do mar, e que as aves se multipliquem sobre a terra."
23. Sobreveio a tarde e depois a manhم: foi o quinto dia.
24. Deus disse: "Produza a terra seres vivos segundo a sua
espécie: animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo a sua
espécie." E assim se fez.
25. Deus fez os animais selvagens segundo a sua espécie, os
animais domésticos igualmente, e da mesma forma todos os animais, que se
arrastam sobre a terra. E Deus viu que isso era bom.
26. Entمo Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem e
semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus,
sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os
répteis que se arrastem sobre a terra."
27. Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus,
criou o homem e a mulher.
28. Deus os abençoou: "Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos,
enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as
aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra."
29. Deus disse: "Eis que eu vos dou toda a erva que dل semente
sobre a terra, e todas as لrvores frutيferas que contêm em si mesmas a
sua semente, para que vos sirvam de alimento.
30. E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus, a
tudo o que se arrasta sobre a terra, e em que haja sopro de vida, eu dou
toda erva verde por alimento." E assim se fez.
31. Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom.
Sobreveio a tarde e depois a manhم: foi o sexto dia.
Capيtulo 2
1. Assim foram acabados os céus, a terra e todo seu exército.
2. Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito,
descansou do seu trabalho.
3. Ele abençoou o sétimo dia e o consagrou, porque nesse dia
repousara de toda a obra da Criaçمo.
4. Tal é a histَria da criaçمo dos céus e da terra.
5. No tempo em que o Senhor Deus fez a terra e os céus, nمo
existia ainda sobre a terra nenhum arbusto nos campos, e nenhuma erva
havia ainda brotado nos campos, porque o Senhor Deus nمo tinha feito
chover sobre a terra, nem havia homem que a cultivasse;
6. mas subia da terra um vapor que regava toda a sua superfيcie.
7. O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e
inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser
vivente.
8. Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no ةden, do lado
do oriente, e colocou nele o homem que havia criado.
9. O Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de لrvores, de
aspecto agradلvel, e de frutos bons para comer; e a لrvore da vida no
meio do jardim, e a لrvore da ciência do bem e do mal.
10. Um rio saيa do ةden para regar o jardim, e dividia-se em
seguida em quatro braços:
11. O nome do primeiro é Fison, e é aquele que contorna toda a
regiمo de Evilat, onde se encontra o ouro.
12. (O ouro dessa regiمo é puro; encontra-se ali também o bdélio
e a pedra ônix.)
13. O nome do segundo rio é Geon, e é aquele que contorna toda a
regiمo de Cusch.
14. O nome do terceiro rio é Tigre, que corre ao oriente da
Assيria. O quarto rio é o Eufrates.
15. O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do ةden
para cultivل-lo e guardل-lo.
16. Deu-lhe este preceito: “Podes comer do fruto de todas as
لrvores do jardim;
17. mas nمo comas do fruto da لrvore da ciência do bem e do mal;
porque no dia em que dele comeres, morrerلs indubitavelmente.”
18. O Senhor Deus disse: “Nمo é bom que o homem esteja sَ; vou
dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada.”
19. Tendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais
dos campos, e todas as aves dos céus, levou-os ao homem, para ver como
ele os havia de chamar; e todo o nome que o homem pôs aos animais vivos,
esse é o seu verdadeiro nome.
20. O homem pôs nomes a todos os animais, a todas as aves dos
céus e a todos os animais dos campos; mas nمo se achava para ele uma
ajuda que lhe fosse adequada.
21. Entمo o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; e
enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu
lugar.
22. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma
mulher, e levou-a para junto do homem.
23. “Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a
carne de minha carne; ela se chamarل mulher, porque foi tomada do homem.”
24. Por isso o homem deixa o seu pai e sua mمe para se unir à sua
mulher; e jل nمo sمo mais que uma sَ carne.
25. O homem e a mulher estavam nus, e nمo se envergonhavam.
Capيtulo 3
1. A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos
que o Senhor Deus tinha formado. Ela disse a mulher: ة verdade que Deus
vos proibiu comer do fruto de toda لrvore do jardim?”
2. A mulher respondeu-lhe: Podemos comer do fruto das لrvores do
jardim.
3. Mas do fruto da لrvore que estل no meio do jardim, Deus disse:
Vَs nمo comereis dele, nem o tocareis, para que nمo morrais.”
4. “Oh, nمo! – tornou a serpente – vَs nمo morrereis!
5. Mas Deus bem sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos
olhos se abrirمo, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal.”
6. A mulher, vendo que o fruto da لrvore era bom para comer, de
agradلvel aspecto e mui apropriado para abrir a inteligência, tomou
dele, comeu, e o apresentou também ao seu marido, que comeu igualmente.
7. Entمo os seus olhos abriram-se; e, vendo que estavam nus,
tomaram folhas de figueira, ligaram-nas e fizeram cinturas para si.
8. E eis que ouviram o barulho (dos passos) do Senhor Deus que
passeava no jardim, à hora da brisa da tarde. O homem e sua mulher
esconderam-se da face do Senhor Deus, no meio das لrvores do jardim.
9. Mas o Senhor Deus chamou o homem, e disse-lhe: “Onde estلs?”
10. E ele respondeu: “Ouvi o barulho dos vossos passos no jardim;
tive medo, porque estou nu; e ocultei-me.”
11. O Senhor Deus disse: “Quem te revelou que estavas nu? Terias
tu porventura comido do fruto da لrvore que eu te havia proibido de
comer?”
12. O homem respondeu: “A mulher que pusestes ao meu lado
apresentou-me deste fruto, e eu comi.”
13. O Senhor Deus disse à mulher: Porque fizeste isso?” “A
serpente enganou-me,– respondeu ela – e eu comi.”
14. Entمo o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso,
serلs maldita entre todos os animais e feras dos campos; andarلs de
rastos sobre o teu ventre e comerلs o pَ todos os dias de tua vida.
15. Porei َdio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a
dela. Esta te ferirل a cabeça, e tu ferirلs o calcanhar.”
16. Disse também à mulher: Multiplicarei os sofrimentos de teu
parto; darلs à luz com dores, teus desejos te impelirمo para o teu
marido e tu estarلs sob o seu domيnio.”
17. E disse em seguida ao homem: “Porque ouviste a voz de tua
mulher e comeste do fruto da لrvore que eu te havia proibido comer,
maldita seja a terra por tua causa. Tirarلs dela com trabalhos penosos o
teu sustento todos os dias de tua vida.
18. Ela te produzirل espinhos e abrolhos, e tu comerلs a erva da
terra.
19. Comerلs o teu pمo com o suor do teu rosto, até que voltes à
terra de que foste tirado; porque és pَ, e pَ te hلs de tornar.”
20. Adمo pôs à sua mulher o nome de Eva, porque ela era a mمe de
todos os viventes.
21. O Senhor Deus fez para Adمo e sua mulher umas vestes de peles,
e os vestiu.
22. E o Senhor Deus disse: “Eis que o homem se tornou como um de
nَs, conhecedor do bem e do mal. Agora, pois, cuidemos que ele nمo
estenda a sua mمo e tome também do fruto da لrvore da vida, e o coma, e
viva eternamente.”
23. O Senhor Deus expulsou-o do jardim do ةden, para que ele
cultivasse a terra donde tinha sido tirado.
24. E expulsou-o; e colocou ao oriente do jardim do ةden
querubins armados de uma espada flamejante, para guardar o caminho da
لrvore da vida.
Capيtulo 4
1. Adمo conheceu Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz Caim,
e disse: “Possuي um homem com a ajuda do Senhor.”
2. E deu em seguida à luz Abel, irmمo de Caim. Abel tornou-se
pastor e Caim lavrador.
3. Passado algum tempo, ofereceu Caim frutos da terra em oblaçمo
ao Senhor.
4. Abel, de seu lado, ofereceu dos primogênitos do seu rebanho e
das gorduras dele; e o Senhor olhou com agrado para Abel e para sua
oblaçمo,
5. mas nمo olhou para Caim, nem para os seus dons. Caim ficou
extremamente irritado com isso, e o seu semblante tornou-se abatido.
6. O Senhor disse-lhe: “Por que estلs irado? E por que estل
abatido o teu semblante?
7. Se praticares o bem, sem dْvida alguma poderلs reabilitar-te.
Mas se precederes mal, o pecado estarل à tua porta, espreitando-te; mas,
tu deverلs dominل-lo.”
8. Caim disse entمo a Abel, seu irmمo: “Vamos ao campo.” Logo que
chegaram ao campo, Caim atirou-se sobre seu irmمo e matou-o.
9. O senhor disse a Caim: “Onde estل seu irmمo Abel?" – Caim
respondeu: “Nمo sei! Sou porventura eu o guarda do meu irmمo?”
10. O Senhor disse-lhe: “Que fizeste! Eis que a voz do sangue do
teu irmمo clama por mim desde a terra.
11. De ora em diante, serلs maldito e expulso da terra, que abriu
sua boca para beber de tua mمo o sangue do teu irmمo.
12. Quando a cultivares, ela te negarل os seus frutos. E tu serلs
peregrino e errante sobre a terra.”
13. Caim disse ao Senhor: “Meu castigo é grande demais para que
eu o possa suportar.
14. Eis que me expulsais agora deste lugar, e eu devo ocultar-me
longe de vossa face, tornando-me um peregrino errante sobre a terra. O
primeiro que me encontrar, matar-me-ل.”
15. E o Senhor respondeu-lhe: “Nمo! Mas aquele que matar Caim
serل punido sete vezes.” O Senhor pôs em Caim um sinal, para que, se
alguém o encontrasse, nمo o matasse.
16. Caim retirou-se da presença do Senhor, e foi habitar na
regiمo de Nod, ao oriente do ةden.
17. Caim conheceu sua mulher. Ela concebeu e deu à luz Henoc. E
construiu uma cidade, à qual pôs o nome de seu filho Henoc.
18. Henoc gerou Irad, Irad gerou Maviael; Maviael gerou Matusael,
Matusael gerou Lamec.
19. Lamec tomou duas mulheres, uma chamada Ada e outra Sela.
20. Ada deu à luz Jabel, que foi pai daqueles que moram em tendas,
entre os rebanhos.
21. O nome de seu irmمo era Jubal, que foi o pai de todos aqueles
que tocam a cيtara e os instrumentos de sopro.
22. Sela, de seu lado, deu à luz Tubal-Caim, o pai de todos que
trabalham o cobre e o ferro. A irmم de Tubal-Caim era Noema.
23. Lamec disse às suas mulheres: "Ada e Sela, ouvi a minha voz:
mulheres de Lamec, escutai as minhas palavras: Por uma ferida matei um
homem, e por uma contusمo um menino.
24. Se Caim serل vingado sete vezes, Lamec o serل setenta e sete
vezes."
25. Adمo conheceu outra vez sua mulher, e esta deu à luz um filho,
ao qual pôs o nome de Set, dizendo: “Deus deu-me uma posteridade para
substituir Abel, que Caim matou.”
26. Set teve também um filho, que chamou Enos. E o nome do Senhor
começou a ser invocado a partir de entمo.
Capيtulo 5
1. Este é o livro da histَria da famيlia de Adمo. Quando Deus
criou o homem, ele o fez à imagem de Deus.
2. Criou-os homem e mulher, e os abençoou, e deu-lhes o nome de
homem no dia em que os criou.
3. Adمo viveu cento e trinta anos: e gerou um filho à sua
semelhança, à sua imagem, e deu-lhe o nome de Set.
4. Depois de haver gerado Set, Adمo viveu oitocentos anos e gerou
filhos e filhas.
5. Todo o tempo que Adمo viveu foi novecentos e trinta anos. E
depois disso morreu.
6. Set viveu cento e cinco anos, e depois gerou Enos.
7. E depois do nascimento de Enos, viveu ainda oitocentos e sete
anos e gerou filhos e filhas.
8. A duraçمo total da vida de Set foi de novecentos e doze anos;
e depois disso morreu.
9. Enos viveu noventa anos, e depois gerou Cainan.
10. E depois do nascimento de Cainan, Enos viveu ainda oitocentos
e quinze anos, e gerou filhos e filhas.
11. E o tempo da vida de Enos foi de novecentos e cinco anos; e
morreu.
12. Cainan viveu setenta anos, e depois gerou Malaleel.
13. Apَs o nascimento de Malaleel, Cainan viveu ainda oitocentos
e quarenta anos, e gerou filhos e filhas.
14. Todo o tempo da vida de Cainan foi de novecentos e dez anos;
e morreu.
15. Malaleel viveu sessenta e cinco anos, e depois gerou Jared.
16. Apَs o nascimento de Jared, Malaleel viveu ainda oitocentos e
trinta anos, e gerou filhos e filhas.
17. Todo o tempo da vida de Malaleel foi de oitocentos e noventa
e cinco anos; e morreu.
18. Jared viveu cento e sessenta e dois anos, e gerou Henoc.
19. Apَs o nascimento de Henoc, Jared viveu ainda oitocentos anos,
e gerou filhos e filhas.
20. Todo o tempo da vida de Jared foi de novecentos e sessenta e
dois anos; e morreu.
21. Henoc viveu sessenta e cinco anos e gerou Matusalém.
22. Apَs o nascimento de Matusalém, Henoc andou com Deus durante
trezentos anos, e gerou filhos e filhas.
23. A duraçمo total da vida de Henoc foi de trezentos e sessenta
e cinco anos.
24. Henoc andou com Deus e desapareceu, porque Deus o levou.
25. Matusalém viveu cento e oitenta e sete anos, e gerou Lamec.
26. Apَs o nascimento de Lamec, Matusalém viveu ainda setecentos
e oitenta e dois anos, e gerou filhos e filhas.
27. A duraçمo total da vida de Matusalém foi de novecentos e
sessenta e nove anos; e morreu.
28. Lamec viveu cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho,
29. ao qual pôs o nome de Noé, dizendo: “Este nos trarل, em
nossas fadigas e no duro labor de nossas mمos, um alيvio tirado da terra
mesma que o Senhor amaldiçoou.”
30. Apَs o nascimento de Noé, Lamec viveu ainda quinhentos e
noventa e cinco anos, e gerou filhos e filhas.
31. A duraçمo total da vida de Lamec foi de setecentos e setenta
e sete anos; e morreu.
32. Com a idade de quinhentos anos, Noé gerou Sem, Cam e Jafet.
Capيtulo 6
1. Quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e
lhes nasceram filhas,
2. os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram belas, e
escolheram esposas entre elas.
3. O senhor entمo disse: “Meu espيrito nمo permanecerل para
sempre no homem, porque todo ele é carne, e a duraçمo de sua vida serل
de cento e vinte anos.”
4. Naquele tempo viviam gigantes na terra, como também daي por
diante, quando os filhos de Deus se uniam às filhas dos homens e elas
geravam filhos. Estes sمo os herَis, tمo afamados nos tempos antigos.
5. O Senhor viu que a maldade dos homens era grande na terra, e
que todos os pensamentos de seu coraçمo estavam continuamente voltados
para o mal.
6. O Senhor arrependeu-se de ter criado o homem na terra, e teve
o coraçمo ferido de يntima dor.
7. E disse: “Exterminarei da superfيcie da terra o homem que
criei, e com ele os animais, os répteis e as aves dos céus, porque eu me
arrependo de os haver criado.”
8. Noé, entretanto, encontrou graça aos olhos do Senhor.
9. Esta é a histَria de Noé. Noé era um homem justo e perfeito no
meio dos homens de sua geraçمo. Ele andava com Deus.
10. Noé teve três filhos: Sem, Cam e Jafet.
11. A terra corrompia-se diante de Deus e enchia-se de violência.
12. Deus olhou para a terra e viu que ela estava corrompida: toda
a criatura seguia na terra o caminho da corrupçمo.
13. Entمo Deus disse a Noé: “Eis chegado o fim de toda a criatura
diante de mim, pois eles encheram a terra de violência. Vou
exterminل-los juntamente com a terra.
14. Faze para ti uma arca de madeira resinosa: dividi-la-لs em
compartimentos e a untarلs de betume por dentro e por fora.
15. E eis como a farلs: seu comprimento serل de trezentos côvados,
sua largura de cinqüenta côvados, e sua altura de trinta.
16. Farلs no cimo da arca uma abertura com a dimensمo dum côvado.
Porلs a porta da arca a um lado, e construirلs três andares de
compartimentos.
17. Eis que vou fazer cair o dilْvio sobre a terra, uma inundaçمo
que exterminarل todo ser que tenha sopro de vida debaixo do céu. Tudo
que estل sobre a terra morrerل.
18. Mas farei aliança contigo: entrarلs na arca com teus filhos,
tua mulher e as mulheres de teus filhos.
19. De tudo o que vive, de cada espécie de animais, farلs entrar
na arca dois, macho e fêmea, para que vivam contigo.
20. De cada espécie de aves, e de cada espécie de quadrْpedes, e
de cada espécie de animais que se arrastam sobre a terra, entrarل um
casal contigo, para que lhes possas conservar a vida.
21. Tomarلs também contigo de todas as coisas para comer, e
armazenل-las-لs para que te sirvam de alimento, a ti e aos animais.”
22. Noé obedeceu, e fez tudo o que o Senhor lhe tinha ordenado.
Capيtulo 7
1. O Senhor disse a Noé: “Entra na arca, tu e toda a tua casa,
porque te reconheci justo diante dos meus olhos, entre os de tua geraçمo.
2. De todos os animais puros tomarلs sete casais, machos e fêmeas,
e de todos animais impuros tomarلs um casal, macho e fêmea;
3. das aves do céu igualmente sete casais, machos e fêmeas, para
que se conserve viva a raça sobre a face de toda a terra.
4. dentro de sete dias farei chover sobre a terra durante
quarenta dias e quarenta noites, e exterminarei da superfيcie da terra
todos os seres que eu fiz.”
5. Noé fez tudo o que o Senhor lhe tinha ordenado.
6. Noé tinha seiscentos anos quando veio o dilْvio sobre a terra.
7. Para escapar à inundaçمo, entrou na arca com seus filhos, sua
mulher e as mulheres de seus filhos.
8. Dos animais puros e impuros, das aves e de tudo que se arrasta
sobre a terra,
9. entraram na arca de Noé, um casal macho e fêmea, como o Senhor
tinha ordenado a Noé.
10. Passados os sete dias, as لguas do dilْvio precipitaram-se
sobre a terra.
11. No ano seiscentos da vida de Noé, no segundo mês, no décimo
sétimo dia do mês, romperam-se naquele dia todas as fontes do grande
abismo, e abriram-se as barreiras dos céus.
12. A chuva caiu sobre a terra durante quarenta dias e quarenta
noites.
13. Naquele mesmo dia entrou Noé na arca, com Sem, Cam e Jafet,
seus filhos, sua mulher e as três mulheres de seus filho;
14. e com eles os animais selvagens de toda espécie, os animais
domésticos de toda espécie, os répteis de toda espécie que se arrastavam
sobre a terra, e tudo o que voa, de toda espécie, todas as aves e tudo o
que tem asas.
15. De cada espécie que tem um sopro de vida um casal entrou na
arca de Noé.
16. Eles chegavam, macho e fêmea, de cada espécie. Como Deus
tinha ordenado a Noé. E o Senhor fechou a porta atrلs dele.
17. O dilْvio caiu sobre a terra durante quarenta dias. As لguas
incharam e levantaram a arca, que foi elevada acima da terra.
18. As لguas inundaram tudo com violência, e cobriram toda a
terra, e a arca flutuava na superfيcie das لguas.
19. As لguas engrossaram prodigiosamente sobre a terra, e
cobriram todos os altos montes que existem debaixo dos céus;
20. e elevaram-se quinze côvados acima dos montes que cobriam.
21. Todas as criaturas que se moviam na terra foram exterminadas:
aves, animais domésticos, feras selvagens e tudo o que se arrasta na
terra, e todos os homens.
22. Tudo o que respira e tem um sopro de vida sobre a terra
pereceu.
23. Assim foram exterminados todos os seres que se encontravam
sobre a face da terra, desde os homens até os quadrْpedes, tanto os
répteis como as aves dos céus, tudo foi exterminado da terra. Sَ Noé
ficou e o que se encontrava com ele na arca.
24. As لguas cobriram a terra pelo espaço de cento e cinqüenta
dias.
Capيtulo 8
1. Ora, Deus lembrou-se de Noé, e de todos os animais selvagens e
de todos os animais domésticos que estavam com ele na arca. Fez soprar
um vento sobre a terra, e as لguas baixaram.
2. As fontes do abismo fecharam-se, assim como as barreiras dos
céus, e foram retidas as chuvas.
3. As لguas foram-se retirando progressivamente da terra; e
começaram a baixar depois de cento e cinqüenta dias.
4. No sétimo mês, no décimo sétimo dia do mês, a arca parou sobre
as montanhas do Ararat.
5. Entretanto, as لguas iam diminuindo pouco a pouco até o décimo
mês, e no décimo mês, no primeiro dia do mês, apareceram os cumes das
montanhas.
6. No fim de quarenta dias, abriu Noé a janela que tinha feito na
arca
7. e deixou sair um corvo, o qual saindo, voava de um lado para
outro, até que aparecesse a terra seca.
8. Soltou também uma pomba, para ver se as لguas teriam jل
diminuيdo na face da terra.
9. A pomba, porém, nمo encontrando onde pousar, voltou para junto
dele na arca, porque havia ainda لgua na face da terra. Noé estendeu a
mمo, e tendo-a tomado, recolheu-a na arca.
10. Esperou mais sete dias, e soltou de novo a pomba fora da arca.
11. E eis que pela tarde ela voltou, trazendo no bico uma folha
verde de oliveira. Assim Noé compreendeu que as لguas tinham baixado
sobre a terra.
12. Esperou ainda sete dias, e soltou a pomba que desta vez nمo
mais voltou.
13. No ano seiscentos e um, no primeiro mês, no primeiro dia do
mês, as لguas se tinham secado sobre a terra. Noé descobriu o teto da
arca, olhou e viu que a superfيcie do solo estava seca.
14. No segundo mês, no vigésimo sétimo dia do mês, a terra estava
seca.
15. Entمo falou Deus a Noé:
16. “Sai da arca, com tua mulher, teus filhos e as mulheres de
teus filhos.
17. Faze sair igualmente contigo todos os animais que estمo
contigo de todas as espécies: aves, quadrْpedes, répteis diversos que se
arrastam sobre a terra; faze-os sair contigo para que se espalhem sobre
a terra e para que cresçam e se multipliquem sobre a terra.”
18. Noé saiu com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus
filhos.
19. Todos os animais selvagens, todos os répteis, todas as aves,
todos os seres que se movem, sobre a terra saيram da arca segundo suas
espécies.
20. E Noé levantou um altar ao Senhor: tomou de todos os animais
puros e de todas as aves puras, e ofereceu-os em holocausto ao Senhor
sobre o altar.
21. O Senhor respirou um agradلvel odor, e disse em seu coraçمo:
“Doravante, nمo mais amaldiçoarei a terra por causa do homem porque os
pensamentos do seu coraçمo sمo maus desde a sua juventude, e nمo ferirei
mais todos os seres vivos, como o fiz.
22. Enquanto durar a terra, nمo mais cessarمo a sementeira e a
colheita, o frio e o calor, o verمo e o inverno, o dia e a noite.”
Capيtulo 9
1. Deus abençoou Noé e seus filhos: “Sede fecundos, disse-lhes
ele, multiplicai-vos e enchei a terra.
2. Vَs sereis objeto de temor e de espanto para todo animal da
terra, toda ave do céu, tudo o que se arrasta sobre o solo e todos os
peixes do mar: eles vos sمo entregues em mمo.
3. Tudo o que se move e vive vos servirل de alimento; eu vos dou
tudo isto, como vos dei a erva verde.
4. Somente nمo comereis carne com a sua alma, com seu sangue.
5. Eu pedirei conta de vosso sangue, por causa de vossas almas, a
todo animal; e ao homem (que matar) o seu irmمo, pedirei conta da alma
do homem.
6. Todo aquele que derramar o sangue humano terل seu prَprio
sangue derramado pelo homem, porque Deus fez o homem à sua imagem.
7. Sede, pois, fecundos e multiplicai-vos, e espalhai-vos sobre a
terra abundantemente.”
8. Disse também Deus a Noé e as seus filhos:
9. “Vou fazer uma aliança convosco e com vossa posteridade,
10. assim como com todos os seres vivos que estمo convosco: as
aves, os animais domésticos, todos os animais selvagens que estمo
convosco, desde todos aqueles que saيram da arca até todo animal da
terra.
11. Faço esta aliança convosco: nenhuma criatura serل destruيda
pelas لguas do dilْvio, e nمo haverل mais dilْvio para devastar a
terra.”
12. Deus disse: “Eis o sinal da aliança que eu faço convosco e
com todos os seres vivos que vos cercam, por todas as geraçُes futuras:
13. Ponho o meu arco nas nuvens, para que ele seja o sinal da
aliança entre mim e a terra.
14. Quando eu tiver coberto o céu de nuvens por cima da terra, o
meu arco aparecerل nas nuvens,
15. e me lembrarei da aliança que fiz convosco e com todo ser
vivo de toda espécie, e as لguas nمo causarمo mais dilْvio que extermine
toda criatura.
16. Quando eu vir o arco nas nuvens, eu me lembrarei da aliança
eterna estabelecida entre Deus e todos os seres vivos de toda espécie
que estمo sobre a terra.”
17. Dirigindo-se a Noé, Deus acrescentou: “Este é o sinal da
aliança que faço entre mim e todas as criaturas que estمo na terra.”
18. Os filhos de Noé que saيram da arca eram Sem, Cam e Jafet.
Cam era o pai de Canaم.
19. Estes eram os três filhos de Noé. ة por eles que foi povoada
toda a terra.
20. Noé, que era agricultor, plantou uma vinha.
21. Tendo bebido vinho, embriagou-se, e apareceu nu no meio de
sua tenda.
22. Cam, o pai de Canaم, vendo a nudez de seu pai, saiu e foi
contل-lo aos seus irmمos.
23. Mas, Sem e Jafet, tomando uma capa, puseram-na sobre os seus
ombros e foram cobrir a nudez de seu pai, andando de costas; e nمo viram
a nudez de seu pai, pois que tinham os seus rostos voltados.
24. Quando Noé despertou de sua embriaguez, soube o que lhe tinha
feito o seu filho mais novo.
25. “Maldito seja Canaم, disse ele; que ele seja o ْltimo dos
escravos de seus irmمos!”
26. E acrescentou : “Bendito seja o Senhor Deus de Sem, e Canaم
seja seu escravo!
27. Que Deus dilate a Jafet; e este habite nas tendas de Sem, e
Canaم seja seu escravo!”
28. Noé viveu ainda depois do dilْvio trezentos e cinqüenta anos.
29. A duraçمo total da vida de Noé foi de novecentos e cinqüenta
anos; e morreu.
Capيtulo 10
1. Eis a posteridade dos filhos de Noé: Sem, Cam e Jefet. Estes
tiveram filhos depois do dilْvio.
2. Filhos de Jafet: Gomer, Magog, Madai, Javم, Tubal, Mosoc e
Tiras.
3. Filhos de Gomer: Ascenez, Rifat e Togorma.
4. Filhos de Javم: Elisa e Tلrsis, Cetim e Dodanim.
5. Destes saيram os povos dispersos nas ilhas das naçُes, em seus
diversos paيses, cada um segundo sua lيngua e segundo suas famيlias e
suas naçُes.
6. Filhos de Cam: Cus, Mesraim, Fut e Canaم.
7. Filhos de Cus: Saba, Hevila, Sabata, Regma e Sabataca. Filhos
de Regma: Saba e Dadم.
8. Cus gerou Nemrod, que foi o primeiro homem poderoso da terra.
9. Ele foi um grande caçador diante do Senhor. Donde a expressمo:
“Como Nemrod, grande caçador diante do Eterno.”
10. Ele estabeleceu o seu reino primeiramente em Babilônia, Arac,
Acad e em Calane, na terra de Senaar.
11. Daي foi para Assur e construiu Nيnive, Recobot-Ir, Cale
12. e Resem, a grande cidade entre Nيnive e Cale.
13. Mesraim gerou os ludim, os anamim, os laabim, os neftuim,
14. os fetrusim, os casluim e os caftorim, donde saيram os
filisteus.
15. Canaم gerou Sidon, seu primogênito, e Het,
16. assim como os jebuseus, os amorreus, os gergeseus,
17. os heveus, os araceus, os sineus,
18. os aradeus, os samareus e os hamateus. Em seguida, as
famيlias dos cananeus se dispersaram,
19. e o territَrio dos cananeus era desde Sidon, na direçمo de
Gerara, até Gaza; e na direçمo de Sodoma, Gomorra, Adama e Seboim, até
Lesa.
20. Estes sمo os filhos de Cam segundo suas famيlias, suas
lيnguas, em seus diversos paيses e suas naçُes.
21. Nasceram também filhos a Sem, pai de todos os filhos de
Heber, e irmمo mais velho de Jafet.
22. Filhos de Sem: Elمo, Assur, Arfaxad, Lud e Arمo.
23. Filhos de Arمo: Us, Hul, Geter e Mes.
24. Arfaxad gerou Salé, Salé gerou Heber.
25. Heber teve dois filhos: um se chamava Faleg, porque no seu
tempo a terra foi dividida, e o outro se chamava Jetم.
26. Jetم gerou Elmodad, Salef, Asarmot, Jaré,
27. Adurمo, Uzal, Decla,
28. Ebal, Abimael, Saba,
29. Ofir, Hevila e Jobab. Estes sمo os filhos de Jetم.
30. A terra que eles habitavam se estendia desde Mesa, na direçمo
de Sefar, até a montanha do Oriente.
31. Estes sمo os filhos de Sem, segundo suas famيlias, segundo
suas lيnguas, em seus diversos paيses e suas naçُes.
32. Tais sمo as famيlias dos filhos de Noé, segundo suas geraçُes
e suas naçُes. ة dele que descendem as naçُes que se espalharam sobre a
terra depois do dilْvio.
Capيtulo 11
1. Toda a terra tinha uma sَ lيngua, e servia-se das mesmas
palavras.
2. Alguns homens, partindo para o oriente, encontraram na terra
de Senaar uma planيcie onde se estabeleceram.
3. E disseram uns aos outros: “Vamos, façamos tijolos e
cozamo-los no fogo.” Serviram-se de tijolos em vez de pedras, e de
betume em lugar de argamassa.
4. Depois disseram: “Vamos, façamos para nَs uma cidade e uma
torre cujo cimo atinja os céus. Tornemos assim célebre o nosso nome,
para que nمo sejamos dispersos pela face de toda a terra.”
5. Mas o senhor desceu para ver a cidade e a torre que
construيram os filhos dos homens.
6. “Eis que sمo um sَ povo, disse ele, e falam uma sَ lيngua: se
começam assim, nada futuramente os impedirل de executarem todos os seus
empreendimentos.
7. Vamos: desçamos para lhes confundir a linguagem, de sorte que
jل nمo se compreendam um ao outro.”
8. Foi dali que o Senhor os dispersou daquele lugar pela face de
toda a terra, e cessaram a construçمo da cidade.
9. Por isso deram-lhe o nome de Babel, porque ali o Senhor
confundiu a linguagem de todos os habitantes da terra, e dali os
dispersou sobre a face de toda a terra.
10. Eis a descendência de Sem: Sem, com a idade de cem anos,
gerou Arfaxad, dois anos depois do dilْvio.
11. Depois do Nascimento de Arfaxad, Sem viveu ainda quinhentos
anos, e gerou filhos e filhas.
12. Arfaxad, com a idade de trinta e cinco anos, gerou Salé.
13. Apَs o nascimento de Salé, Arfaxad viveu ainda quatrocentos
anos, e gerou filhos e filhas.
14. Salé, com a idade de trinta anos, gerou Heber.
15. Apَs o nascimento de Heber, Salé viveu ainda quatrocentos
anos, e gerou filhos e filhas.
16. Heber, com a idade de trinta e quatro anos, gerou Faleg.
17. Apَs o nascimento de Faleg, Heber viveu ainda quatrocentos
anos, e gerou filhos e filhas.
18. Faleg, com a idade de trinta anos, gerou Reu.
19. Apَs o nascimento de Reu, Faleg viveu ainda duzentos e nove
anos, e gerou filhos e filhas.
20. Reu, com a idade de trinta e dois anos, gerou Sarug.
21. Apَs o nascimento de Sarug, Reu viveu ainda duzentos e sete
anos, e gerou filhos e filhas.
22. Sarug, com a idade de trinta anos, gerou Nacor.
23. Apَs o nascimento de Nacor, Sarug viveu ainda duzentos anos,
e gerou filhos e filhas.
24. Nacor, com a idade de vinte e nove anos, gerou Taré.
25. Apَs o nascimento de Taré, Nacor viveu ainda cento e dezenove
anos, e gerou filhos e filhas.
26. Taré, com a idade de setenta anos, gerou Abrمo, Nacor e Arمo.
27. Eis a descendência de Taré: Taré gerou Abrمo, Nacor e Arمo.
28. Arمo gerou Lot. Arمo morreu em presença de Taré, seu pai, em
Ur da Caldéia, sua terra natal.
29. Abrمo e Nacor casaram-se: a mulher de Abrمo chamava-se Sarai,
e a de Nacor, Melca, filha de Arمo, pai de Melca e de Jesca.
30. Sarai era estéril, e nمo tinha filhos.
31. Taré tomou seu filho Abrمo, seu neto Lot, filho de Arمo, e
Sarai, sua nora, mulher de Abrمo, seu filho, e partiu com eles de Ur da
Caldéia, indo para a terra de Canaم. Chegados a Harم, estabeleceram-se
ali.
32. Todo o tempo da vida de Taré foi de duzentos e cinco anos; e
morreu em Harم.
Capيtulo 12
1. O Senhor disse a Abrمo: “Deixa tua terra, tua famيlia e a casa
de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar.
2. Farei de ti uma grande naçمo; eu te abençoarei e exaltarei o
teu nome, e tu serلs uma fonte de bênçمos.
3. Abençoarei aqueles que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles
que te amaldiçoarem; todas as famيlias da terra serمo benditas em ti.”
4. Abrمo partiu como o Senhor lhe tinha dito, e Lot foi com ele.
Abrمo tinha setenta e cinco anos, quando partiu de Harم.
5. Tomou Sarai, sua mulher, e Lot, filho de seu irmمo, assim como
todos os bens que possuيam e os escravos que tinham adquirido em Harم, e
partiram para a terra de Canaم. Ali chegando,
6. Abrمo atravessou a terra até Siquém, até o carvalho de Moré.
Os cananeus estavam entمo naquela terra.
7. O Senhor apareceu a Abrمo e disse-lhe: “Darei esta terra à tua
posteridade.” Abrمo edificou um altar ao Senhor, que lhe tinha aparecido.
8. Em seguida, partindo dali, foi para a montanha que estل ao
oriente de Betel, onde levantou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente e
Hai ao oriente. Abrمo edificou ali um altar ao Senhor, e invocou o seu
nome.
9. Continuou depois sua viagem, de acampamento em acampamento,
para Negeb.
10. Sobreveio, porém, uma fome na regiمo; e sendo grande a
miséria, Abrمo desceu ao Egito para aي viver algum tempo.
11. Quando estava para entrar no Egito, disse a Sarai sua mulher:
“Escuta, sei que és uma mulher formosa.
12. Quando os egيpcios te virem, dirمo: ‘ة sua mulher’, e me
matarمo, conservando-te a ti em vida.
13. Dize, pois, que és minha irmم, para que eu seja poupado por
causa de ti, e me conservem a vida em atençمo a ti.”
14. Chegando Abrمo ao Egito, os egيpcios notaram que sua mulher
era extremamente bela.
15. Os grandes da corte, vendo-a, elogiaram-na diante do faraَ, e
a mulher foi introduzida no seu palلcio.
16. por causa dela, Abrمo foi bem tratado pelo faraَ, e recebeu
ovelhas, bois, jumentos, servos e servas, jumentas e camelos.
17. O Senhor, porém, feriu com grandes pragas o faraَ e a sua
casa, por causa de Sarai, mulher de Abrمo.
18. O faraَ mandou chamل-lo e disse-lhe: “Que me levaste a fazer?
Porque nمo me disseste que era tua mulher?
19. Por que disseste que ela era tua irmم, levando-me e a tomل-la
por esposa? Mas agora eis tua mulher: toma-a e vai-te!”
20. Entمo, o faraَ deu ordens aos seus para reconduzir Abrمo e
sua mulher com tudo o que lhe pertencia.
Capيtulo 13
1. Abrمo voltou do Egito para Negeb com sua mulher e tudo o que
lhe pertencia. Lot o acompanhava.
2. Abrمo era muito rico em rebanhos, prata e ouro.
3. Ele foi de acampamento em acampamento de Negeb até Betel, ao
lugar onde jل uma vez armara sua tenda, entre Betel e Hai,
4. no lugar onde se encontrava o altar que havia edificado antes.
Ali invocou o nome do Senhor.
5. Lot, que acompanhava Abrمo, possuيa também ovelhas, bois e
tendas,
6. e a regiمo nمo lhes bastava para aي se estabelecerem juntos.
7. Por isso houve uma contenda entre os pastores dos rebanhos de
Abrمo e os dos rebanhos de Lot. Os cananeus e os ferezeus habitavam
entمo naquela terra.
8. Abrمo disse a Lot: “Rogo-te que nمo haja discَrdia entre mim e
ti, nem entre nossos pastores, pois somos irmمos.
9. Eis aي toda a terra diante de ti; separemo-nos. Se fores para
a esquerda, eu irei para a direita; se fores para a direita, eu irei
para esquerda.”
10. Lot, levantando os olhos, viu que a toda a planيcie de Jordمo
era regada de لgua (o Senhor nمo tinha ainda destruيdo Sodoma e Gomorra)
como o jardim do Senhor, como a terra do Egito ao lado de Tsoar.
11. Lot escolheu toda a planيcie do Jordمo e foi para o oriente.
Foi assim que se separam um do outro.
12. Abrمo fixou-se na terra de Canaم, e Lot nas cidades da
planيcie, onde levantou suas tendas até Sodoma.
13. Ora, os habitantes de Sodoma eram perversos, e grandes
pecadores diante do Senhor.
14. O Senhor disse a Abrمo depois que Lot o deixou: “Levanta os
olhos, e do lugar onde estلs, olha para o norte e para o sul, para o
oriente e para o ocidente.
15. Toda a terra que vês, eu a darei a ti e aos teus descendentes
para sempre.
16. Tornarei tua posteridade tمo numerosa como o pَ da terra: se
alguém puder contar os grمos do pَ da terra, entمo poderل contar a tua
posteridade.
17. Levanta-te, percorre a terra em toda a sua extensمo, porque
eu te hei de dar.”
18. Abrمo levantou as suas tendas e veio fixar-se no vale dos
carvalhos de Mambré, que estمo em Hebron; e ali edificou um altar ao
Senhor.
Capيtulo 14
1. No tempo de Anrafel, rei de Senaar, de Arioc, rei de Elasar,
de Codorlaomor, rei de Elمo e de Tadal, rei de Goim,
2. aconteceu que estes reis fizeram guerra a Bara, rei de Sodoma,
a Bersa, rei de Gomorra, a Senaab, rei de Adama, a Semeber, rei de
Seboim e ao rei de Bala, isto é, Segor.
3. Todos estes se juntaram no vale de Sidim, que é o mar Salgado.
4. Durante doze anos eles tinham servido a Codorlaomor, mas no
décimo terceiro ano tinham se revoltado.
5. No décimo quarto ano, Codorlaomor pôs-se em marcha com os reis
que se tinham aliado a ele, e desbarataram os refaim em Astarot-Carnaim,
e igualmente os zusim em Ham, os emim na planيcie de Cariataim
6. e os horreus, em sua montanha de Seir até El-Farم, cerca do
deserto.
7. Voltando, chegaram à fonte do julgamento, em Cadés, e
devastaram a terra dos amalecitas, assim como os amorreus que habitavam
em Asason-Tamar.
8. O rei de Sodoma, o rei de Gomorra, o rei de Adama, o rei de
Seboim, o rei de Bala, isto é, Segor, saيram e puseram-se em ordem de
batalha no vale de Sidim,
9. contra Codorlaomor, o rei de Elمo, Tadal, rei de Goim, Anrafel,
rei de Senaar, e Arioc, rei de Elasar, quatro reis contra cinco.
10. Ora, havia no vale de Sidim numerosos poços de betume. E os
reis de Sodoma e de Gomorra, fugindo, caيram nesses poços, enquanto o
resto fugiu para a montanha.
11. Os vencedores levaram todos os bens de Sodoma e Gomorra, e
todos os seus vيveres, e partiram.
12. Levaram também Lot, filho do irmمo do Abrمo, que morava em
Sodoma, com todos os seus bens.
13. Mas alguém que conseguiu fugir veio dar parte do sucedido a
Abrمo, o hebreu, que vivia nos carvalhos de Mambré, o amorreu, irmمo de
Escol e irmمo de Aner, aliados de Abrمo.
14. Abrمo, tendo ouvido que Lot, seu parente, ficara prisioneiro,
escolheu trezentos e dezoito dos seus melhores e mais corajosos servos,
nascidos em sua casa, e foi ao alcance dos reis até Dan.
15. Ali, dividindo a sua tropa para os atacar de noite com seus
servos, desbaratou-os e perseguiu-os até Hoba, que se encontra ao norte
de Damasco.
16. Abrمo recobrou todos os bens saqueados e reconduziu também
Lot, seu parente, com os seus bens, assim como as mulheres e os homens.
17. Voltando Abrمo da derrota de Codorlaomor e seus reis aliados,
o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro no vale de Savé, que és o vale do
rei.
18. Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altيssimo,
mandou trazer pمo e vinho,
19. e abençoou Abrمo, dizendo: “Bendito seja Abrمo pelo Deus
Altيssimo, que criou o céu e terra!
20. Bendito seja o Deus Altيssimo, que entregou os teus inimigos
em tuas mمos!” E Abrمo deu-lhe o dيzimo de tudo.
21. O rei de Sodoma disse a Abrمo: “Devolve-me os homens e guarda
os bens.”
22. “Levanto a minha mمo para o Senhor Deus Altيssimo que criou o
céu e a terra, respondeu Abrمo,
23. de tudo o que é teu, nمo tomarei sequer um fio nem um cordمo
de sandلlia, para que nمo digas: Enriqueci Abrمo.
24. Nada para mim, exceto somente o que comeram os meus servos e
a parte dos homens que vieram comigo, Aner, Escol e Mambré; estes hمo de
receber a sua parte.”
Capيtulo 15
1. Depois desses acontecimentos, a palavra do Senhor foi dirigida
a Abrمo, numa visمo, nestes termos: “Nada temas, Abrمo! Eu sou o teu
protetor; tua recompensa serل muito grande.”
2. Abrمo respondeu: “Senhor Javé, que me dareis vَs? Eu irei sem
filhos, e o herdeiro de minha casa é Eliezer de Damasco.”
3. E ajuntou: “Vَs nمo me destes posteridade, e é um escravo
nascido em minha casa que serل o meu herdeiro.”
4. Entمo a palavra do Senhor foi-lhe dirigida nestes termos: “Nمo
é ele que serل o teu herdeiro, mas aquele que vai sair de tuas
entranhas.”
5. E, conduzindo-o fora, disse-lhe: “Levanta os olhos para os
céus e conta as estrelas, se és capaz... Pois bem, ajuntou ele, assim
serل a tua descendência.”
6. Abrمo confiou no Senhor, e o Senhor lho imputou para justiça.
7. E disse-lhe: “Eu sou o Senhor que te fiz sair de Ur da Caldéia
para dar-te esta terra.”
8. “O Senhor Javé, como poderei saber se a hei de possuir?”
9. “Toma uma novilha de três anos, respondeu-lhe o Senhor, uma
cabra de três anos, um cordeiro de três anos, uma rola e um pombinho.”
10. Abrمo tomou todos esses animais, e dividiu-os pelo meio,
colocando suas metades uma defronte da outra; mas nمo cortou as aves.
11. Vieram as aves de rapina e atiraram-se sobre os cadلveres,
mas Abrمo as expulsou.
12. E eis que, ao pôr-do-sol, veio um profundo sono a Abrمo, ao
mesmo tempo que o assaltou um grande pavor, uma espessa escuridمo.
13. O Senhor disse-lhe: “Sabe que teus descendentes habitarمo
como peregrinos uma terra que nمo é sua, e que nessa terra eles serمo
escravizados e oprimidos durante quatrocentos anos.
14. Mas eu julgarei também o povo ao qual estiverem sujeitos, e
sairمo em seguida dessa terra com grandes riquezas.
15. Quanto a ti, irلs em paz juntar-se aos teus pais, e serلs
sepultado numa ditosa velhice.
16. Somente à quarta geraçمo os teus descendentes voltarمo para
aqui, porque a iniqüidade dos amorreus nمo chegou ainda ao seu cْmulo.”
17. Quando o sol se pôs, formou-se uma densa escuridمo, e eis que
um braseiro fumegante e uma tocha ardente passaram pelo meio das carnes
divididas.
18. Naquele dia, o Senhor fez aliança com Abrمo: “Eu dou, disse
ele, esta terra aos teus descendentes, desde a torrente do Egito até o
grande rio Eufrates:
19. a terra dos cineus, dos ceneseus, dos cadmoneus,
20. dos heteus, dos ferezeus,
21. dos amorreus, dos cananeus, dos gergeseus e dos jebuseus.”
Capيtulo 16
1. Sarai, mulher de Abrمo, nمo lhe tinha dado filho; mas,
possuindo uma escrava egيpcia, chamada Agar,
2. disse a Abrمo: “Eis que o Senhor me fez estéril; rogo-te que
tomes a minha escrava, para ver se, ao menos por ela, eu posso ter
filhos.” Abrمo aceitou a proposta de Sarai.
3. Sarai tomou, pois, sua escrava, Agar, a egيpcia, passado dez
anos que Abrمo habitava a terra de Canaم, e deu-a por mulher a Abrمo,
seu marido.
4. Este aproximou-se de Agar e ela concebeu. Agar, vendo que
tinha concebido, começou a desprezar a sua senhora.
5. Entمo Sarai disse a Abrمo: “Caia sobre ti o ultraje que me é
feito! Dei-te minha escrava, e ela, desde que concebeu, olha-me com
desprezo. O Senhor seja juiz entre mim e ti!”
6. Abrمo respondeu-lhe: “Tua escrava estل em teu poder, faze dela
o que quiseres.” E Sarai maltratou-a de tal forma que ela teve de fugir.
7. O anjo do Senhor, encontrando-a no deserto junto de uma fonte
que estل no caminho de Sur,
8. disse-lhe: “Agar, escrava de Sarai, donde vens? E para onde
vais?” “Eu fujo de Sarai, minha senhora”, respondeu ela.
9. “Volta para a tua senhora, tornou o anjo do Senhor, e
humilha-te diante dela.”
10. E ajuntou: “Multiplicarei tua posteridade de tal forma, e
serل tمo numerosa, que nمo se poderل contar.”
11. Disse ainda mais: “Estلs grلvida, e vais dar à luz um filho:
dar-te-لs o nome de Ismael, porque o Senhor te ouviu na tua afliçمo.
12. Este menino serل como um jumento bravo: sua mمo se levantarل
contra todos e a mمo de todos contra ele, e levantarل sua tenda defronte
de todos os seus irmمos.”
13. Agar deu ao Senhor, que lhe tinha falado, o nome: Vَs sois
El-roي, “porque, dizia ela, nمo vi eu aqui mesmo o Deus que me via?”
14. E por isso deu-se àquele poço o nome de poço Lahai-roي; ele
se encontra entre Cadés e Barad.
15. Agar deu à luz um filho a Abrمo, o qual lhe pôs o nome de
Ismael.
16. Abrمo tinha a idade de oitenta e seis anos quando Agar lhe
deu à luz Ismael.
Capيtulo 17
1. Abrمo tinha noventa e nove anos. O Senhor apareceu-lhe e
disse-lhe: “Eu sou o Deus Todo-poderoso. Anda em minha presença e sê
يntegro;
2. quero fazer aliança contigo e multiplicarei ao infinito a tua
descendência.”
3. Abrمo prostrou-se com o rosto por terra. Deus disse-lhe:
4. “Este é o pacto que faço contigo: serلs o pai de uma multidمo
de povos.
5. De agora em diante nمo te chamarلs mais Abrمo, e sim Abraمo,
porque farei de ti o pai de uma multidمo de povos.
6. Tornar-te-ei extremamente fecundo, farei nascer de ti naçُes e
terلs reis por descendentes.
7. Faço aliança contigo e com tua posteridade, uma aliança
eterna, de geraçمo em geraçمo, para que eu seja o teu Deus e o Deus de
tua posteridade.
8. Darei a ti e a teus descendentes depois de ti a terra em que
moras como peregrino, toda a terra de Canaم, em possessمo perpétua, e
serei o teu Deus.”
9. Deus disse ainda a Abraمo: “Tu, porém, guardarلs a minha
aliança, tu e tua posteridade nas geraçُes futuras.
10. Eis o pacto que faço entre mim e vَs, e teus descendentes, e
que tereis de guardar: Todo homem, entre vَs, serل circuncidado.
11. Cortareis a carne de vosso prepْcio, e isso serل o sinal da
aliança entre mim e vَs.
12. Todo homem, no oitavo dia do seu nascimento, serل
circuncidado entre vَs nas geraçُes futuras, tanto o que nascer em casa,
como o que comprardes a preço de dinheiro de um estrangeiro qualquer, e
que nمo for de tua raça.
13. Circuncidar-se-ل tanto o homem nascido na casa como aquele
que for comprado a preço de dinheiro. Assim serل marcado em vossa carne
o sinal de minha aliança perpétua.
14. O varمo incircunciso, do qual nمo se tenha cortado a carne do
prepْcio, serل exterminado de seu povo por ter violado minha aliança.”
15. Disse Deus a Abraمo: “Nمo chamarلs mais tua mulher Sarai, e
sim Sara.
16. Eu a abençoarei, e dela te darei um filho. Eu a abençoarei, e
ela serل a mمe de naçُes e dela sairمo reis.”
17. Abraمo prostrou-se com o rosto por terra, e começou a rir,
dizendo consigo mesmo: “Poderia nascer um filho a um homem de cem anos?
Seria possيvel a Sara conceber ainda na idade de noventa anos?”
18. E disse a Deus: “Oxalل que Ismael viva diante de vossa face!”
19. Mas Deus respondeu-lhe: “Nمo, é Sara, tua mulher que darل à
luz um filho, ao qual chamarلs Isaac. Farei aliança com ele, uma aliança
que serل perpétua para sua posteridade depois dele.
20. Eu te ouvirei também acerca de Ismael. Eu o abençoarei,
tornل-lo-ei fecundo e multiplicarei extraordinariamente sua
descendência: ele serل o pai de doze prيncipes, e farei sair dele uma
grande naçمo.
21. Mas minha aliança eu a farei com Isaac, que Sara te darل à
luz dentro de um ano, nesta mesma época.”
22. Tendo acabado de falar com ele, retirou-se Deus de Abraمo.
23. Abraمo tomou entمo Ismael, seu filho, assim como todos os
homens nascidos em sua casa e todos aqueles que tinha comprado a preço
de dinheiro, tudo o que havia de varُes em sua casa, e circuncidou-se no
mesmo dia, como Deus lhe havia ordenado.
24. Abraمo tinha noventa e nove anos quando foi circuncidado.
25. Ismael, seu filho, tinha treze anos quando o foi igualmente.
26. Abraمo e Ismael, seu filho, foram circuncidados no mesmo dia;
27. e todos os homens de sua casa, nascidos em sua casa ou
comprados a preço de dinheiro a estrangeiros, foram circuncidados ao
mesmo tempo.
Capيtulo 18
1. O Senhor apareceu a Abraمo nos carvalhos de Mambré, quando ele
estava assentado à entrada de sua tenda, no maior calor do dia.
2. Abraمo levantou os olhos e viu três homens de pé diante dele.
Levantou-se no mesmo instante da entrada de sua tenda, veio-lhes ao
encontro e prostrou-se por terra.
3. “Meus senhores, disse ele, se encontrei graça diante de vossos
olhos, nمo passeis avante sem vos deterdes em casa de vosso servo.
4. Vou buscar um pouco de لgua para vos lavar os pés.
5. Descansai um pouco sob esta لrvore. Eu vos trarei um pouco de
pمo, e assim restaurareis as vossas forças para prosseguirdes o vosso
caminho; porque é para isso que passastes perto de vosso servo.” Eles
responderam: “Faze como disseste.”
6. Abraمo foi depressa à tenda de Sara: “Depressa, disse ele,
amassa três medidas de farinha e coze pمes.”
7. Correu em seguida ao rebanho, escolheu um novilho tenro e bom,
e deu-o a um criado que o preparou logo.
8. Tomou manteiga e leite e serviu aos peregrinos juntamente com
o novilho preparado, conservando-se de pé junto deles, sob a لrvore,
enquanto comiam.
9. E disseram-lhe: “Onde estل Sara, tua mulher?” “Ela estل na
tenda”, respondeu ele.
10. E ele disse-lhe: “Voltarei à tua casa dentro de um ano, a
esta época; e Sara, tua mulher, terل um filho.” Ora, Sara ouvia por
detrلs, à entrada da tenda.
11. (Abraمo e Sara eram velhos, de idade avançada, e Sara tinha
jل passado da idade.)
12. Ela pôs-se a rir secretamente: “Velha como sou, disse ela
consigo mesma, conhecerei ainda o amor? E o meu senhor também é jل
entrado em anos.”
13. O Senhor disse a Abraمo: “Por que se riu Sara, dizendo: ‘Serل
verdade que eu teria um filho, velha como sou?’
14. Serل isso porventura uma coisa muito difيcil para o Senhor?
Em um ano, a esta época, voltarei à tua casa e Sara terل um filho.”
15. Sara protestou: “Eu nمo ri”, disse ela, pois tinha medo. Mas
o Senhor disse-lhe: “Sim, tu riste.”
16. Os homens levantaram-se e partiram na direçمo de Sodoma, e
Abraمo os ia acompanhando.
17. O Senhor disse entمo: “Acaso poderei ocultar a Abraمo o que
vou fazer?
18. Pois que Abraمo deve tornar-se uma naçمo grande e poderosa, e
todos os povos da terra serمo benditos nele.
19. Eu o escolhi para que ele ordene aos seus filhos e à sua casa
depois dele, que guardem os caminhos do Senhor, praticando a justiça e a
retidمo, para que o Senhor cumpra em seu favor as promessas que lhe
fez.”
20. O Senhor ajuntou: “ة imenso o clamor que se eleva de Sodoma e
Gomorra, e o seu pecado é muito grande.
21. Eu vou descer para ver se as suas obras correspondem
realmente ao clamor que chega até mim; se assim nمo for, eu o saberei.”
22. Os homens partiram, pois, na direçمo de Sodoma, enquanto
Abraمo ficou em presença do Senhor.
23. Abraمo aproximou-se e disse: “Fareis o justo perecer com o
يmpio?
24. Talvez haja cinqüenta justos na cidade: fل-los-eis perecer?
Nمo perdoarيeis antes a cidade, em atençمo aos cinqüenta justos que nela
se poderiam encontrar?
25. Nمo, vَs nمo poderيeis agir assim, matando o justo com o
يmpio, e tratando o justo como يmpio! Longe de vَs tal pensamento! Nمo
exerceria o juiz de toda a terra a justiça?”
26. O Senhor disse: “Se eu encontrar em Sodoma cinqüenta justos,
perdoarei a toda a cidade em atençمo a eles.”
27. Abraمo continuou: “Nمo leveis a mal, se ainda ouso falar ao
meu Senhor, embora seja eu pَ e cinza.
28. Se porventura faltarem cinco aos cinqüenta justos, fareis
perecer toda a cidade por causa desses cincos?” “Nمo a destruirei,
respondeu o Senhor, se nela eu encontrar quarenta e cinco justos.”
29. Abraمo insistiu ainda e disse: “Talvez sَ haja aي quarenta.”
“Nمo destruirei a cidade por causa desses quarenta.”
30. Abraمo disse de novo: “Rogo-vos, Senhor, que nمo vos irriteis
se eu insisto ainda! Talvez sَ se encontrem trinta!” “Se eu encontrar
trinta, disse o Senhor, nمo o farei.”
31. Abraمo continuou: “Desculpai, se ouso ainda falar ao Senhor:
pode ser que sَ se encontre vinte.” “Em atençمo aos vinte, nمo a
destruirei.”
32. Abraمo replicou: “Que o Senhor nمo se irrite se falo ainda
uma ْltima vez! Que serل, se lل forem achados dez?” E Deus respondeu:
“Nمo a destruirei por causa desses dez.”
33. E o Senhor retirou-se, depois de ter falado com Abraمo, e
este voltou para sua casa.
Capيtulo 19
1. Pela tarde chegaram os dois anjos a Sodoma. Lot, que estava
assentado à porta da cidade, ao vê-los, levantou-se e foi-lhes ao
encontro e prostrou-se com o rosto por terra.
2. “Meus Senhores, disse-lhes ele, vinde, peço-vos, para a casa
de vosso servo, e passai nela a noite; lavareis os pés, e amanhم cedo
continuareis vosso caminho.” “Nمo, responderam eles, passaremos a noite
na praça.”
3. Mas Lot insistiu tanto com eles que acederam e entraram em sua
casa. Lot preparou-lhes um banquete, mandou cozer pمes sem fermento e
eles comeram.
4. Mas, antes que se tivessem deitado, eis que os homens da
cidade, os homens de Sodoma, se agruparam em torno da casa, desde os
jovens até os velhos, toda a populaçمo.
5. E chamaram Lot: “Onde estمo, disseram-lhe, os homens que
entraram esta noite em tua casa? Conduze-os a nَs para que os
conheçamos.”
6. Saiu Lot a ter com eles no limiar da casa, fechou a porta
atrلs de si
7. e disse-lhes: “Suplico-vos, meus irmمos, nمo cometais este
crime.
8. Ouvi: tenho duas filhas que sمo ainda virgens, eu vo-las
trarei, e fazei delas o que quiserdes. Mas nمo façais nada a estes
homens, porque se acolheram à sombra do meu teto.”
9. Eles responderam: “Retira-te daي! – e acrescentaram: Eis um
indivيduo que nمo passa de um estrangeiro no meio de nَs e se arvora em
juiz! Pois bem, verلs como te havemos de tratar pior do que a eles.” E,
empurrando Lot com violência, avançaram para quebrar a porta.
10. Mas os dois (viajantes) estenderam a mمo e, tomando Lot para
dentro de casa, fecharam de novo a porta.
11. E feriram de cegueira os homens que estavam fora, jovens e
velhos, que se esforçavam em vمo por reencontrar a porta.
12. Os dois homens disseram a Lot: “Tens ainda aqui alguns dos
teus? Genros, ou filhos, ou filhas, todos os que sمo teus parentes na
cidade, faze-os sair deste lugar,
13. porque vamos destruir este lugar, visto que o clamor que se
eleva dos seus habitantes é enorme diante do Senhor, o qual nos enviou
para exterminل-los.”
14. Saiu Lot, pois, para falar a seus genros, que tinham
desposado suas filhas: “Levantai-vos, disse-lhes, saي daqui, porque o
Senhor vai destruir a cidade.” Mas seus genros julgaram que ele
gracejava.
15. Ao amanhecer, os anjos instavam com Lot, dizendo:
“Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que estمo em tua casa,
para que nمo pereças também no castigo da cidade.”
16. E, como ele demorasse, aqueles homens tomaram pela mمo a ele,
a sua mulher e as suas duas filhas, porque o Senhor queria salvل-los, e
o levaram para fora da cidade.
17. Quando jل estavam fora, um dos anjos disse-lhe: “Salva-te, se
queres conservar tua vida. Nمo olhes para trلs, e nمo te detenhas em
parte alguma da planيcie; mas foge para a montanha senمo perecerلs.”
18. Lot disse-lhes: “Oh, nمo, Senhor!
19. Jل que vosso servo encontrou graça diante de vَs, e usastes
comigo de grande bondade, conservando-me a vida, vede, eu nمo me posso
salvar na montanha, porque o flagelo me atingiria antes, e eu morreria.
20. Eis uma cidade bem perto onde posso abrigar-me. ة uma cidade
pequena e eu poderei refugiar-me nela. Permiti que o faça – ela é
pequena – e terei a vida salva.”
21. Ele disse-lhe: “Concedo-te ainda esta graça: nمo destruirei a
cidade a favor da qual me pedes.
22. Apressa-te e refugia-te lل porque nada posso fazer antes que
lل tenhas chegado.” Por isso, puseram àquela cidade o nome de Segor.
23. O sol levantava-se sobre a terra quando Lot entrou em Segor.
24. O Senhor fez entمo cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de
enxofre e de fogo, vinda do Senhor, do céu.
25. E destruiu essas cidades e toda a planيcie, assim como todos
os habitantes das cidades e a vegetaçمo do solo.
26. A mulher de Lot, tendo olhado para trلs, transformou-se numa
coluna de sal.
27. Abraمo levantou-se muito cedo e foi ao lugar onde tinha
estado antes com o Senhor.
28. Voltando os olhos para o lado de Sodoma e Gomorra e sobre
toda a extensمo da planيcie, viu subir da terra um fumo espesso como a
fumaça de uma grande fornalha.
29. Quando Deus destruiu as cidades da planيcie, lembrou-se de
Abraمo e livrou Lot do flagelo com que destruiu as cidades onde ele
habitava.
30. Lot partiu de Segor e veio estabelecer-se na montanha com
suas duas filhas, pois temia ficar em Segor. E habitava numa caverna com
suas duas filhas.
31. A mais velha disse à mais nova: “Nosso pai estل velho, e nمo
hل homem algum na regiمo com quem nos possamos unir, segundo o costume
universal.
32. Vem, embriaguemos nosso pai e durmamos com ele, para que
possamos nos assegurar uma posteridade.”
33. Elas fizeram, pois, o seu pai beber vinho naquela noite.
Entمo a mais velha entrou e dormiu com ele; ele, porém, nada notou, nem
quando ela se aproximou dele, nem quando se levantou.
34. No dia seguinte, disse ela à sua irmم mais nova: “Dormi ontem
com meu pai, façamo-lo beber vinho ainda uma vez, esta noite, e dormirلs
com ele para nos assegurarmos uma posteridade.”
35. Também naquela noite embriagaram seu pai, e a mais nova
dormiu com ele, sem que ele o percebesse, nem quando ela se aproximou,
nem quando se levantou.
36. Assim, as duas filhas de Lot conceberam de seu pai.
37. A mais velha deu à luz um filho, ao qual pôs o nome de Moab:
este é o pai dos moabitas, que vivem ainda hoje.
38. A mais nova teve também um filho, ao qual chamou Ben-Ami:
este é o pai dos amonitas, que vivem ainda hoje.
Capيtulo 20
1. Abraمo partiu dali para regiمo do Negeb. Estabeleceu-se entre
Cadés e Sur, e viveu algum tempo em Gerara.
2. Ele dizia de Sara, sua mulher, que ela era sua irmم. Abimelec,
rei de Gerara, arrebatou-lha.
3. Mas Deus apareceu em sonhos a Abimelec e disse-lhe: Vais
morrer, por causa da mulher que roubaste, porque é casada.
4. Abimelec, que nمo a tinha tocado (ainda), disse: Senhor,
fareis perecer mesmo inocentes?
5. Nمo me disse ele que ela era sua irmم? E ela mesma me disse: ة
meu irmمo. ة na simplicidade de meu coraçمo e com as mمos puras que fiz
isso.
6. Deus disse-lhe em sonhos: Sei que é na simplicidade do teu
coraçمo que agiste assim; por isso, preservei-te de pecar contra mim, e
nمo deixei que a tocasses.
7. Devolve agora a mulher deste homem, que é profeta, e ele
rogarل por ti para que conserves a vida. Mas, se nمo a devolveres, sabes
que morrerلs seguramente, tu e todos os teus.
8. Ao romper da manhم, Abimelec convocou todos os seus servos e
referiu-lhes essas coisas. Todos ficaram muito atemorizados.
9. Depois, Abimelec chamou Abraمo e disse-lhe: Que nos fizeste?
Em que te ofendi para que nos expusesses, a mim e ao meu reino, ao
castigo de um tمo grande pecado. Fizeste-me o que nمo devias fazer.
10. E ajuntou: Que tiveste em vista agindo assim?
11. Abraمo respondeu: Eu pensava comigo que nمo havia certamente
nenhum temor a Deus nesta terra, e que me matariam por causa de minha
mulher.
12. Aliلs, ela é realmente minha irmم, filha de meu pai, mas nمo
de minha mمe; ela tornou-se minha mulher.
13. Quando Deus me tirou da casa de meu pai, eu disse-lhe:
Faze-me esta graça: onde quer que formos, dirلs de mim que sou teu
irmمo.
14. Tomou entمo Abimelec ovelhas, bois, servos e servas, e deu-os
a Abraمo, ao mesmo tempo que lhe devolvia Sara, sua mulher.
15. E disse-lhe: Minha terra estل à tua disposiçمo: fixa-te onde
quiseres.
16. Disse também a Sara: Dou a teu irmمo mil moedas de prata:
isto te serل um véu sobre os olhos para todos aqueles que estمo contigo;
eis-te justificada.
17. Abraمo intercedeu junto de Deus, que curou Abimelec, sua
mulher e suas servas, e deram novamente à luz.
18. Porque o Senhor tinha ferido de esterilidade todas as
mulheres da casa de Abimelec, por causa de Sara, mulher de Abraمo.
Capيtulo 21
1. O Senhor visitou Sara, como ele tinha dito, e cumpriu em seu
favor o que havia prometido.
2. Sara concebeu e, apesar de sua velhice, deu à luz um filho a
Abraمo, no tempo fixado por Deus.
3. Abraمo pôs o nome de Isaac ao filho que lhe nascera de Sara.
4. E, passados oito dias do seu nascimento, circuncidou-o, como
Deus lhe tinha ordenado.
5. Abraمo tinha cem anos, quando nasceu o seu filho Isaac.
6. Sara disse: “Deus deu-me algo de que rir; e todos aqueles que
o souberem se rirمo de mim.”
7. E ajuntou: “Quem teria previsto que Sara amamentaria filhos a
Abraمo? Porque eu lhe dei um filho em sua velhice.”
8. O menino cresceu e foi desmamado. No dia em que foi desmamado,
Abraمo fez uma grande festa.
9. Sara viu que o filho nascido a Abraمo de Agar, a egيpcia,
escarnecia de seu filho Isaac,
10. e disse a Abraمo: “Expulsa esta escrava com o seu filho,
porque o filho desta escrava nمo serل herdeiro com meu filho Isaac.”
11. Isso desagradou muitيssimo a Abraمo, por causa de seu filho
Ismael.
12. Mas Deus disse-lhe: “Nمo te preocupes com o menino e com a
tua escrava. Faze tudo o que Sara te pedir, pois é de Isaac que nascerل
a posteridade que terل o teu nome.
13. Mas do filho da escrava também farei um grande povo, por ser
de tua raça.”
14. No dia seguinte, pela manhم, Abraمo tomou pمo e um odre de
لgua, e deu-os a Agar, colocando-os às suas costas, e despediu-a com seu
filho. Ela partiu, errando pelo deserto de Bersabéia.
15. Acabada a لgua do odre, deixou o menino sob um arbusto,
16. e foi assentar-se em frente, à distância de um tiro de
flecha, “porque, dizia ela, nمo quero ver morrer o menino”. Ela
assentou-se, pois, em frente e pôs-se a chorar.
17. Deus ouviu a voz do menino, e o anjo de Deus chamou Agar, do
céu, dizendo-lhe: “Que tens, Agar? Nada temas, porque Deus ouviu a voz
do menino do lugar onde estل.
18. Levanta-te, toma o menino e tem-no pela mمo, porque farei
dele uma grande naçمo.”
19. Deus abriu-lhe os olhos, e ela viu um poço, onde foi encher o
odre, e deu de beber ao menino.
20. Deus esteve com este menino. Ele cresceu, habitou no deserto
e tornou-se um hلbil flecheiro.
21. E habitou no deserto de Farم, e sua mمe tomou para ele uma
mulher egيpcia.
22. Por aquele tempo, Abimelec, acompanhado de Ficol, general do
seu exército, disse a Abraمo: “Deus estل contigo em tudo o que fazes.
23. Jura-me, pois, pelo nome de Deus, que nمo me enganarلs, nem a
mim, nem a meus filhos, nem aos meus descendentes, mas que usarلs para
comigo e com a terra onde habitas, da mesma benevolência que eu te tenho
testemunhado.”
24. “Eu juro”, respondeu Abraمo.
25. Mas Abraمo queixou-se a Abimelec por causa de um poço que os
seus homens lhe tinham tirado à força.
26. “Ignoro quem tenha feito isto, respondeu Abimelec; tu mesmo
nunca me disseste nada a respeito, e sَ hoje estou ouvindo falar disso.”
27. Abraمo tomou entمo ovelhas e bois e deu-os a Abimelec, e
fizeram aliança entre si.
28. Abraمo pôs à parte sete jovens ovelhas do rebanho.
29. “Que significam, disse-lhe o rei, estas sete ovelhinhas que
puseste à parte?
30. “Aceitarلs de minhas mمos estas sete ovelhinhas, respondeu
Abraمo, como testemunho de que fui eu que cavei este poço”.
31. Por isso deu-se àquele lugar o nome de Bersabéia; porque
ambos ali tinham jurado.
32. Foi assim que fizeram aliança em Bersabéia. Depois disso,
voltou Abimelec para a terra dos filisteus com Ficol, general do seu
exército.
33. Abraمo plantou um tamariz em Bersabéia e invocou ali o nome
do Senhor, Deus da eternidade.
34. Abraمo habitou muito tempo na terra dos filisteus.
Capيtulo 22
1. Depois disso, Deus provou Abraمo, e disse-lhe: “Abraمo!”
“Eis-me aqui”, respondeu ele.
2. Deus disse: “Toma teu filho, teu ْnico filho a quem tanto
amas, Isaac; e vai à terra de Moriل, onde tu o oferecerلs em holocausto
sobre um dos montes que eu te indicar.”
3. No dia seguinte, pela manhم, Abraمo selou o seu jumento. Tomou
consigo dois servos e Isaac, seu filho, e, tendo cortado a lenha para o
holocausto, partiu para o lugar que Deus lhe tinha indicado.
4. Ao terceiro dia, levantando os olhos, viu o lugar de longe.
5. “Ficai aqui com o jumento, disse ele aos seus servos; eu e o
menino vamos até lل mais adiante para adorar, e depois voltaremos a
vَs.”
6. Abraمo tomou a lenha do holocausto e a pôs aos ombros de seu
filho Isaac, levando ele mesmo nas mمos o fogo e a faca. E, enquanto os
dois iam caminhando juntos,
7. Isaac disse ao seu pai: “Meu pai!” “Que hل, meu filho?” Isaac
continuou: “Temos aqui o fogo e a lenha, mas onde estل a ovelha para o
holocausto?”
8. “Deus, respondeu-lhe Abraمo, providenciarل ele mesmo uma
ovelha para o holocausto, meu filho.” E ambos, juntos, continuaram o seu
caminho.
9. Quando chegaram ao lugar indicado por Deus, Abraمo edificou um
altar; colocou nele a lenha, e amarrou Isaac, seu filho, e o pôs sobre o
altar em cima da lenha.
10. Depois, estendendo a mمo, tomou a faca para imolar o seu
filho.
11. O anjo do Senhor, porém, gritou-lhe do céu: “Abraمo! Abraمo!”
“Eis-me aqui!”
12. “Nمo estendas a tua mمo contra o menino, e nمo lhe faças
nada. Agora eu sei que temes a Deus, pois nمo me recusaste teu prَprio
filho, teu filho ْnico.”
13. Abraمo, levantando os olhos, viu atrلs dele um cordeiro preso
pelos chifres entre os espinhos; e, tomando-o, ofereceu-o em holocausto
em lugar de seu filho.
14. Abraمo chamou a este lugar Javé-yiré, de onde se diz até o
dia de hoje: “Sobre o monte de Javé-Yiré.”
15. Pela segunda vez chamou o anjo do Senhor a Abraمo, do céu,
16. e disse-lhe: “Juro por mim mesmo, diz o Senhor: pois que
fizeste isto, e nمo me recusaste teu filho, teu filho ْnico, eu te
abençoarei.
17. Multiplicarei a tua posteridade como as estrelas do céu, e
como a areia na praia do mar. Ela possuirل a porta dos teus inimigos,
18. e todas as naçُes da terra desejarمo ser benditas como ela,
porque obedeceste à minha voz.”
19. Abraمo voltou entمo para os seus servos, e foram juntos para
Bersabéia, onde fixou sua residência.
20. Depois desses acontecimentos, vieram dizer a Abraمo: “Melca
deu também filhos a Nacor, teu irmمo:
21. Hus, o primogênito, Buz, seu irmمo, Camuel, pai de Arمo,
22. Cased, Azau, Feldas, Jedlaf e Batuel.”
23. (Batuel foi o pai de Rebeca.) Estes sمo os oito filhos que
Melca deu a Nacor, irmمo de Abraمo.
24. Sua concubina, chamada Reuma, teve também filhos: Tabée,
Gaam, Taas e Maaca.
Capيtulo 23
1. Sara viveu cento e vinte e sete anos: tal foi a duraçمo de sua
vida.
2. Ela morreu em Quiriat-Arbé, hoje Hebron, na terra de Canaم.
Abraمo veio para a prantear e chorar.
3. Abraمo, tendo-se retirado de junto da defunta, falou aos
filhos de Het, dizendo:
4. “Sou no meio de vَs um simples hَspede e estrangeiro;
concedei-me, nمo obstante, a propriedade de uma sepultura na vossa
terra, para que eu possa sepultar minha defunta mulher.”
5. Os filhos de Het responderam a Abraمo:
6. “Ouve-nos, meu Senhor: Tu és um prيncipe de Deus no meio de
nَs. Sepulta tua defunta no mais belo de nossos sepulcros. Ninguém de
nَs te recusarل o seu tْmulo para aي sepultar tua defunta.”
7. Entمo Abraمo levantou-se e, prostrando-se diante do povo
daquela terra, os filhos de Het,
8. disse-lhes: “Se me permitis trazer minha defunta e enterrل-la,
ouvi-me: Intercedei por mim junto de Efrom, filho de Seor,
9. para que ele me ceda a caverna de Macpela que lhe pertence, e
que se encontra na extremidade de sua terra. Que ele ma ceda em vossa
presença, por seu justo valor, a fim de que eu me torne o proprietلrio
dessa sepultura.”
10. Ora, Efrom achava-se assentado no meio dos filhos de Het.
Efrom, o hiteu, respondeu a Abraمo em presença dos filhos de Het e de
todos os que entravam pela porta da cidade:
11. “De forma alguma, meu Senhor, serل assim, mas ouve-me: dou-te
a terra, juntamente com a caverna que nela se encontra; e dou-te essa
terra em presença dos filhos do meu povo: enterra tua defunta.”
12. Abraمo prostrou-se diante do povo daquela terra
13. e, dirigindo-se a Efrom, diante de todos, disse: “Rogo-te que
me ouças: eu te dou o preço do campo; aceita-o de minhas mمos, e assim
enterrarei nele minha defunta.”
14. Efrom respondeu a Abraمo:
15. “Ouve-me, meu Senhor: uma terra no valor de quatrocentos
siclos de prata, entre ti e mim, o que é isto? Sepulta tua defunta.”
16. Abraمo aceitou as condiçُes de Efrom, e pesou o dinheiro que
ele tinha pedido na presença dos filhos de Het, isto é, quatrocentos
siclos de prata em moeda corrente no comércio.
17. A terra de Efrom, situada em Macpela, defronte de Mambré, a
terra na qual se encontra a caverna, e todas as لrvores que crescem ao
redor nos limites desta terra,
18. tornaram-se assim propriedade de Abraمo, em presença dos
filhos de Het e de todos aqueles que entravam pela porta da cidade.
19. E Abraمo sepultou Sara, sua mulher, na caverna de Macpela,
defronte de Mambré, hoje Hebron, na terra de Canaم.
20. A terra e a caverna que nela se encontra passaram, pois, dos
filhos de
Het para propriedade de Abraمo, a tيtulo de lugar de sepultura.
Capيtulo 24
1. O velho Abraمo estava avançado em idade, e o Senhor o tinha
abençoado em todas as coisas.
2. Abraمo disse ao servo mais antigo de sua casa, que
administrava todos os seus bens: “Mete tua mمo debaixo de minha coxa.
3. Quero que jures pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que nمo
escolherلs para mulher de meu filho nenhuma das filhas dos cananeus, no
meio dos quais habito;
4. mas irلs à minha terra, à minha parentela, e lل escolherلs uma
mulher para o meu filho Isaac.”
5. O servo respondeu: “Talvez essa mulher nمo me quererل seguir a
esta terra; nesse caso, poderei reconduzir o teu filho à terra de onde
saيste?”
6. “Guarda-te bem, disse-lhe Abraمo, de reconduzir para lل o meu
filho!
7. O Senhor Deus do céu, que me tirou da casa de meu pai e de
minha pلtria, que me disse e me jurou dar esta terra à minha
posteridade, este Senhor mandarل o seu anjo diante de ti, e tu
escolherلs lل uma mulher para o meu filho.
8. Mas, se ela nمo te quiser seguir, estarلs desobrigado do
juramento que te impus. Somente nمo reconduzas (de forma alguma) para lل
o meu filho.”
9. Pôs, entمo, o servo sua mمo debaixo da coxa de Abraمo, seu
senhor, e fez-lhe o juramento que ele pedia.
10. E, tendo tomado dez camelos do rebanho de seu senhor, partiu,
levando as mمos cheias das riquezas de Abraمo. E pôs-se a caminho,
andando para a Mesopotâmia, para a cidade de Nacor.
11. E fez descansar os camelos fora da cidade, perto de um poço.
Era pela tarde, à hora em que saيam as mulheres para ir buscar لgua.
12. “Senhor, disse ele, Deus de Abraمo, meu senhor, fazei-me
encontrar hoje o que desejo, e manifestar vossa bondade para com meu
senhor Abraمo.
13. Eis-me aqui, de pé, junto desta fonte onde as filhas dos
habitantes da cidade virمo buscar لgua.
14. Portanto, a donzela a quem eu disser: Inclina o teu cântaro,
por favor, para que eu beba –, e me responder: Bebe, e darei de beber
também aos teus camelos –, essa seja a que destina ao vosso servo Isaac.
Por isto conhecerei que manifestais vossa bondade para com meu senhor.”
15. Ainda nمo tinha acabado de falar, quando sobreveio, com um
cântaro aos ombros, Rebeca, filha de Batuel, filho de Melca, mulher de
Nacor, irmمo de Abraمo.
16. A jovem era extremamente bela, virgem, e homem algum a havia
possuيdo. Ela desceu à fonte, encheu o seu cântaro e ia voltando.
17. O servo correu-lhe ao encontro e disse-lhe: “Queres dar-me de
beber um pouco da لgua de teu cântaro?”
18. “Bebe, meu senhor”, respondeu ela. E prontamente inclinou o
cântaro sobre o seu braço para lhe dar de beber.
19. Tendo ele bebido, ela disse: “Vou buscar لgua também para os
teus camelos, para que todos bebam.”
20. E, despejando seu cântaro no bebedouro, correu a buscar لgua
de novo na fonte para todos os camelos.
21. O homem contemplava em silêncio, curioso por saber se o
Senhor tinha ou nمo tornado feliz a sua viagem.
22. Quando os camelos acabaram de beber, o homem tirou um anel de
ouro pesando meio siclo, e dois braceletes de ouro pesando dez siclos.
23. E disse à jovem: “Dize-me, por favor: De quem és filha?
Haveria na casa de teu pai um lugar para passarmos a noite?”
24. “Eu sou filha de Batuel, respondeu ela, o filho de Melca, que
ela deu à luz a Nacor.”
25. E ajuntou: “Hل em nossa casa palha e forragem em abundância,
e também lugar para passar a noite.”
26. Inclinou-se, entمo, o homem e prostrou-se diante do Senhor:
27. “Bendito seja, exclamou ele, o Senhor, o Deus de Abraمo, meu
senhor, que nمo faltou à sua bondade e à sua fidelidade para com ele. O
Senhor conduziu-me diretamente à casa dos parentes de meu senhor.”
28. A jovem foi correndo contar à sua mمe tudo o que se tinha
passado.
29. Rebeca tinha rim irmمo chamado Labمo. Este apressou-se em ir
ao encontro do homem que se encontrava junto da fonte.
30. Ele tinha visto o anel e os braceletes nas mمos de sua irmم,
e ouvido a narraçمo de sua irmم Rebeca: “Esse homem me disse isso e
aquilo.” Foi ele, pois, ao encontro do estrangeiro e o achou perto dos
camelos, na fonte.
31. “Vem, bendito do Senhor, disse ele, por que permaneces aي
fora? Preparei a casa e um lugar para os camelos.”
32. E o homem entrou na casa. Descarregaram os camelos,
deram-lhes palha e forragem, enquanto traziam ao estrangeiro e aos seus
companheiros لgua para lavar os pés.
33. Serviu-se-lhe em seguida de comer; mas ele disse: “Nمo
comerei nada enquanto nمo expuser o que tenho a dizer.” “Fala”, disse
Labمo.
34. “Eu sou, disse ele, escravo de Abraمo.
35. O Senhor encheu de bênçمos o meu senhor, que se tornou
poderoso; e deu-lhe ovelhas e bois, prata e ouro, servos e servas,
camelos e jumentos.
36. Sara, mulher do meu senhor, apesar de sua velhice, deu-lhe à
luz um filho, ao qual ele deu todos os seus bens.
37. Entمo o meu senhor fez-me jurar que eu nمo escolheria para o
seu filho uma mulher entre as filhas dos cananeus, em cuja terra ele
mora,
38. mas que viria à casa de seu pai, à sua famيlia, para aي
escolher uma mulher para o seu filho.
39. E eu disse-lhe: Talvez a mulher nمo me quererل seguir.
40. ‘O Senhor, respondeu-me ele, em cujo caminho sempre andei,
mandarل o seu anjo contigo e farل bem-sucedida a tua viagem: escolherلs
para o meu filho uma mulher de minha famيlia, na casa de meu pai.
41. Mas serلs desobrigado do juramento que me fazes, se, tendo
visitado minha parentela, encontrares oposiçمo e nمo fores recebido.’
42. Ora, chegando hoje à fonte, eu disse: Senhor, Deus de meu
senhor Abraمo, se vos dignardes tornar bem-sucedida a viagem que
empreendi (concedei-me isto:)
43. Ficarei perto da fonte; a jovem que vier buscar لgua, e a
quem eu disser: Deixa-me, por favor, beber um pouco da لgua de teu
cântaro,
44. e que me responder:‘Bebe, e buscarei também لgua para os teus
camelos’, essa serل a mulher que o Senhor destina ao filho de meu
senhor.
45. Eu nمo tinha ainda acabado de falar comigo mesmo, quando veio
Rebeca com o seu cântaro aos ombros, e desceu à fonte para buscar لgua.
Eu disse-lhe: Dل-me de beber, por favor.
46. E, descendo logo o cântaro dos seus ombros, ela me disse:
‘Bebe, e darei também de beber aos camelos.’
47. Perguntei-lhe entمo de quem era filha. Ela respondeu-me: ‘Sou
filha de Batuel, filho de Nacor, que Melca lhe deu à luz.’ Eu, pois,
coloquei o anel em suas narinas e os braceletes em seus punhos.
48. Inclinei-me, entمo, prostrando-me diante do Senhor, e
bendisse o Senhor, o Deus de meu senhor Abraمo, que me conduziu
diretamente ao lugar onde eu podia tomar a filha do parente de meu
senhor para o seu filho.
49. Agora, se quiserdes testemunhar afeiçمo e fidelidade ao meu
senhor, dizei-mo; senمo, dizei-mo também, para que eu tome outra
direçمo.”
50. Labمo e Batuel tomaram entمo a palavra: “Do Senhor veio tudo
isso, disseram eles. Nada temos a dizer.
51. Eis aي Rebeca: toma-a e parte. Que ela seja a mulher do filho
de teu senhor, como o Senhor disse.”
52. Ouvindo estas palavras, o servo de Abraمo prostrou-se por
terra diante do Senhor.
53. Tomando em seguida objetos de prata, objetos de ouro e
vestidos, ofereceu-os como presente a Rebeca. Ofereceu também ricos
presentes ao seu irmمo e à sua mمe.
54. Puseram-se entمo à mesa, ele e os seus companheiros, e
passaram a noite. Levantando-se no dia seguinte, disse o servo:
“Deixai-me partir para a casa do meu senhor.”
55. Ao que o irmمo e a mمe de Rebeca responderam: “Fique a jovem
ainda conosco alguns dias, ao menos dez dias; depois disto partirل.”
56. “Nمo me retenhais, tornou ele: pois que o Senhor fez
bem-sucedida a minha viagem, deixai-me partir e voltar para o meu
senhor.”
57. “Chamemos a jovem, disseram eles, e perguntemos-lhe o seu
parecer.”
58. Chamaram Rebeca e disseram-lhe: “Queres partir com este
homem?” “Sim”, respondeu ela.
59. Deixaram-na, pois, partir juntamente com sua ama-de-leite,
com o servo de Abraمo e seus companheiros.
60. Eles abençoaram-na, dizendo: “س nossa irmم: possas tu
tornar-te a mمe de milhares de mirيades! E possua a tua posteridade a
porta dos seus inimigos!”
61. Rebeca e suas servas levantaram-se, montaram nos camelos e
seguiram o homem. Este conduzindo Rebeca, pôs-se logo a caminho.
62. Entretanto, Isaac tinha voltado do poço de Lacai-Roi, e
habitava no Negeb.
63. Uma tarde em que saيra para meditar no campo, levantando os
olhos, viu alguns camelos que se aproximavam.
64. Rebeca também, tendo levantado os olhos, viu Isaac, e desceu
do camelo.
65. Ela disse ao servo de Abraمo: “Quem é aquele homem que vem ao
nosso encontro no campo?” “ة o meu senhor”, respondeu ele. E ela tomou
depressa o véu e cobriu-se.
66. O servo contou a Isaac tudo o que tinha feito.
67. E Isaac introduziu Rebeca na tenda de Sara, sua mمe.
Desposou-a, e ela tornou-se sua mulher muito amada. E desse modo Isaac
consolou-se da morte de sua mمe.
Capيtulo 25
1. Abraمo tomou outra mulher, chamada Cetura,
2. a qual lhe deu à luz Zamrم, Jecsم, Madم, Madiم, Jesboc e Sué.
3. Jecsم gerou Saba e Dadم (dos quais foram filhos os assurim, os
latussim e os laomim).
4. Os filhos de Madiم foram Efa, Ofer, Henoc, Abida e Eldaa.
Estes foram todos os filhos de Cetura.
5. Abraمo deu todos os seus bens a Isaac.
6. Quanto aos filhos de suas concubinas, sَ lhes deu presentes, e
despediu-os, ainda vivo, mandando-os para longe de seu filho Isaac, para
a terra do oriente.
7. Eis a duraçمo da vida de Abraمo: Ele viveu cento e setenta e
cinco anos,
8. e entregou sua alma, morrendo numa ditosa velhice, em idade
avançada e cheio de dias, e foi unir-se aos seus.
9. Isaac e Ismael, seus filhos, enterraram-no na caverna de
Macpela, situada na terra de Efrom, filho de Seor, o hiteu, defronte de
Mambré,
10. a terra que Abraمo tinha comprado aos filhos de Het. ة lل que
ele foi enterrado, com Sara, sua mulher.
11. Depois de sua morte, Deus abençoou seu filho Isaac, que
habitava perto do poço de Lacai-Roi.
12. Eis a descendência de Ismael, filho que Agar, a egيpcia,
escrava de Sara, dera à luz a Abraمo.
13. Estes sمo os nomes dos filhos de Ismael, segundo sua ordem de
nascimento: o primogênito de Ismael, Nebaiot; em seguida, Cedar, Adbeel,
Mabsم,
14. Masma, Duma, Massa,
15. Hadad, Tema, Jetur, Nafis e Cedma.
16. Tais sمo os filhos de Ismael, e estes sمo os seus nomes
segundo suas cidades e seus respectivos acampamentos, doze chefes de
suas tribos.
17. A duraçمo da vida de Ismael foi de cento e trinta e sete
anos, e depois ele entregou sua alma, e foi unir-se aos seus.
18. Seus filhos habitaram desde Hevila até Sur, que se encontra
defronte do Egito, na direçمo da Assيria. Ele se instalou assim em
frente de todos os seus irmمos.
19. Eis a histَria de Isaac, filho de Abraمo.
20. Abraمo gerou Isaac. Isaac tinha a idade de quarenta anos
quando se casou com Rebeca, filha de Batuel, o arameu, de Padم-Arم, e
irmم de Labمo, o arameu.
21. Isaac rogou ao Senhor por sua mulher, que era estéril. O
Senhor ouviu-o e Rebeca, sua mulher, concebeu.
22. Como as crianças lutassem no seu ventre, ela disse: “Se assim
é, por que me acontece isso?” E ela foi consultar o Senhor,
23. que lhe respondeu: “Tens duas naçُes no teu ventre; dois
povos se dividirمo ao sair de tuas entranhas. Um povo vencerل o outro, e
o mais velho servirل ao mais novo.”
24. Chegado o tempo em que ela devia dar à luz, eis que trazia
dois gêmeos no seu ventre.
25. O que saiu primeiro era vermelho, e todo peludo como um manto
de peles, e chamaram-no Esaْ. Saiu em seguida o seu irmمo, segurando
pela mمo o calcanhar de Esaْ, e deram-lhe o nome de Jacَ.
26. Isaac tinha sessenta anos quando eles vieram ao mundo.
27. Os meninos cresceram. Esaْ tornou-se um hلbil caçador, um
homem do campo, enquanto Jacَ era um homem pacيfico, que morava na
tenda.
28. Isaac preferia Esaْ, porque gostava de caça; Rebeca, porém,
se afeiçoou mais a Jacَ.
29. Um dia em que Jacَ preparava um guisado, voltando Esaْ
fatigado do campo,
30. disse-lhe: “Deixa-me comer um pouco dessa coisa vermelha,
porque estou muito cansado.” (ة por isso que lhe puseram o nome a Esaْ,
Edom.)
31. Jacَ respondeu-lhe: “Vende-me primeiro o teu direito de
primogenitura.”
32. “Morro de fome, que me importa o meu direito de
primogenitura?”
33. “Jura-mo, pois, agora mesmo”, tornou Jacَ. Esaْ jurou e
vendeu o seu direito de primogenitura a Jacَ.
34. Este deu-lhe pمo e um prato de lentilhas. Esaْ comeu, bebeu,
depois se levantou e partiu. Foi assim que Esaْ desprezou o seu direito
de primogenitura.
Capيtulo 26
1. Sobreveio uma fome à regiمo (além da primeira fome que houve
no tempo de Abraمo), e Isaac foi ter com Abimelec, rei dos filisteus em
Gerara.
2. O Senhor apareceu-lhe e disse-lhe: “Nمo desças ao Egito; fica
na terra que eu te indico.
3. Habita nela; eu estou contigo e te abençoarei, porque é a ti e
à tua posteridade que darei toda esta terra, e cumprirei o juramento que
fiz ao teu pai Abraمo.
4. Multiplicarei tua posteridade como as estrelas do céu,
dar-lhe-ei todas estas regiُes, e nela serمo benditas todas as naçُes da
terra,
5. porque Abraمo obedeceu à minha voz e observou os meus
preceitos, meus mandamentos e minhas leis.”
6. Isaac ficou, pois, em Gerara.
7. Quando os habitantes da regiمo o interrogavam a respeito de
sua mulher, ele dizia-lhes que era sua irmم, pois respondendo “ة minha
mulher”, temia que os homens daquele lugar o matassem por causa de
Rebeca, que era muito bela.
8. E, como sua estada ali se prolongasse, aconteceu que um dia,
olhando Abimelec pela janela, viu Isaac que acariciava Rebeca, sua
mulher.
9. Mandou chamل-lo e disse-lhe: “ة evidente que é tua mulher! E
como dizias tu que era tua irmم.” “Porque, respondeu Isaac, eu temia que
me matassem por causa dela.”
10. Abimelec replicou: “Que nos fizeste? Um pouco mais e alguém
do povo teria abusado de tua mulher, e terias atraيdo o pecado sobre
nَs!”
11. Entمo Abimelec mandou publicar diante de todo o povo que
seria morto quem quer que tocasse naquele homem ou em sua mulher.
12. Isaac semeou naquela terra, e colheu o cêntuplo naquele mesmo
ano; o Senhor o abençoava.
13. E este homem cresceu, e seus bens foram aumentando cada vez
mais; tornou-se extremamente rico.
14. Possuيa rebanhos de ovelhas e de bois e numerosos escravos. E
os filisteus o invejavam.
15. Por isso, entupiram todos os poços que tinham cavado os
escravos de seu pai Abraمo, quando este ainda vivia.
16. Abimelec disse-lhe: “Aparta-te de nَs, pois te tornaste muito
mais poderoso do que nَs.”
17. Partiu Isaac e, tendo levantado o seu acampamento no vale de
Gerara, habitou aي.
18. Abriu de novo os poços cavados outrora, no tempo de seu pai
Abraمo, que os filisteus tinham entupido depois de sua morte, e deu-lhes
os mesmos nomes que o seu pai lhes tinha dado.
19. Seus servos cavaram outro poço no vale, e encontraram ali uma
fonte de لgua viva.
20. Mas os pastores de Gerara começaram a disputar com os
pastores de Isaac: “Esta لgua é nossa”, diziam eles. Isaac chamou entمo
a esse poço Esec, porque lho tinham contestado.
21. Abriram seus pastores um segundo poço, mas surgiu uma outra
disputa, e por isso pôs-lhe o nome de Sitna.
22. Partindo em seguida dali, abriu outro poço, sobre o qual nمo
houve mais discussمo, e pôs-lhe o nome de Rehobot, “porque agora, disse
ele, o Senhor nos pôs ao largo, e prosperaremos na terra.”
23. Dali, Isaac subiu a Bersabéia.
24. Naquela mesma noite, o Senhor apareceu-lhe e disse-lhe: “Eu
sou o Deus de Abraمo, teu pai. Nada temas, estou contigo. Eu te
abençoarei e multiplicarei tua descendência por causa de Abraمo, meu
servo.”
25. Isaac construiu um altar nesse lugar e invocou o nome do
Senhor. Levantou depois ali sua tenda e seus escravos cavaram um poço.
26. Abimelec veio de Gerara procurل-lo, com Ocozat, seu amigo, e
Ficol, general do seu exército.
27. Isaac disse: “Por que me procurais, jل que me detestais e me
expulsastes do meio de vَs?”
28. Eles responderam: “Nَs vimos que o Senhor estل contigo, e
pensamos conosco: Haja um juramento entre nَs e ti. Queremos, pois,
fazer aliança contigo.
29. Jura que nمo nos farلs nenhum mal, assim como também nَs nمo
tocamos em nada do que é teu e sَ te temos feito bem, deixando-te partir
em paz. Agora, tu és o bendito do Senhor.”
30. Isaac preparou-lhes um banquete, e eles comeram e beberam.
31. No dia seguinte pela manhم, fizeram mutuamente os seus
juramentos; Isaac despediu-os em seguida, e eles afastaram-se dele em
paz.
32. Nesse mesmo dia, os escravos de Isaac vieram dar-lhe notيcias
do poço que estavam cavando: “Encontramos لgua”, disseram eles.
33. Ele pôs a esse poço o nome de Sibea. De onde vem o nome de
Bersabéia, nome que a cidade conserva até o dia de hoje.
34. Esaْ, com a idade de quarenta anos, tomou por mulheres
Judite, filha de Beeri, o hiteu, e Basemat, filha de Elon, o hiteu.
35. Elas foram um motivo de desgosto para Isaac e Rebeca.
Capيtulo 27
1. Isaac envelhecera e seus olhos enfraqueceram-se, de modo que
nمo podia ver. Chamou Esaْ, seu filho primogênito, e disse-lhe: “Meu
filho!” ” Eis-me aqui!”, respondeu ele.
2. Isaac disse: “Tu vês, estou velho e nمo sei quando vou morrer.
3. Toma as tuas armas, tua aljava e teu arco, vai ao campo e
mata-me uma caça.
4. Prepara-me depois um prato suculento, como sabes que gosto, e
traze-mo para que o coma e minha alma te abençoe antes que eu morra.”
5. (Ora, Rebeca ouviu atentamente enquanto Isaac falava ao seu
filho Esaْ.) E Esaْ partiu para o campo, a fim de matar e trazer a caça.
6. Rebeca disse a Jacَ, seu filho: “Acabo de ouvir teu pai dizer
ao teu irmمo Esaْ para que lhe traga uma caça
7. e lhe prepare um bom prato, a fim de comer e o abençoar diante
do Senhor antes de morrer.
8. Ouve-me, pois, meu filho, e faze o que te vou dizer.
9. Vai ao rebanho e traze-me dois belos cabritos. Prepararei com
eles um prato suculento para o teu pai, como ele gosta,
10. tu lho levarلs e ele comerل, a fim de que te abençoe antes de
morrer.”
11. “Mas, respondeu Jacَ à sua mمe, Esaْ, meu irmمo, é peludo,
enquanto eu sou de pele lisa.
12. Se meu pai me tocar, passarei aos seus olhos por um
embusteiro e atrairei sobre mim uma maldiçمo em lugar de bênçمo.”
13. “Tomo sobre mim esta maldiçمo, meu filho, disse sua mمe.
Ouve-me somente, e vai buscar o que te digo.”
14. Jacَ foi e trouxe os dois cabritos, com os quais sua mمe
preparou um prato suculento, como seu pai gostava.
15. Escolheu as mais belas vestes de Esaْ, seu filho primogênito,
que tinha em casa, e revestiu com elas Jacَ, seu filho mais novo.
16. Cobriu depois suas mمos, assim como a parte lisa do pescoço,
com a pele dos cabritos,
17. e pôs-lhe nas mمos o prato suculento e o pمo que tinha
preparado.
18. Jacَ foi para junto do seu pai e disse-lhe: “Meu pai!”
”Eis-me aqui! Quem és, meu filho?”
19. Jacَ respondeu: “Eu sou Esaْ, teu primogênito; fiz o que me
pediste. Levanta-te, assenta-te e come de minha caça, a fim de que tua
alma me abençoe.”
20. “Como encontraste caça tمo depressa, meu filho?” “ة que o
Senhor, teu Deus, fez que ela se apresentasse diante de mim.”
21. “Aproxima-te, entمo, meu filho, para que eu te apalpe e veja
se, de fato, és o meu filho Esaْ.”
22. Jacَ aproximou-se de Isaac, seu pai, que o apalpou e disse:
“A voz é a voz de Jacَ, mas as mمos sمo as mمos de Esaْ.”
23. E nمo o reconheceu, porque suas mمos estavam peludas como as
do seu irmمo Esaْ. E abençoou-o.
24. “Tu és bem o meu filho Esaْ?” Disse-lhe ele: “Sim.”
25. “(Entمo) serve-me, para que eu coma de tua caça, meu filho, e
minha alma te abençoe.” Jacَ serviu-lhe e ele comeu; e trouxe-lhe também
vinho, do qual ele bebeu.
26. Entمo Isaac, seu pai, disse-lhe: “Aproxima-te, meu filho, e
beija-me.”
27. E, aproximando-se Jacَ para lhe dar um beijo, Isaac sentiu o
perfume de suas vestes, e o abençoou nestes termos. “Sim. o odor de meu
filho é como o odor de um campo que o Senhor abençoou.
28. Deus te dê o orvalho do céu e a gordura da terra, uma
abundância de trigo e de vinho!
29. Sirvam-te os povos e prostrem-se as naçُes diante de ti! Sê o
senhor dos teus irmمos, e curvem-se diante de ti os filhos de tua mمe!
Maldito seja quem te amaldiçoar e bendito quem te abençoar!”
30. Apenas Isaac acabara de abençoar Jacَ, e este saيra de junto
do seu pai, chegou Esaْ da caça.
31. Preparou também ele um prato suculento e trouxe-o ao seu pai,
dizendo: “Levanta-te, meu pai, e come da caça do teu filho, a fim de que
tua alma me abençoe.”
32. “Quem és tu?”, perguntou-lhe seu pai Isaac. “Eu sou o teu
filho primogênito Esaْ.”
33. Entمo Isaac, tomado de emoçمo violenta, exclamou: “Quem é,
pois, aquele que foi à caça e me trouxe o prato que eu comi antes que tu
voltasses? Eu o abençoei, e ele serل bendito.”
34. Ouvindo estas palavras de seu pai, Esaْ soltou um grito cheio
de amargura, e disse-lhe: “Abençoa-me também a mim, meu pai!”
35. “Teu irmمo, respondeu-lhe Isaac, veio, fraudulentamente,
tomar a tua bênçمo.”
36. Esaْ disse entمo: “Serل porque ele se chama Jacَ que me
suplantou jل duas vezes? Tirou-me meu direito de primogenitura, e eis
que agora me rouba minha bênçمo!” E ajuntou: “Nمo reservaste,
porventura, uma bênçمo também para mim?”
37. Isaac respondeu-lhe: “Eu o constituي teu senhor, e dei-lhe
todos os seus irmمos por servos e o estabeleci na posse do trigo do
vinho. Que posso ainda fazer por ti, meu filho?”
38. Esaْ disse ao seu pai: “Entمo sَ tens uma bênçمo, meu pai?
Abençoa-me também a mim, meu pai!” E pôs-se a chorar.
39. Isaac tomou a palavra: “Eis, disse ele, que a tua habitaçمo
serل desprovida da gordura da terra e do orvalho que desce dos céus.
40. Viverلs de tua espada, servindo o teu irmمo, mas, se te
libertares, quebrarلs o seu jugo de cima do teu pescoço.”
41. Esaْ concebeu َdio por Jacَ por causa da bênçمo que lhe tinha
dado seu pai e disse em seu coraçمo: “Virمo os dias do luto de meu pai,
e matarei meu irmمo Jacَ.”
42. E foram referidas a Rebeca estas palavras do seu filho
primogênito. Ela mandou chamar seu filho mais novo, Jacَ, e disse-lhe:
“Teu irmمo Esaْ quer matar-te para se vingar de ti.
43. Escuta-me, pois, meu filho: vai, foge para junto de Labمo,
meu irmمo, em Harم;
44. fica em casa dele algum tempo, até que se acalme a cَlera do
teu irmمo.
45. Assim que passar a sua cَlera e tiver ele esquecido do que
lhe fizeste, mandar-te-ei buscar. Por que perderia eu vocês dois num sَ
dia?”
46. Rebeca disse a Isaac: “Estou desgostosa da vida por causa das
filhas de Het. Se Jacَ tomar uma mulher entre as filhas de Het, para que
ainda viver?”
Capيtulo 28
1. Isaac chamou Jacَ e o abençoou, dando-lhe esta ordem: “Nمo
desposarلs uma filha de Canaم:
2. Mas vai a Padم-Arم, à casa de Batuel, pai de tua mمe, e
escolhe lل uma mulher entre as filhas de Labمo, irmمo de tua mمe.
3. Deus todo-poderoso te abençoe, te faça crescer e multiplicar,
de sorte que te tornes uma multidمo de povos.
4. Dê-te ele, como também à tua posteridade, a bênçمo de Abraمo,
a fim de que possuas a terra onde moras, e que Deus deu a Abraمo.”
5. Isaac despediu Jacَ, e este partiu para Padم-Arم, para a casa
de Labمo, filho de Batuel, o arameu, irmمo de Rebeca, a mمe de Jacَ e de
Esaْ.
6. Ora, Esaْ viu que seu pai tinha abençoado Jacَ, e o tinha
enviado a Padم-Arم para aي tomar uma mulher e que, depois de o ter
abençoado, lhe proibira desposar uma filha de Canaم.
7. Viu também que Jacَ, obedecendo aos seus pais, partira para
Padم-Arم.
8. E, compreendendo que as filhas de Canaم nمo eram bem vistas
pelo seu pai,
9. foi à casa de Ismael e tomou por mulher, além daquelas que jل
tinha, a Maelet, filha de Ismael, filho de Abraمo, irmم de Nabaiot.
10. Jacَ, partindo de Bersabéia, tomou o caminho de Harم.
11. Chegou a um lugar, e ali passou a noite, porque o sol jل se
tinha posto. Serviu-se como travesseiro de uma das pedras que ali se
encontravam, e dormiu naquele mesmo lugar.
12. E teve um sonho: via uma escada, que, apoiando-se na terra,
tocava com o cimo o céu; e anjos de Deus subiam e desciam pela escada.
No alto estava o Senhor,
13. que lhe dizia: “Eu sou o Senhor, o Deus de Abraمo, teu pai e
o Deus de Isaac; darei a ti e à tua descendência a terra em que estلs
deitado.
14. Tua posteridade serل tمo numerosa como os grمos de poeira no
solo; tu te estenderلs, para o ocidente e para o oriente, para o norte e
para o meio-dia, e todas as famيlias da terra serمo benditas em ti e em
tua posteridade.
15. Estou contigo, para te guardar onde quer que fores, e te
reconduzirei a esta terra, e nمo te abandonarei sem ter cumprido o que
te prometi.”
16. Jacَ, despertando de seu sono, exclamou: “Em verdade, o
Senhor estل neste lugar, e eu nمo o sabia!”
17. E, cheio de pavor, ajuntou: “Quمo terrيvel é este lugar! ة
nada menos que a casa de Deus; é aqui, a porta do céu.”
18. No dia seguinte, pela manhم, tomou Jacَ a pedra: sobre a qual
repousara a cabeça e a erigiu em estela, derramando َleo sobre ela.
19. Deu o nome de Betel a este lugar, que antes se chamava Luz.
20. Jacَ fez entمo este voto: “Se Deus for comigo, se ele me
guardar durante esta viagem que empreendi, e me der pمo para comer e
roupa para vestir,
21. e me fizer voltar em paz casa paterna, entمo o Senhor serل o
meu Deus.
22. Esta pedra da qual fiz uma estela serل uma casa de Deus, e
pagarei o dيzimo de tudo o que me derdes.”
Capيtulo 29
1. Jacَ pôs-se de novo a caminho e foi para a terra dos filhos do
oriente.
2. Olhando em torno de si, viu no campo um poço junto do qual
estavam deitados três rebanhos de ovelhas. Este poço servia de bebedouro
para os rebanhos. Mas, sendo grande a pedra que cobria a abertura do
poço
3. somente a removiam de cima quando todos os rebanhos fossem
recolhidos. Davam entمo de beber aos animais e recolocavam a pedra no
seu lugar.
4. Jacَ disse aos pastores: “Meus irmمos, de, onde sois?” “Somos
de Harم”, responderam.
5. “Conheceis porventura Labمo, filho de Nacor?” “Sim.”
6. “Como vai ele?” “Vai muito bem; e eis justamente sua filha
Raquel que vem com o rebanho.”
7. “ة ainda pleno dia, tornou Jacَ, e nمo é hora de se recolherem
os rebanhos. Dai de beber às ovelhas e levai-as de novo ao pasto.”
8. “Nمo o podemos, responderam eles, antes que todos os rebanhos
estejam reunidos. Tiramos entمo a pedra de cima do poço e damos de beber
aos animais.”
9. Falava ainda com eles, quando chegou Raquel com o rebanho do
seu pai, porque era pastora.
10. Logo que Jacَ viu Raquel, filha de Labمo, irmمo de sua mمe,
aproximou-se, rolou a pedra de cima da boca do poço e deu de beber às
ovelhas de Labمo.
11. Depois beijou Raquel e pôs-se a chorar.
12. Contou-lhe que era parente de seu pai e filho de Rebeca; e
ela correu a anunciar isto ao seu pai.
13. Tendo Labمo ouvido falar de Jacَ, filho de sua irmم,
correu-lhe ao encontro, abraçou-o, beijou-o e o conduziu à sua casa.
Jacَ contou-lhe tudo o que se tinha passado,
14. e Labمo disse-lhe: “Sim, tu és de meus ossos e de minha
carne.” Jacَ ficou em casa dele um mês inteiro.
15. E Labمo disse-lhe: “Acaso, porque és meu parente,
servir-me-لs de. raça? Dize-me que salلrio queres.”
16. Ora, Labمo tinha duas filhas: a mais velha chamava-se Lia, e
a mais nova Raquel.
17. Lia tinha os olhos embaciados, e Raquel era bela de talhe e
rosto.
18. Jacَ, que amava Raquel, disse a Labمo: “Eu te servirei sete
anos por Raquel tua filha mais nova.”
19. “E melhor, respondeu Labمo, dل-la a ti que a outro: fica
comigo.”
20. Assim, Jacَ serviu por Raquel sete anos, que lhe pareceram
dias, tمo grande era o amor que lhe tinha.
21. Disse, pois, a Labمo: “Dل-me minha mulher, porque estل
completo o meu tempo e quero desposل-la.”
22. Labمo reuniu. todos os habitantes do lugar e deu um banquete.
23. Mas, à noite, conduziu, Lia a Jacَ, que se uniu com ela.
24. E deu à sua filha Lia, sua escrava Zelfa.
25. Pela manhم, viu Jacَ que tinha ficado com Lia. E disse a
Labمo: “Que me fizeste? Nمo foi por Raquel que te servi? Por que me
enganaste?”
26. “Aqui, respondeu Labمo, nمo é costume casar a mais nova antes
da mais velha.
27. Acaba a semana com esta, e depois te darei também sua irmم,
na condiçمo que me sirvas ainda sete anos.”
28. Assim fez Jacَ: acabou a semana com Lia, e depois lhe deu
Labمo por mulher sua filha Raquel,
29. dando por serva a Raquel sua escrava Bala.
30. Jacَ uniu-se também a Raquel, a quem amou mais do que a Lia.
E serviu ainda por sete anos em casa de Labمo.
31. O Senhor, vendo que Lia era desprezada, tornou-a fecunda
enquanto Raquel permanecia estéril.
32. Lia concebeu e deu à luz um filho, ao qual chamou Rubem,
“porque, dizia ela, o Senhor olhou minha afliçمo; agora meu marido me
amarل”.
33. Concebeu de novo e deu à luz outro filho. “O Senhor, disse
ela, vendo que era desdenhada, deu-me ainda este.” E pôs-lhe o nome de
Simeمo.
34. Concebeu ainda e deu à luz mais um filho. “Desta vez, disse
ela, meu marido se apegarل a mim, porque jل lhe dei à luz três filhos.”
Por isso deu-lhe o nome de Levi.
35. Concebeu ainda e deu à luz um filho. E disse: “Desta vez,
louvarei ao Senhor.” E chamou-o Judل. Depois cessou de ter filhos.
Capيtulo 30
1. Raquel, vendo que nمo dava filhos a Jacَ, teve inveja de sua
irmم: “Dل-me filhos, disse ela ao seu marido, senمo morro!”
2. E Jacَ irritou-se com ela. “Acaso, disse ele, posso eu pôr-me
no lugar de Deus que te recusou a fecundidade?”
3. Ela respondeu: “Eis minha serva Bala: toma-a. Que ela dê à luz
sobre os meus joelhos e assim, por ela, terei também filhos.”
4. Deu-lhe, pois, por mulher sua escrava Bala, da qual se
aproximou Jacَ.
5. Bala concebeu e deu à luz um filho a Jacَ.
6. Disse entمo Raquel: “Deus fez-me justiça. Ele ouviu minha voz
e deu-me um filho.” Por isso ela o chamou Dم.
7. Bala, escrava de Raquel, concebeu de novo e deu à luz um
segundo filho a Jacَ.
8. Raquel disse: “Lutei contra minha irmم junto de Deus, e
venci!” E deu ao menino o nome de Neftali.
9. Lia, vendo que nمo concebia mais, tomou sua escrava Zelfa e
deu-a por mulher a Jacَ.
10. Zelfa, escrava de Lia, deu à luz um filho a Jacَ.
11. Lia disse: “Que sorte!” E chamou-o Gad.
12. Zelfa, escrava de Lia, deu à luz um segundo filho a Jacَ.
13. Lia disse: “Que felicidade! As mulheres me chamarمo ditosa.”
E chamou-o Aser.
14. Um dia, por ocasiمo da ceifa, Rubem saiu ao campo e, tendo
encontrado umas mandrلgoras, levou-as à sua mمe Lia. Raquel disse a Lia:
“Rogo-te que me dês as mandrلgoras do teu filho.”
15. Lia respondeu: “Jل nمo é bastante o teres tomado meu marido,
para que queiras ainda as mandrلgoras do meu filho?” “Pois bem, tornou
Raquel, em troca das mandrلgoras do teu filho, que ele durma contigo
esta noite.”
16. ہ noite, quando Jacَ voltou do campo, Lia saiu-lhe ao
encontro: “Vem comigo, disse-lhe ela, eu te aluguei em troca das
mandrلgoras do meu filho.” E Jacَ dormiu com ela aquela noite.
17. Deus ouviu Lia, que concebeu e deu à luz um quinto filho a
Jacَ.
18. “Deus, disse ela, recompensou-me por eu ter dado minha
escrava ao meu marido.” E o chamou Issacar.
19. Lia concebeu ainda e deu à luz um sexto filho a Jacَ.
20. E disse: “Deus deu-me um belo presente; agora meu marido
habitarل comigo, pois que lhe dei à luz seis filhos.” E o chamou
Zabulon.
21. Depois disso, deu à luz uma filha, a quem chamou Dina.
22. Lembrou-se Deus de Raquel, ouviu-a e tornou-a fecunda.
23. Raquel concebeu e deu à luz um filho. “Deus, disse ela, tirou
o meu oprَbrio.”
24. E chamou-o José, dizendo: “Dê-me o Senhor ainda outro filho!”
25. Tendo Raquel dado à luz José, Jacَ disse a Labمo: “Deixa-me
partir para a minha casa, na minha terra.
26. Dل-me minhas mulheres e meus filhos, pelos quais te servi, a
fim de que eu me vل; tu sabes quanto tempo servi em tua casa.”
27. Labمo respondeu-lhe: “Se achei graça aos teus olho...
reconheço que o Senhor me abençoou por causa de ti.
28. Fixa-me o que devo dar-te, ajuntou ele, e dar-te-ei.”
29. Jacَ disse-lhe: “Tu sabes como te tenho servido, e como
aumentaram os teus rebanhos graças a mim.
30. Tinhas pouca coisa, antes de minha chegada, e tudo aumentou
depois. O Senhor abençoou-te a cada um dos meus passos. Agora, quanto a
mim, quando trabalharei eu para minha casa?”
31. “Que te hei de dar?”, disse Labمo. Jacَ respondeu: “Nمo me
darلs nada. Se aceitas o que te vou propor, continuarei a apascentar e
guardar o teu rebanho.
32. Vou hoje passar pelo meio de todos os teus rebanhos e pôr à
parte, entre os cordeiros, todo o animal manchado, malhado ou negro, e
entre as cabras, tudo o que é manchado ou malhado: isto serل o meu
salلrio.
33. Minha justiça testemunharل em meu favor para o futuro, quando
vieres verificar o meu salلrio: tudo o que nمo for malhado ou manchado
entre as cabras e negro entre os cordeiros, considerar-se-ل como
roubado.”
34. “Estل bem, disse Labمo, seja como dizes.”
35. Naquele mesmo dia, pôs ele à parte os bodes malhados e
manchados, todas as cabras malhadas ou manchadas, todas aquelas que
estavam marcadas de branco, e todos os cordeiros negros; confiou-os aos
seus filhos,
36. e pôs à distância de três dias de jornada entre ele e Jacَ, o
qual apascentava o resto do rebanho de Labمo.
37. Jacَ tomou entمo varas verdes de لlamo, de amendoeira e de
plلtano; tirou-lhes parte da casca, fazendo faixas brancas e deixando a
nu o samo.
38. Colocou as varas assim preparadas sob os olhos das ovelhas,
nas pias e nos bebedouros onde vinham beber. Indo a beber, entravam em
calor.
39. E como entrassem no calor do coito diante dessas varas,
concebiam cordeiros riscados, manchados e malhados.
40. Jacَ punha-os à parte, e voltava a face dos animais para o
que era malhado e negro no rebanho de Labمo. Constituiu assim rebanhos
para si, que nمo se misturaram aos de Labمo.
41. Além disso, Jacَ sَ punha suas varas nos bebedouros sob os
olhos das ovelhas em calor, a fim de que seu coito se fizesse perto das
varas, quando se tratava de ovelhas vigorosas.
42. Quando eram fracas, nمo punha as varas, de sorte que os
cordeiros raquيticos eram para Labمo e os vigorosos para ele.
43. Este homem tornou-se assim extremamente rico, e teve muitos
rebanhos, escravas e escravos, camelos e jumentos.
Capيtulo 31
1. Jacَ ouviu as palavras dos filhos de Labمo, que diziam: “Jacَ
tomou tudo o que é de nosso pai, e é às suas custas que ele se tornou de
tal forma rico.”
2. Observou também, pela fisionomia de Labمo, que este nمo tinha
mais para com ele os sentimentos de antes.
3. O Senhor disse a Jacَ: “Volta para a terra dos teus pais, para
a tua parentela, e eu estarei contigo.”
4. Entمo Jacَ mandou Raquel e Lia vir ao campo junto dos seus
rebanhos:
5. “Vejo, disse-lhes ele, pelo semblante de vosso pai, que ele
nمo é mais para comigo o mesmo que antes. Mas o Deus de meu pai estل
comigo.
6. Sabeis que servi a vosso pai o melhor que pude,
7. enquanto ele zombou de mim, mudando dez vezes o meu salلrio;
mas Deus nمo lhe permitiu causar-me prejuيzo.
8. Quando ele dizia: os animais malhados serمo o teu salلrio,
todas as ovelhas davam à luz cordeiros malhados, e se dizia: os animais
riscados serمo o teu salلrio, todas as ovelhas davam à luz cordeiros
riscados.
9. Foi Deus mesmo que tomou o rebanho de vosso pai para me dar.
10. No tempo em que os animais deviam conceber, eu levantava os
olhos e via em sonhos que os bodes que cobriam as cabras eram listados,
malhados e manchados.
11. Um anjo de Deus disse-me em sonhos: Jacَ! Eis-me aqui,
respondi.
12. Levanta os olhos e vê: todos os bodes que cobrem as cabras
sمo listados, malhados e manchados, porque eu vi tudo o que te fez
Labمo.
13. Eu sou o Deus de Betel, onde tu me consagraste uma estela e
me fizeste um voto. Agora, vamos, sai daqui e volta para a terra de tua
famيlia.”
14. Raquel e Lia responderam: “Resta-nos porventura ainda alguma
parte de herança na casa de nosso pai?
15. Nمo nos tratou ele como estrangeiras, vendendo-nos e
devorando o nosso dinheiro?
16. Toda a riqueza, que Deus tomou de nosso pai, é para nَs e
para nossos filhos. Faze, pois, o que Deus te disse.”
17. Levantou-se, pois, Jacَ, e fez montar seus filhos e suas
mulheres nos camelos.
18. Levou consigo todos os seus rebanhos, todos os bens que tinha
ajuntado, o rebanho que lhe pertencia, adquirido em Padم-Arم, e partiu
para junto de seu pai Isaac, na terra de Canaم.
19. Raquel, aproveitando um momento em que seu pai fora tosquiar
suas ovelhas, roubou os terafim de seu pai;
20. e Jacَ enganou Labمo, o arameu, ocultando-lhe sua fuga.
21. Fugindo, pois, com tudo o que era seu, atravessou o rio e
dirigiu-se para a montanha de Galaad.
22. Três dias depois, soube Labمo da fuga de Jacَ.
23. E, tomando consigo seus irmمos, perseguiu-o durante sete dias
de marcha, e alcançou-o na montanha de Galaad.
24. Deus, porém, apareceu num sonho noturno a Labمo, o arameu, e
disse-lhe: “Guarda-te de dizer algo a Jacَ.”
25. Labمo alcançou, pois, Jacَ. Este havia levantado sua tenda na
montanha, enquanto Labمo e seus irmمos tinham plantado a sua na montanha
de Galaad.
26. Labمo disse a Jacَ: “Que fizeste? Tu me enganaste, e
conduziste minhas filhas como prisioneiras de guerra!
27. Por que fugiste dessa forma, e me lograste em lugar de me
avisar? Eu te teria despedido com manifestaçُes de jْbilo e com
cânticos, ao som do tamborim e da harpa.
28. Nمo me deixaste beijar meus filhos e minhas filhas!
Procedeste como um insensato.
29. Eu poderia agora fazer-vos mal, mas o Deus de teu pai
disse-me na ْltima noite: Guarda-te de dizer algo a Jacَ.
30. E, se partiste somente porque tinhas saudade da casa paterna,
entمo por que roubaste os meus deuses?”
31. Jacَ respondeu-lhe: “Tive medo, ao pensar que poderias
tirar-me tuas filhas;
32. quanto aos teus deuses, porém, seja morto aquele que os tiver
consigo! Examina o que estل comigo, em presença de nossos parentes, e
retoma o que é teu.” Ora, Jacَ ignorava o roubo de Raquel.
33. Labمo entrou na tenda de Jacَ, na de Lia e na das duas
escravas, mas nada encontrou. Saindo da tenda de Lia, entrou na de
Raquel.
34. Esta havia tomado os terafim e, colocando-os na sela do
camelo, sentou-se em cima. Labمo revistou toda a tenda, sem nada
encontrar.
35. Raquel disse ao seu pai: “Nمo se irrite o meu senhor, se nمo
posso levantar-me em sua presença, pois acho-me agora com a indisposiçمo
que costuma vir às mulheres.” Revistou, pois, mas nمo encontrou os
terafim.
36. Jacَ encolerizou-se entمo contra Labمo, e acabrunhou-o de
censuras: “Qual é o meu crime?, disse-lhe ele. Qual é o meu pecado, para
que te irrites desse modo contra mim?
37. Revistaste todas as minhas bagagens: que encontraste do que é
teu? Mostra-me aqui em presença de meus parentes e dos teus, e sejam
eles juيzes entre nَs dois.
38. Hل vinte anos que estou em tua casa: tuas ovelhas e tuas
cabras nمo abortaram, nمo comi os carneiros do teu rebanho.
39. Nunca te trouxe os animais estraçalhados pelas feras. Eu os
repunha, pois tu o exigias, quer fossem roubados de dia, quer de noite.
40. Eu era queimado de dia pelo calor, e de noite pelo frio, e o
sono fugia dos meus olhos.
41. Eis jل vinte anos que estou em tua casa; servi-te catorze
anos por tuas duas filhas, seis anos pelos teus rebanhos, e dez vezes
modificaste o meu salلrio.
42. Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraمo, o Deus terrيvel de
Isaac nمo se tivesse posto de meu lado, tu me terias hoje despedido com
as mمos vazias. Deus viu minhas penas e meus trabalhos, e na ْltima
noite ele pronunciou-se.
43. Labمo respondeu a Jacَ: “Estas filhas sمo minhas filhas,
estes filhos, meus filhos, e estes rebanhos, meus rebanhos: tudo o que
vês é meu. Que farei eu agora contra minhas filhas, ou contra os filhos
que elas deram ao mundo?
44. Vamos, façamos juntos um pacto que nos sirva de testemunho a
nَs dois.”
45. Jacَ tomou uma pedra e erigiu-a em estela,
46. e disse aos seus parentes: “Trazei pedras.” E, tendo juntado
muitas, fizeram um monte, sobre o qual comeram.
47. Labمo chamou-o Yegar-Saaduta, e Jacَ, Galaad.
48. Labمo disse: “Este monte é hoje testemunha entre mim e ti”,e
por isso deu-se-lhe o nome de Galaad,
49. e também Mitspa, porque Labمo disse ainda: “Que o Senhor nos
vigie a nَs ambos, quando nَs nos tivermos despedido um do outro.
50. Se maltratares minhas filhas, e se tomares outras mulheres
além delas, nمo é um homem que estarل conosco. Mas toma cuidado, pois é
Deus que serل testemunha entre nَs.”
51. Labمo disse ainda a Jacَ: “Vês este monte de pedras e esta
estela que levantei entre mim e ti.
52. Este monte é testemunho, e igualmente esta estela, de que eu
nمo ultrapassarei este monte para o teu lado, e que tu nمo ultrapassarلs
este monte e esta estela para o meu lado para nos fazer mal.
53. O Deus de Abraمo, o Deus de Nacor, o Deus de seus pais seja
juiz entre nَs!” E Jacَ jurou pelo Deus terrيvel de Isaac.
54. Ofereceu um sacrifيcio sobre a montanha e convidou seus
parentes para comer. Comeram e passaram a noite na montanha.
55. No dia seguinte pela manhم, Labمo beijou seus filhos e suas
filhas; abençoou-os e retomou o caminho de sua casa.
Capيtulo 32
1. Jacَ prossegui o seu caminho e encontrou uns anjos de Deus.
2. Ao vê-los, exclamou: “ة aqui o acampamento de Deus!” Por isso
deu àquele lugar o nome de Maanaim.
3. Despachou diante de si mensageiros a seu irmمo Esaْ, na terra
de Seir, nos campos de Edom.
4. E deu-lhes esta ordem: “Eis o que direis ao meu senhor Esaْ:
Assim fala o teu servo Jacَ: Habitei em casa de Labمo onde estive até o
dia de hoje.
5. Possuo bois, jumentos, ovelhas, servos e servas, e mando agora
anunciل-lo ao meu senhor para encontrar graça diante dele.”
6. Os mensageiros voltaram a Jacَ, dizendo: “Fomos ter com Esaْ:
ele vem ao teu encontro com quatrocentos homens.”
7. Jacَ foi tomado de pavor e de angْstia. Dividiu em dois grupos
a gente que estava com ele, assim como as ovelhas, os bois e os camelos.
8. “Se Esaْ, disse ele consigo, atacar um dos grupos e o
destruir, ao menos o outro se salvarل.”
9. Depois Jacَ disse: “Deus de meu pai Abraمo, Deus de meu pai
Isaac, Senhor que me dissesses: Volta para a tua terra, para o meio de
tua parentela, e eu te beneficiarei,
10. eu sou indigno de todos os favores e de toda a fidelidade que
tendes testemunhado ao vosso servo. Sَ tinha o meu bastمo quando
atravessei este Jordمo, e eis que possuo agora dois acampamentos.
11. Salvai-me, eu vos peço, das mمos de meu irmمo Esaْ, pois temo
que ele me venha atacar, sem poupar nem mمe nem filhos.
12. Entretanto, vَs me dissestes: Eu te beneficiarei e tornarei
tua posteridade inumerلvel como os grمos de areia do mar.”
13. Jacَ passou a noite naquele lugar. Escolheu entre os bens que
possuيa um presente para o seu irmمo Esaْ:
14. duzentas cabras, vinte bodes, duzentas ovelhas, vinte
carneiros,
15. trinta camelas com suas crias, quarenta vacas, dez touros,
vinte jumentas e dez jumentos.
16. Entregou-os aos servos, cada rebanho à parte, e disse-lhes:
“Ide adiante de mim, e haja uma distância entre cada rebanho.”
17. E deu esta ordem ao primeiro: “Quando meu irmمo Esaْ te
encontrar e te perguntar quem és, aonde vais, e a quem pertence o
rebanho que conduzes,
18. responderلs: Pertence ao teu servo Jacَ; é um presente que
ele manda ao meu senhor Esaْ; ele mesmo vem atrلs de nَs.”
19. Deu a mesma ordem ao segundo, ao terceiro e a todos os que
conduziam os rebanhos: “Quando encontrardes Esaْ, disse ele, vَs lhe
direis a mesma coisa.
20. E direis que seu servo Jacَ vos segue.” “Eu o aplacarei,
pensou ele, com este presente que me precede; e depois o verei
pessoalmente; talvez me farل ele bom acolhimento.”
21. Foi, pois, o presente adiante dele, e ele ficou aquela noite
no acampamento.
22. Naquela mesma noite ele se levantou com suas duas mulheres,
suas duas servas e seus onze filhos e passou o vau do Jaboc.
23. Tomou-os, e os fez passar a torrente com tudo o que lhe
pertencia.
24. Jacَ ficou sَ; e alguém lutava com ele até o romper da
aurora.
25. Vendo que nمo podia vencê-lo, tocou-lhe aquele homem na
articulaçمo da coxa e esta deslocou-se, enquanto Jacَ lutava com ele.
26. E disse-lhe: “Deixa-me partir, porque a aurora se levanta.”
“Nمo te deixarei partir respondeu Jacَ, antes que me tenhas abençoado.”
27. Ele perguntou-lhe: “Qual é o teu nome?” “Jacَ.”
28. “Teu nome nمo serل mais Jacَ, tornou ele, mas Israel, porque
lutaste com Deus e com os homens, e venceste.” Jacَ perguntou-lhe:
29. “Peço-te que me digas qual é o teu nome.” “Por que me
perguntas o meu nome?”, respondeu ele. E abençoou-o no mesmo lugar.
30. Jacَ chamou àquele lugar Fanuel: “porque, disse ele, eu vi a
Deus face a face, e conservei a vida”.
31. O sol levantava-se no horizonte, quando ele passou Fanuel. E
coxeava de uma perna.
32. ة por isso que os israelitas, ainda hoje, nمo comem o nervo
da articulaçمo da coxa, porque aquele homem tinha tocado nesse nervo da
articulaçمo da coxa de Jacَ.
Capيtulo 33
1. Jacَ, levantando os olhos, viu Esaْ que avançava com
quatrocentos homens. Repartiu entمo os filhos entre Lia, Raquel e as
duas servas.
2. Colocou as servas com seus filhos na frente, depois Lia com os
seus, e, por ْltimo Raquel com José.
3. E ele, passando adiante, prostrou-se até a terra sete vezes
antes de se aproximar do seu irmمo.
4. Mas Esaْ correu-lhe ao encontro e beijou-o; ele atirou-se ao
seu pescoço e beijou-o; e puseram-se a chorar.
5. Levantando os olhos, Esaْ viu as mulheres e as crianças: “Quem
sمo estes que tens contigo?”, perguntou ele. “Sمo, respondeu Jacَ, os
filhos que aprouve a Deus dar ao teu servo.”
6. Aproximaram-se entمo as servas com seus filhos e
prostraram-se.
7. Lia com seus filhos adiantaram-se por sua vez e prostraram-se,
e, enfim, José e Raquel, que se prostraram também.
8. Esaْ disse: “Que significa todo esse acampamento que
encontrei?” “E, disse Jacَ, para ganhar o favor de meu senhor.”
9. Esaْ disse-lhe: “Possuo muitos bens, meu irmمo, guarda o que
te pertence.”
10. “Oh, suplico-te, replicou Jacَ, se ganhei teu favor, aceita
este presente de minhas mمos; porque te contemplei como se contempla
Deus, e me fizeste bom acolhimento.
11. Aceita o presente que te ofereço; pois Deus cumulou-me de
seus favores, e nada me falta.” E tanto insistiu que Esaْ aceitou.
12. Esaْ disse: “Partamos, ponhamo-nos a caminho; eu te
precederei.”
13. Jacَ disse-lhe: “Tu vês, meu senhor, que os meninos sمo
delicados; e tenho de cuidar das ovelhas e vacas que amamentam; se os
fizer caminhar ainda um sَ dia, morrerل todo o rebanho.
14. Que o meu senhor vل, pois, adiante de seu servo; eu seguirei
devagar, ao passo do rebanho que vai adiante de mim, e ao passo dos
meninos, até que chegue à casa de meu senhor em Seir.”
15. “Permita-me ao menos, disse-lhe Esaْ, deixar-te uma parte de
meus homens.” ”Nمo é necessلrio, disse Jacَ; basta-me ter achado graça
aos olhos do meu senhor!”
16. No mesmo dia, Esaْ retomou o caminho de Seir.
17. Jacَ partiu para Socot, onde, tendo edificado uma casa,
construiu também cabanas para o seu rebanho. Daي o nome de Socot dado a
esse lugar.
18. De volta de Padم-Arم, Jacَ chegou sem contratempos à cidade
de Siquém, na terra de Canaم. E acampou diante da cidade.
19. Comprou por cem moedas de prata aos filhos de Hemor, pai de
Siquém, o pedaço de terra onde havia levantado sua tenda.
20. Levantou aي um altar, ao qual chamou El-Deus de Israel.
Capيtulo 34
1. Dina, a filha que Lia tinha dado a Jacَ, saiu para ver as
filhas da regiمo.
2. Tendo-a visto Siquém, filho de Hemor, o heveu, prيncipe
daquela terra, raptou-a e dormiu com ela, violentando-a.
3. Seu coraçمo prendeu-se a Dina, filha de Jacَ: ele amou a
jovem, e soube falar-lhe ao coraçمo.
4. E disse entمo ao seu pai Hemor: “Dل-me esta jovem por mulher.”
5. Ora, Jacَ soube do ultraje que ele tinha feito à sua filha,
mas, como seus filhos estivessem no campo com o rebanho, nمo disse nada
até que voltassem.
6. Hemor, pai de Siquém, veio ter com Jacَ para lhe falar.
7. Quando os filhos de Jacَ, voltando do campo, souberam o que se
tinha passado, indignaram-se muito, porque Siquém se tornara culpado de
uma grande infâmia contra Israel, dormindo com a filha de Jacَ. Isto sمo
coisas que nمo se fazem.
8. Hemor disse-lhes entمo: “Meu filho Siquém estل enamorado de
vossa filha; dai-a por mulher, eu vos peço.
9. Aliai-vos conosco: dai-nos vossas filhas e desposai as nossas.
10. Habitai no meio de nَs, pois a terra estarل à vossa
disposiçمo; podereis estabelecer-vos e negociar nela, e adquirir
propriedades.”
11. De seu lado, Siquém disse ao pai e aos outros irmمos de Dina:
“Ache eu graça aos vossos olhos, e dar-vos-ei o que pedirdes.
12. Seja qual for o preço de compra e os presentes que exigirdes,
o que me fixardes, isto eu darei, contanto que me deis a jovem por
mulher.”
13. Os filhos de Jacَ deram a Siquém e a Hemor uma resposta
dolosa, porque Siquém havia ultrajado sua irmم Dina:
14. “Dar nossa irmم a um incircunciso, disseram eles, é uma coisa
que nمo podemos fazer, porque isto seria desonroso para nَs.
15. Sَ acederemos ao vosso desejo à condiçمo de que vos torneis
como nَs, e que todos vossos varُes sejam circuncidados.
16. Entمo vos daremos nossas filhas e desposaremos as vossas,
habitaremos convosco e formaremos todos um sَ povo.
17. Mas se nمo nos quiserdes ouvir e nمo vos deixardes
circuncidar, tomaremos nossa filha e nos retiraremos.”
18. O seu oferecimento agradou a Hemor e ao seu filho.
19. O jovem nمo tardou em fazer o que se lhe pedia, porque estava
enamorado da filha de Jacَ. Era o homem mais considerado de sua famيlia.
20. Hemor e seu filho foram à porta da cidade e disseram a seus
concidadمos:
21. “Estes homens sمo pacيficos conosco; fiquem eles na terra e
possam aي circular. A regiمo é bastante espaçosa para eles, tanto para a
direita como para a esquerda. Desposaremos suas filhas e eles desposarمo
as nossas.
22. Mas eles sَ consentem em ficar conosco, de modo a fazermos
todos um sَ povo, com a condiçمo de que todos os nossos varُes sejam
circuncidados como o sمo eles mesmos.
23. Com isso os seus rebanhos, os seus bens e todos os seus
animais, tudo nمo serل nosso? Aceitemos, pois, suas condiçُes a fim de
que se estabeleçam entre nَs.”
24. Todos os que passavam pela porta da cidade deixaram-se
convencer por Hemor e Siquém, seu filho, e todos os varُes foram
circuncidados.
25. No terceiro dia, estando todos ainda doentes, os dois filhos
de Jacَ, Simeمo e Levi, irmمos de Dina, tomaram cada um sua espada,
penetraram na cidade, que de nada desconfiava, e mataram todos os
varُes.
26. Passaram ao fio de espada também Hemor e Siquém, seu filho;
tiraram Dina da casa de Siquém e foram-se.
27. Os filhos de Jacَ caيram impetuosamente sobre os mortos e
assolaram a cidade, porque haviam ultrajado sua irmم.
28. Tomaram suas ovelhas, seus bois, seus jumentos e tudo o que
havia na cidade como nos campos.
29. E levaram como espَlio todos os seus bens, seus filhos, suas
mulheres e tudo o que se encontrava em suas casas.
30. Jacَ disse a Simeمo e a Levi: “Vَs me lançastes na confusمo e
me tornastes odioso aos habitantes desta terra, aos cananeus e aos
ferezeus. Sَ tenho comigo alguns homens e, quando toda essa gente se
congregar contra mim para me ferir, perecerei com minha famيlia.”
31. Eles responderam: “Porventura, devيamos deixar tratar nossa
irmم como uma prostituta?”
Capيtulo 35
1. Deus disse a Jacَ: “Vamos, sobe a Betel e fica ali, e levanta
um altar nesse lugar ao Deus que se manifestou a ti, quando fugias
diante de teu irmمo Esaْ.”
2. Jacَ disse à sua famيlia e à sua gente: “Tirai do meio de vَs
os deuses estrangeiros, purificai-vos e mudai vossos vestidos.
3. Vamos subir a Betel, onde levantarei um altar ao Deus que me
ouviu no dia de minha afliçمo, e que esteve comigo durante minha
viagem.”
4. Entregaram a Jacَ todos os deuses estrangeiros que tinham,
assim como os brincos que traziam nas orelhas, e Jacَ enterrou-os
debaixo de um terebinto, perto de Siquém.
5. Partindo eles dali, Deus semeou o pânico nas cidades
circunvizinhas, de sorte que nمo perseguiram os filhos de Jacَ.
6. Chegou, portanto, Jacَ com toda a sua gente à Luz, na terra de
Canaم, hoje Betel.
7. Levantou aي um altar e deu a esse lugar o nome de El-Betel,
porque foi aي que Deus lhe aparecera, quando fugia diante de seu irmمo.
8. Foi entمo que morreu Débora, ama de Rebeca. E foi ali
sepultada, ao pé de Betel, debaixo de um carvalho, ao qual se chamou
carvalho dos Prantos.
9. Quando Jacَ voltou de Padم-Arم, Deus apareceu-lhe novamente e
o abençoou.
10. “Teu nome, disse-lhe ele, é Jacَ. Tu nمo te chamarلs mais
assim, mas Israel.” E chamou-o Israel.
11. Deus disse-lhe: “Eu sou o Deus todo-poderoso. Sê fecundo e
multiplica-te. De ti nascerمo um povo e uma assembléia de povos; e de
teus rins sairمo reis.
12. A terra que dei a Abraمo e a Isaac, eu ta darei e à tua
posteridade.”
13. Depois, Deus retirou-se de junto dele.
14. No mesmo lugar onde Deus lhe falou, Jacَ erigiu uma estela
sobre a qual fez uma libaçمo, e derramou َleo.
15. E deu o nome de Betel ao lugar onde Deus lhe tinha falado.
16. E partiram de Betel. Quando estavam a pouca distância de
Efrata, Raquel deu à luz, e o seu parto foi penoso.
17. Durante as dores do parto, a parteira disse-lhe: “Nمo temas,
porque ainda terلs este filho.”
18. E, estando prestes a render a alma – porque estava jل
agonizante – ela chamou o filho Benoni; o seu pai, porém, chamou-o
Benjamim.
19. Raquel expirou e foi sepultada no caminho de Efrata, hoje
Belém.
20. Jacَ erigiu uma estela sobre seu tْmulo; é a estela do tْmulo
de Raquel, que ainda hoje existe.
21. Israel partiu e plantou sua tenda além de Migdal-Eder.
22. Foi durante sua estada nessa regiمo que Rubem foi dormir com
Bala, concubina de seu pai, e Israel soube.
23. Os filhos de Jacَ foram em nْmero de doze. Filhos de Lia:
Rubem, primogênito de Jacَ, Simeمo, Levi, Judل, Issacar e Zabulon.
24. Filhos de Raquel: José e Benjamim.
25. Filhos de Bala, escrava de Raquel: Dم e Neftali.
26. Filhos de Zelfa, escrava de Lia: Gad e Aser. Tais sمo os
filhos nascidos a Jacَ em Padم-Arم.
27. Jacَ foi para junto de seu pai Isaac em Mambré, em
Quiriat-Arbé, hoje Hebron, onde tinham habitado Abraمo e Isaac.
28. E todos os dias da vida de Isaac foram cento e oitenta anos.
29. E morreu. A morte reuniu-o aos seus, velho e saciado de dias.
Esaْ e Jacَ, seus filhos, sepultaram-no.
Capيtulo 36
1. Eis a descendência de Esaْ, também chamado Edom.
2. Esaْ tomou suas mulheres entre as filhas de Canaم: Ada, filha
de Elon, o hiteu; Oolibama, filha de Ana, filha de Sebeon, o heveu;
3. e Basemat, filha de Ismael, irmم de Nabaiot.
4. Ada deu a Esaْ, Elifaz; Basemat deu à luz Rauel, e Oolibama
deu à luz Jeus, Ielon e Coré.
5. Tais sمo os filhos nascidos a Esaْ na terra de Canaم.
6. Esaْ tomou suas mulheres, seus filhos e suas filhas, assim
como todo o seu pessoal, seus rebanhos, seus animais e todos os bens que
tinha adquirido na terra de Canaم, e mudou-se para longe de seu irmمo
Jacَ.
7. Seus bens eram, com efeito, numerosos demais para que pudessem
morar juntos, e a terra em que habitavam nمo lhes bastava, por causa dos
seus muitos rebanhos.
8. Esaْ estabeleceu-se na montanha de Seir. Esaْ chamava-se
também Edom.
9. Eis a descendência de Esaْ, pai de Edom, na montanha de Seir.
10. Estes sمo os nomes dos filhos de Esaْ: Elifaz, filho de Ada,
mulher de Esaْ; Rauel, filho de Basemat, mulher de Esaْ.
11. Os filhos de Elifaz foram: Temم, Omar, Sefo, Gatمo e Cenez.
12. Elifaz, filho de Esaْ, tomou uma concubina, Tamna que lhe deu
à luz Amalec. Estes sمo os filhos de Ada, mulher de Esaْ.
13. Eis os filhos de Rauel: Naat, Zara, Sama e Meza. Sمo estes os
filhos de Basemat, mulher de Esaْ.
14. Eis os filhos de Oolibama, filha de Ana, filha de Sebeon,
mulher de Esaْ: ela deu à luz Esaْ, Jeus, Ielon e Coré.
15. Eis os chefes das tribos dos filhos de Esaْ. Filhos de
Elifaz, primogênito de Esaْ: o chefe Temم, o chefe Omar, o chefe Sefo, o
chefe Cenez, o chefe Coré,
16. o chefe Gatمo, o chefe Amalec. Estes sمo os chefes saيdos de
Elifaz, na terra de Edom; tais sمo os filhos de Ada.
17. Filhos de Rauel, filho de Esaْ: o chefe Naat, o chefe Zara, o
chefe Sama e o chefe Meza. Tais sمo os chefes saيdos de Rauel, na terra
de Edom; estes sمo os filhos de Basemat, mulher de Esaْ.
18. Filhos de Oolibama, mulher de Esaْ: o chefe Jeus, o chefe
Ielon e o chefe Coré. Estes sمo os chefes saيdos de Oolibama, filha de
Ana e mulher de Esaْ.
19. Tais sمo os filhos de Esaْ, e estes sمo os seus chefes; isto
é, Edom.
20. Eis os filhos de Seir, o horreu, que habitava naquela terra:
Lotم, Sobal, Sebeon, Ana,
21. Dison, Eser e Disم. Tais sمo os chefes dos horreus, filhos de
Seir, na terra de Edom.
22. Os filhos de Lotم foram Hori e Hemم; a irmم de Lotم era Tama.
23. Eis os filhos de Sobal: Alvم, Manaat, Ebal, Sefo e Onمo.
24. Eis os filhos de Sebeon: Aja e Ana. Foi este Ana que
encontrou no deserto as fontes de لguas quentes, quando pastoreava os
jumentos de Sebeon, seu pai.
25. Eis os filhos de Ana: Dison e Oolibama, filha de Ana.
26. Eis os filhos de Dison: Handم, Esebم, Jetram e Caran.
27. Eis os filhos de Eser: Balم, Zavم e Acم.
28. Eis os filhos de Disم: Hus e Arمo.
29. Eis os chefes dos horreus: o chefe Lotم, o chefe Sobal, o
chefe Sebeon, o chefe Ana,
30. o chefe Dison, o chefe Eser, o chefe Disم. Estes sمo os
chefes dos horreus, que governaram na terra de Seir.
31. Estes sمo os reis que reinaram na terra de Edom, antes que os
filhos de Israel tivessem rei:
32. Bela, filho de Beor, reinou em Edom; sua cidade chamava-se
Denaba.
33. Morrendo Bela, Jobab, filho de Zara, de Bosra, reinou em seu
lugar.
34. Morto Jobab, Husمo, da terra dos temanitas, reinou em seu
lugar.
35. Morto Husمo, Adad, filho de Badad, reinou em seu lugar; ele
derrotou Madiم, nas terras de Moab; sua cidade chamava-se Avit.
36. Morto Adad, Semla, de Masreca, reinou em seu lugar.
37. Morto Semla, reinou em seu lugar, Saul, de Roobot, que estل
perto do rio.
38. ہ morte de Saul, Balanم, filho de Acor, reinou em seu lugar.
39. ہ morte de Balanم, filho de Acor, Hadar reinou em seu lugar;
sua cidade chamava-se Faْ; sua mulher chamava-se Meetabel, filha de
Matred, filha de Mezaab.
40. Eis os nomes dos chefes saيdos de Esaْ, segundo suas tribos,
seus territَrios e seus nomes: o chefe Tama, o chefe Alva, o chefe
Jetet,
41. o chefe Oolibama, o chefe Ela, o chefe Finon,
42. o chefe Cenez, o chefe Temم, o chefe Mabsar,
43. o chefe Magdiel, o chefe Hirمo. Estes sمo os chefes de Edom.
segundo suas residências na terra que ocupavam. Eis aي Esaْ, pai de
Edom.
Capيtulo 37
1. Jacَ habitou na regiمo onde seu pai havia morado, na terra de
Canaم.
2. Eis a histَria da descendência de Jacَ: José, ainda jovem, com
a idade de dezessete anos, apascentava o rebanho com seus irmمos, os
filhos de Bala e os filhos de Zelfa, mulheres de seu pai; e ele contou
ao seu pai as mلs conversas dos irmمos.
3. Israel amava José mais do que todos os outros filhos, porque
ele era o filho de sua velhice; e mandara-lhe fazer uma tْnica de vلrias
cores.
4. Seus irmمos, vendo que seu pai o preferia a eles, conceberam
َdio contra ele e nمo podiam mais tratل-lo com bons modos.
5. Ora, José teve um sonho, e o contou aos seus irmمos, que o
detestaram ainda mais:
6. “Ouvi, disse-lhes ele, o sonho que tive:
7. estلvamos ligando feixes no campo, e eis que o meu feixe se
levantou e se pôs de pé, enquanto os vossos o cercavam e se prostravam
diante dele.”
8. Seus irmمos disseram-lhe: “Quererias, porventura, reinar sobre
nَs e tornar-te nosso senhor?” E odiaram-no ainda mais por causa de seus
sonhos e de suas palavras.
9. José teve ainda outro sonho, que contou aos seus irmمos.
“Tive, disse ele, ainda um sonho: o sol, a lua e onze estrelas
prostravam-se diante de mim.”
10. Ele contou isso ao seu pai e aos seus irmمos, mas foi
repreendido por seu pai: “Que significa, disse-lhe ele, este sonho que
tiveste? Viremos, porventura, eu, tua mمe e teus irmمos, a nos prostrar
por terra diante de ti?”
11. Seus irmمos ficaram, pois, com inveja dele, mas seu pai
guardou a lembrança desse acontecimento.
12. Os irmمos de José foram apascentar os rebanhos de seu pai em
Siquém.
13. Israel disse a José: “Teus irmمos guardam os rebanhos em
Siquém. Vem: vou mandar-te a eles.” “Eis-me aqui”, respondeu José.
14. “Vai, pois, ver se tudo corre bem a teus irmمos e ao rebanho,
e traze-me notيcias deles.” Enviou-o do vale de Hebron, e José foi a
Siquém.
15. Um homem encontrou-o errando pelo campo: “Que buscas?”
perguntou ele.
16. “Busco meus irmمos, respondeu ele. Dize-me onde apascentam os
rebanhos.”
17. E o homem respondeu: “Partiram daqui e ouvi-os dizer: Vamos a
Dotain.” Partiu entمo José em busca dos seus irmمos e encontrou-os em
Dotain.
18. Eles o viram de longe. Antes que José se aproximasse,
combinaram entre si como o haveriam de matar;
19. e disseram: “Eis o sonhador que chega.
20. Vamos, matemo-lo e atiremo-lo numa cisterna; diremos depois
que uma fera o devorou; e entمo veremos de que lhe aproveitaram os seus
sonhos.”
21. Ouvindo-o, porém, Rubem, quis livra-lo de suas mمos: “Nمo lhe
tiremos a vida, disse ele.
22. Nمo derrameis sangue. Jogai-o naquela cisterna, no deserto,
mas nمo levanteis vossa mمo contra ele.” Pois Rubem pensava livrل-lo de
suas mمos para o reconduzir ao pai.
23. Quando José se aproximou de seus irmمos, eles o despojaram de
sua tْnica, daquela bela tْnica de vلrias cores que trazia,
24. e jogaram-no numa cisterna velha, que nمo tinha لgua.
25. E, sentando-se para comer, eis que, levantando os olhos,
viram surgir no horizonte uma caravana de ismaelitas vinda de Galaad.
Seus camelos estavam carregados de resina, de bلlsamo e de lلdano, que
transportavam para o Egito.
26. Entمo Judل disse aos seus irmمos: “Que nos aproveita matar
nosso irmمo e ocultar o seu sangue?
27. Vinde e vendamo-lo aos ismaelitas. Nمo levantemos nossas mمos
contra ele, pois, afinal, é nosso irmمo, nossa carne.” Seus irmمos
concordaram.
28. E, quando passaram os negociantes madianitas, tiraram José da
cisterna e venderam-no por vinte moedas de prata aos ismaelitas, que o
levaram para o Egito.
29. Rubem voltou à cisterna, e eis que José jل nمo estava ali.
30. Rasgou entمo suas vestes e voltou para junto dos seus irmمos:
“O menino desapareceu, disse ele. E eu, para onde irei?”
31. Tomaram entمo a tْnica de José, mataram um cabrito e a
mergulharam no seu sangue.
32. E mandaram-na levar ao seu pai com esta mensagem: “Eis o que
encontramos: vê se nمo é, porventura, a tْnica do teu filho.”
33. Jacَ reconheceu-a e exclamou: “ة a tْnica de meu filho! Uma
fera o devorou! José foi estraçalhado!”
34. E, rasgando as vestes, cobriu-se de um saco, e chorou o seu
filho por muito tempo.
35. Todos os seus filhos e filhas vieram consolل-lo, mas ele nمo
aceitou nenhuma condolência: “ة chorando, disse ele, que descerei para
junto de meu filho na habitaçمo dos mortos.” Foi assim que o seu pai o
chorou.
36. Os madianitas venderam-no a Putifar, no Egito, eunuco do
faraَ e chefe da guarda.
Capيtulo 38
1. Naquele tempo, Judل, apartando-se dos seus irmمos, foi para a
casa de um homem de Odolمo, chamado Hira.
2. Judل viu ali a filha de um cananeu, de nome Sué, e desposou-a,
unindo-se a ela.
3. Ela concebeu e deu à luz um filho, ao qual chamou Her.
4. Concebeu novamente e deu ao mundo um filho, e deu-lhe o nome
de Onم.
5. E teve ainda um filho, que chamou Sela. Judل estava em Achzib
na ocasiمo desse nascimento.
6. Judل escolheu para Her, seu primogênito, uma mulher chamada
Tamar.
7. Her, porém, o primogênito de Judل, era mau aos olhos do
Senhor, e o Senhor o feriu de morte.
8. Entمo Judل disse a Onم: “Vai, toma a mulher de teu irmمo,
cumpre teu dever de levirato e suscita uma posteridade a teu irmمo.”
9. Mas Onم, que sabia que essa posteridade nمo seria dele,
maculava-se por terra cada vez que se unia à mulher do seu irmمo, para
nمo dar a ele posteridade.
10. Seu comportamento desagradou ao Senhor, que o feriu de morte
também.
11. E Judل disse a Tamar, sua nora: “Conserva-te viْva em casa de
teu pai até que meu filho Sela se torne adulto.” “Nمo é bom, pensava ele
consigo, que também ele morra como seus irmمos.” E Tamar voltou a
habitar na casa paterna.
12. Muito tempo depois, morreu a filha de Sué, mulher de Judل.
Passado o luto, subiu Judل a Tamna para a tosquia de suas ovelhas, com
seu amigo Hira, o odolamita.
13. E foi noticiado a Tamar: “Eis que o teu sogro sobe a Tamna
para a tosquia de suas ovelhas.”
14. Depôs ela entمo os seus vestidos de viْva, cobriu-se de um
véu, e, assim disfarçada, assentou-se à entrada de Enaim, que se
encontra no caminho de Tamna, pois via que Sela tinha crescido e nمo lha
tinham dado por mulher.
15. Judل, vendo-a, julgou tratar-se de uma prostituta, porque
tinha o rosto coberto.
16. E, chegando-se a ela no caminho, disse: “Queres juntar-te
comigo?” (Ignorava ele que se tratava de sua nora.) Ela respondeu: “O
que me darلs para juntar-me contigo?”
17. “Mandar-te-ei um cabrito do meu rebanho.” “Estل bem; mas
dل-me entمo um penhor, até que o tenhas enviado.”
18. “Que penhor queres que eu te dê?” “Teu anel, teu cordمo e o
bastمo que tens na mمo.” Ele os entregou; em seguida, aproximou-se dela
e ela concebeu.
19. E levantando-se, partiu; tirou o seu véu e retomou seus
vestidos de viْva.
20. E Judل mandou-lhe o cabrito por seu amigo, o odolamita, para
retirar o penhor das mمos daquela mulher, mas ele, nمo a encontrando,
21. perguntou aos habitantes do lugar: “Onde estل aquela
prostituta que estava em Enaim, à beira do caminho?” Responderam-lhe:
“Nمo hل prostituta nesse lugar!”
22. Ele voltou para junto de Judل: “Nمo a encontrei, disse ele, e
os moradores daquele lugar disseram-me que nمo havia nenhuma prostituta
ali.”
23. “Guarde ela o meu penhor, respondeu Judل, nمo nos tornemos
ridيculos! Eu mandei o cabrito; tu, porém, nمo a encontraste”.
24. Mais ou menos três meses depois, vieram dizer a Judل: “Tamar,
tua nora, conduziu-se mal: vê-se que estل grلvida.” Judل respondeu:
“Tirai-a para fora, que ela seja queimada!”
25. E, enquanto era conduzida, ela mandou dizer ao seu sogro:
“Concebi do homem a quem pertence isto: examine bem, ajuntou ela, de
quem sمo este anel, este cordمo e este bastمo.”
26. Judل, reconhecendo-os, exclamou: “Ela é mais justa do que eu;
pois que nمo a dei ao meu filho Sela.” E nمo a conheceu mais.
27. E, na ocasiمo de dar à luz, eis que ela trazia dois gêmeos no
seu ventre.
28. No parto, saindo uma mمo, a parteira tomou-a e atou nela um
fio vermelho, dizendo: “Este é o que saiu primeiro!”
29. Mas, como ele retirasse a mمo, saiu o seu irmمo. “Que brecha
fizeste! exclamou a parteira: Que a brecha esteja sobre ti!”
30. E chamou-se-lhe Farés. Em seguida, veio o seu irmمo, com o
fio vermelho atado na mمo. Deu-se-lhe o nome de Zara.
Capيtulo 39
1. José foi conduzido ao Egito, e Putifar, um oficial egيpcio do
faraَ, chefe da guarda, comprou-o aos ismaelitas que o levavam.
2. O Senhor estava com José, e tudo lhe prosperava. Morava na
casa do seu senhor, o egيpcio.
3. Seu senhor viu que o Senhor estava com ele e lhe fazia
prosperar tudo o que empreendia.
4. José conquistou a simpatia do seu senhor, que o empregou ao
seu serviço, pondo-o à testa de sua casa e confiando-lhe todos os seus
bens.
5. Desde o momento em que José tomou o governo de sua casa e de
todos os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egيpcio, por causa de
José: a bênçمo do Senhor desceu sobre tudo o que lhe pertencia, na casa
como nos campos.
6. Ele entregou todos os seus negَcios a José, sem mais se
preocupar de coisa alguma, exceto do que se alimentava. Ora, José era
belo de corpo e de rosto.
7. E aconteceu, depois de tudo isto, que a mulher de seu senhor
lançou seus olhos em José e disse-lhe: “Dorme comigo.”
8. Mas ele recusou: “Meu senhor, disse-lhe ele, nمo me pede conta
alguma do que se faz na casa, e confiou-me todos os seus bens.
9. Nمo hل maior do que eu nesta casa; ele nada me interdisse,
exceto tu, que és sua mulher. Como poderia eu cometer um tمo grande
crime e pecar contra Deus?”
10. Em vمo se esforçava ela todos os dias, falando a José; ele
nمo consentia em dormir com ela e unir-se a ela.
11. Certo dia, tendo ele entrado na casa para fazer seus
serviços, e nمo se encontrando ali ninguém da casa,
12. ela segurou-o pelo manto, dizendo: “Dorme comigo!” Mas José,
largando-lhe o manto nas mمos, fugiu.
13. Vendo a mulher que ele lhe tinha deixado o manto nas mمos e
fugido,
14. chamou a gente de sua casa e disse-lhes: “Vede: trouxeram-nos
este hebreu para a casa a fim de que ele abuse de nَs. Este homem
veio-me procurar para dormir comigo, mas eu gritei.
15. E vendo que eu me punha a gritar, deixou seu manto ao meu
lado e fugiu.”
16. E guardou junto de si as vestes de José até a volta de seu
senhor.
17. E fez-lhe a mesma narrativa: “O escravo hebreu, disse ela,
que nos trouxeste, veio à minha procura para abusar de mim.
18. Mas, pondo-me a gritar, deixou o seu manto ao meu lado e
fugiu.”
19. Ao ouvir isto de sua mulher, contando-lhe como se tinha
comportado com ela o seu servo, ele enfureceu-se,
20. e lançou José na prisمo, onde se encontravam detidos os
prisioneiros do rei. E José foi encarcerado.
21. O Senhor estava com ele. Mostrou-lhe sua bondade e fez que
ele conquistasse a simpatia do chefe da prisمo.
22. Este confiou a José todos o presos que ali se encontravam, e
nada se fazia sem sua ordem.
23. O chefe da prisمo nمo fiscalizava nada do que fazia José,
porque o Senhor estava com ele e fazia-lhe prosperar tudo o que
empreendia.
Capيtulo 40
1. Depois disto, aconteceu que o copeiro e o padeiro do rei do
Egito ofenderam o seu senhor.
2. O faraَ, encolerizado contra os seus dois oficiais, o
copeiro-mor e o padeiro-mor,
3. mandou-os encarcerar na casa do chefe da guarda, na prisمo
onde se encontrava detido José.
4. O chefe da guarda associou-lhes José para os servir. Havia jل
um certo tempo que estavam detidos,
5. quando os dois prisioneiros, o copeiro e o padeiro do rei do
Egito, tiveram um sonho numa mesma noite, cada um o seu, com seu sentido
particular.
6. Quando José voltou junto deles no dia seguinte pela manhم, viu
que estavam tristes.
7. Perguntou entمo aos oficiais do faraَ, detidos com ele na casa
do seu senhor: “Por que tendes hoje um ar sombrio?”
8. “Tivemos um sonho, responderam; e nمo hل ninguém para no-los
interpretar.” “Porventura, nمo pertence a Deus, replicou José, a
interpretaçمo dos sonhos? Rogo-vos que mos conteis.”
9. E o copeiro-mor contou seu sonho a José: “Em meu sonho, disse
ele, vi uma cepa que estava diante de mim,
10. e nesta cepa três varas, que pareciam brotar; saiu uma flor e
seus cachos deram uvas maduras.
11. Eu tinha na mمo a taça do faraَ; tomei as uvas e espremi-as
na taça, que entreguei na mمo do faraَ.”
12. José disse-lhe: “Eis o significado do teu sonho: as três
varas sمo três dias.
13. Dentro de três dias, o faraَ te reabilitarل em tuas funçُes.
Apresentarلs ao faraَ sua taça, como o fazias antes, quando eras seu
copeiro.
14. Quando fores feliz, lembra-te de mim e faze-me o favor de
recomendar-me ao faraَ, para que ele me tire desta prisمo.
15. Porque é por um rapto que fui tirado da terra dos hebreus, e
aqui, igualmente, eu nada fiz para merecer a prisمo.”
16. O padeiro-mor, vendo que José tinha dado uma boa
interpretaçمo, disse-lhe: “Eu também, em meu sonho, levava sobre minha
cabeça três cestas de pمo branco.
17. Nada de cima, havia toda a sorte de manjares para o faraَ;
mas as aves do céu comiam-nas na cesta que estava sobre minha cabeça.”
18. “Eis, disse José, o que isto significa: as três cestas sمo
três dias.
19. Dentro de três dias, o faraَ levantarل a tua cabeça: ele te
suspenderل numa forca, e as aves devorarمo a tua carne.”
20. No terceiro dia, celebrava-se o aniversلrio natalيcio do
faraَ, e ele ofereceu um banquete todo o seu pessoal. Ele levantou a
cabeça do copeiro-mor, no meio de todos os seus servos:
21. restabeleceu no seu cargo o copeiro-mor, que apresentou
novamente a taça ao faraَ,
22. e mandou suspender no patيbulo o padeiro-mor, segundo a
interpretaçمo que José lhes havia dado.
23. Mas o copeiro-mor nمo pensou mais em José; esqueceu-o.
Capيtulo 41
1. Dois anos depois, o faraَ teve um sonho: encontrava-se ele
perto do Nilo,
2. de onde saيram sete vacas belas e gordas, que se puseram a
pastar a verdura.
3. Mas, eis que saيram em seguida do mesmo Nilo sete outras
vacas, feias e magras, que vieram e se puseram ao lado das outras na
margem do rio.
4. As vacas feias e magras devoraram as sete vacas belas e
gordas. E o faraَ despertou.
5. Adormeceu de novo e teve outro sonho: sete espigas grossas e
belas saيam de uma mesma haste.
6. Mas eis que em seguida germinaram sete outras espigas, magras
e ressequidas pelo vento do oriente.
7. E as espigas magras devoraram as sete espigas grossas e
cheias. E o faraَ despertou: era um sonho.
8. Chegada a manhم, o faraَ com o espيrito preocupado, mandou
chamar todos os mلgicos e sلbios do Egito. Contou-lhes seus sonhos, mas
nenhum deles soube explicل-los.
9. Entمo o copeiro-mor disse-lhe: “Vou confessar a minha falta.
10. Um dia, tendo-se o faraَ irado contra os seus servos,
mandou-me meter na prisمo em casa do chefe da guarda, com o padeiro-mor.
11. Eis que uma noite tivemos nَs dois um sonho, cada um o seu.
12. Ora, estava lل conosco um jovem hebreu, escravo do chefe da
guarda. Contamos-lhe nossos sonhos, e ele no-los interpretou, a cada um
o seu.
13. E os acontecimentos confirmaram sua interpretaçمo: eu fui
restabelecido no meu cargo, e o outro foi pendurado.”
14. O faraَ mandou chamar José, o qual foi, imediatamente, tirado
do cلrcere. Ele barbeou-se, trocou de roupas e apresentou-se diante do
faraَ.
15. Este disse-lhe: “Tive um sonho que ninguém pôde interpretar.
Mas ouvi dizer de ti, que basta contar-te um sonho para que tu o
expliques.”
16. “Nمo sou eu, respondeu José, mas é Deus quem darل ao faraَ
uma explicaçمo favorلvel.”
17. O faraَ disse entمo a José: “Em meu sonho, eu estava à margem
do Nilo,
18. e eis que do Nilo saيram sete vacas gordas e belas, que se
puseram a pastar a verdura.
19. E saيram em seguida sete outras vacas magras, feias e
disformes, como jamais vi em todo o Egito.
20. As vacas magras e feias devoraram as sete primeiras, as
gordas,
21. que entraram em seu ventre como se nada fossem, pois ficaram
tمo macilentas e feias como antes. Nesta altura despertei.
22. E tive outro sonho: vi elevar-se de uma mesma haste sete
espigas cheias e belas.
23. Mas eis que sete outras espigas medيocres, finas e queimadas
pelo vento do oriente, germinaram em seguida;
24. e as espigas magras engoliram as sete belas espigas. Em vمo
contei tudo isto aos mلgicos; nenhum deles pôde dar-me a explicaçمo”.
25. José disse ao faraَ: “O (duplo) sonho do faraَ reduz-se a um
sَ. Deus revelou ao faraَ o que ele vai fazer.
26. As sete belas vacas sمo sete anos, e as sete belas espigas,
igualmente, sete anos; o sonho é um sَ.
27. As sete vacas magras e feias que saيram em seguida sمo também
sete anos; e as sete espigas vazias e queimadas pelo vento do oriente
serمo sete anos de miséria.
28. ة como eu disse ao faraَ: Deus lhe revela o que vai fazer.
29. Haverل sete anos de grande abundância para todo o Egito.
30. Virمo em seguida sete anos de miséria que farمo esquecer toda
a abundância no Egito. A fome devastarل o paيs.
31. E a abundância do paيs nمo serل mais notada, por causa da
fome que se seguirل, porque serل violenta.
32. Se o sonho se repetiu duas vezes ao faraَ, é que a coisa estل
bem decretada da parte de Deus, que vai apressar-se em executل-la.
33. Agora, pois, escolha o rei um homem sلbio e prudente para
pô-lo à testa do paيs.
34. Nomeie também o faraَ administradores no paيs, que recolham a
quinta parte das colheitas do Egito, durante os sete anos de abundância.
35. Eles ajuntarمo todos os produtos destes bons anos que vêm, e
armazenarمo o trigo nas cidades, à disposiçمo do faraَ como provisُes a
conservar.
36. Estes mantimentos formarمo para o paيs uma reserva em
previsمo dos sete anos de fome que assolarمo o Egito. Dessa forma o paيs
nمo serل arruinado pela fome.”
37. Essas palavras agradaram o faraَ e toda a sua gente.
38. “Poderيamos, disse-lhes ele, encontrar um homem que tenha,
tanto como este, o espيrito de Deus?”
39. E disse em seguida a José: “Pois que Deus te revelou tudo
isto, nمo haverل ninguém tمo prudente e tمo sلbio como tu.
40. Tu mesmo serلs posto à frente de toda a minha casa, e todo o
meu povo obedecerل à tua palavra: sَ o trono me farل maior do que tu.”
41. “Vês, disse-lhe ainda, eis que te ponho à testa de todo o
Egito.”
42. E o faraَ, tirando o anel de sua mمo, pôs na mمo de José; e o
fez revestir-se de vestes de linho fino e meteu-lhe ao pescoço um colar
de ouro.
43. E, fazendo-o montar no segundo dos seus carros, mandou que se
clamasse diante dele: “Ajoelhai-vos!” ة assim que ele foi posto à frente
de todo o Egito,
44. e o faraَ disse-lhe: “Sou eu o faraَ: sem tua permissمo nمo
se moverل a mمo nem o pé em toda a terra do Egito.”
45. O faraَ chamou a José Tsafenat-Paneac, e deu-lhe por mulher
Asenet, filha de Putifar, sacerdote de On.
46. José tinha trinta anos quando se apresentou diante do faraَ,
o rei do Egito. Ele retirou-se da casa do faraَ e percorreu todo o paيs.
47. A terra produziu abundantemente durante os sete anos de
fertilidade.
48. José ajuntou todo o produto destes sete anos no Egito e os
pôs em reserva nas cidades, e os mantimentos dos campos que estavam ao
redor de cada cidade, guardou-os na mesma cidade.
49. José ajuntou trigo como a areia do mar, em tal quantidade que
se nمo podia contar, pois que ela excedia a toda a medida.
50. Antes que viesse o ano de fome, nasceram a José dois filhos,
que lhe deu Asenet, filha de Putifar, sacerdote de On.
51. José chamou ao primeiro Manassés, “porque, dizia ele, Deus
fez-me esquecer de todo o meu trabalho e de toda a minha famيlia.”
52. Chamou ao segundo Efraim, “porque, disse ele, Deus tornou-me
fecundo na terra de minha afliçمo.”
53. Tendo acabado os sete anos de abundância que houve no Egito,
54. os sete anos de miséria começaram, assim como o tinha predito
José. A fome assolou todos os paيses, mas havia pمo em toda a terra do
Egito.
55. Em seguida houve fome também no Egito, e o povo clamou ao
faraَ pedindo pمo. Este disse a todos os egيpcios: “Ide a José, e fazei
o que ele vos disser.”
56. Como a fome assolasse toda a terra, José abriu todos os
celeiros e vendeu vيveres aos egيpcios. Mas a penْria cresceu no Egito.
57. E de toda a terra vinha-se ao Egito comprar trigo a José,
porque a fome era violenta em toda a terra.
Capيtulo 42
1. Jacَ, sabendo que havia trigo no Egito, disse aos seus filhos:
“Por que estais olhando uns para os outros?
2. Eu soube que hل trigo no Egito. Descei lل e comprai-o para
nَs; poderemos assim viver e escaparemos à morte.”
3. E os dez irmمos de José desceram ao Egito para comprar trigo.
4. Jacَ nمo deixou partir com seus irmمos Benjamim, irmمo de
José, “com medo, pensava ele, de que lhe acontecesse alguma desgraça.”
5. Os filhos de Israel chegaram, pois, no meio de uma multidمo de
outros para comprar vيveres, porque a fome reinava na terra de Canaم.
6. José era o governador de toda a regiمo, e era ele quem vendia
o trigo a todo o mundo. Desde sua chegada, os irmمos de José
prostraram-se diante dele com o rosto por terra.
7. José reconheceu-os imediatamente, mas, comportando-se com eles
como um estrangeiro, disse-lhes com rudeza: “Donde vindes?” “Da terra de
Canaم, responderam eles, para comprar vيveres.”
8. Foi assim que José reconheceu a seus irmمos, mas eles nمo o
reconheceram.
9. E lembrava-se dos sonhos que tivera outrora a respeito deles;
disse-lhes: “Vَs sois espiُes: viestes explorar os pontos fracos do
paيs.”
10. “Nمo, meu senhor, responderam, teus servos vieram comprar
vيveres.
11. Somos todos filhos dum mesmo pai, somos gente honesta; teus
servos nمo sمo espiُes.”
12. “Nمo é verdade –, disse-lhes ele, viestes explorar os pontos
fracos do paيs.”
13. Eles responderam: “Somos doze irmمos, filhos dum mesmo pai,
na terra de Canaم. O mais novo estل agora em casa de nosso pai, o outro
jل nمo existe.”
14. José disse-lhes: “ة bem como eu disse: sois espiُes.
15. Sereis, aliلs, postos à prova: pela vida do faraَ, nمo
saireis daqui antes que tenha vindo vosso irmمo mais novo.
16. Mandai um de vَs buscل-lo; enquanto isso, ficareis
prisioneiros. Vossas palavras serمo assim provadas, e veremos se
dissestes a verdade. Do contrلrio, pela vida do faraَ, sois espiُes!”
17. E mandou metê-los numa prisمo durante três dias.
18. No terceiro dia, José disse-lhes: “Fazei isto, e vivereis,
porque sou cheio do temor a Deus.
19. Se sois gente de bem, que um dentre vَs fique detido em
prisمo; e os outros partam levando o trigo para alimentar vossas
famيlias.
20. Trazei-me entمo vosso irmمo mais novo, para que eu possa
verificar a verdade de vossas palavras, e nمo morrereis.” Foi o que
fizeram.
21. Disseram uns aos outros: “Em verdade, expiamos o crime
cometido contra o nosso irmمo, porque vيamos a angْstia de sua alma
quando ele nos suplicava, e nمo o escutamos! Eis por que veio sobre nَs
esta desgraça!”
22. “Nمo vos tinha eu dito, disse-lhes Rubem, para nمo pecardes
contra o menino? Nمo quisestes ouvir-me, e eis agora que nos é reclamado
o seu sangue!”
23. Ora, nمo sabiam que José os compreendia, porque lhes tinha
falado por meio de um intérprete.
24. E José afastou-se deles para chorar. Voltou em seguida e
falou-lhes; e escolheu Simeمo, ao qual mandou prender na presença deles.
25. José ordenou depois que se enchessem de trigo os seus sacos,
e que se pusesse o dinheiro de cada um em seu saco de viagem, e também
que se lhes dessem provisُes para o caminho: assim foi feito.
26. Eles carregaram o trigo sobre os seus jumentos e partiram.
27. Na estalagem, abrindo um deles o seu saco para dar de comer
ao seu jumento, viu que o seu dinheiro estava na boca do saco.
28. “Devolveram-me o meu dinheiro, disse ele aos seus irmمos;
ei-lo aqui no meu saco!” Desfaleceu-se-lhes o coraçمo, e, tomados de
espanto, disseram uns aos outros: “Que é isto que Deus nos fez?”
29. Voltaram para junto de Jacَ, seu pai, na terra de Canaم, e
contaram-lhe nestes termos tudo o que lhes tinha acontecido:
30. “O homem que governa o paيs nos falou asperamente e nos tomou
por espiُes.
31. Dissemos-lhe que éramos gente honesta, e nمo espiُes;
32. que éramos doze irmمos, filhos dum mesmo pai, dos quais um jل
nمo existia mais, e o mais novo estava no momento com nosso pai, na
terra de Canaم.
33. O governador do paيs disse-nos: por isso reconhecerei se sois
gente de bem: deixai junto de mim um de vossos irmمos, levai o trigo que
precisais para alimentar vossas famيlias, e parti.
34. Conduzir-me-eis entمo vosso irmمo mais novo: assim saberei
que nمo sois espiُes, mas gente honesta. Eu vos devolverei entمo vosso
irmمo, e podereis negociar no paيs.”
35. E, esvaziando os seus sacos, eis que o pacote de dinheiro de
cada um se encontrava em seu saco. Quando eles e seu pai viram seu
dinheiro, tiveram medo.
36. Jacَ disse-lhes: “Vَs me tirais os meus filhos! José jل nمo
existe, Simeمo tampouco, e quereis me tomar ainda Benjamim! Tudo vem
cair sobre mim!”
37. Rubem disse-lhe: “Tira a vida aos meus dois filhos, se eu nمo
te reconduzir Benjamim! Confia-o a mim: eu to reconduzirei.”
38. “Meu filho, tornou Jacَ, nمo descerل convosco, porque seu
irmمo morreu, e sَ resta ele. Se lhe acontecesse um acidente nesta
viagem que ides fazer, farيeis descer os meus cabelos brancos à
habitaçمo dos mortos, sob o peso da dor.”
Capيtulo 43
1. A fome pesava sobre o paيs.
2. E tendo acabado o trigo trazido do Egito, o pai disse aos seus
filhos: “Voltai e comprai-nos um pouco de vيveres.”
3. Judل respondeu-lhe: “Aquele homem nos declarou formalmente que
nمo voltلssemos à sua presença sem levar conosco nosso irmمo.
4. Se mandas nosso irmمo conosco, desceremos para comprar
vيveres.
5. Mas, se o nمo deixas ir, nمo desceremos, porque ele nos disse:
Nمo sereis admitidos em minha presença, se vosso irmمo nمo estiver
convosco.”
6. Israel disse: “Por que me fizestes este mal, dando-lhe a
conhecer que tيnheis ainda um irmمo?”
7. “Aquele homem, responderam eles, perguntou por nَs e por nossa
famيlia, e quis saber se nosso pai vivia ainda, se tيnhamos outro irmمo;
e respondemos às suas perguntas. Podيamos, porventura, adivinhar que ele
nos ia mandar levar a ele o nosso irmمo?”
8. E Judل disse a Israel, seu pai: “Deixa partir o menino comigo,
e pôr-nos-emos a caminho para essa viagem. Desse modo poderemos viver, e
escaparemos à morte, nَs, tu e nossos filhinhos.
9. Eu respondo por ele: é de mim que tu o reclamarلs. Se eu nمo
to reconduzir e nمo o recolocar diante de ti, serei eternamente culpado
diante de ti.
10. Se nمo tivéssemos demorado tanto, certamente jل pela segunda
vez estarيamos de volta.”
11. “Se assim é, disse-lhes Israel, seu pai, tomai em vossas
bagagens os melhores produtos da terra, e levai-os como presente a esse
homem: um pouco de bلlsamo, um pouco de mel, resina, lلdano, nozes de
pistلcia e amêndoas.
12. Levai também convosco o dinheiro em dobro para restituir a
soma que encontrastes na boca dos sacos, certamente por engano.
13. Tomai vosso irmمo, parti e ide ter com esse homem.
14. Que o Deus todo-poderoso vos faça ganhar os favores desse
homem, a fim de que ele deixe voltar vosso irmمo, juntamente com
Benjamim. Quanto a mim, se devo ser privado de meus filhos, paciência,
que eu seja privado deles!”
15. Tomaram, pois, consigo o presente e uma soma dobrada de
dinheiro, assim como Benjamim, e partiram para o Egito. E
apresentaram-se a José.
16. José, vendo-os e com eles Benjamim, disse ao seu intendente:
“Faze entrar estes homens na casa, mata um animal, e prepara-o, pois
comerمo comigo ao meio-dia.”
17. Fez o intendente como José tinha dito: introduziu-os na casa
de José.
18. Vendo isto, ficaram amedrontados: “ة, diziam eles, por causa
do dinheiro, encontrado da outra vez nos nossos sacos, que nos conduzem
aqui. Vمo-nos assaltar, cair sobre nَs, escravizar-nos e apoderar-se de
nossos jumentos.”
19. Entمo, aproximando-se do intendente da casa de José,
falaram-lhe à entrada da casa:
20. “Desculpa, meu senhor, disseram eles, viemos jل uma vez
comprar vيveres.
21. Quando chegamos à estalagem e abrimos nossos sacos, o
dinheiro de cada um se encontrava na boca de seu saco: era o peso exato
do dinheiro. Tornamos a trazê-lo conosco;
22. e trazemos, ao mesmo tempo, outro dinheiro para comprar
vيveres. Nمo sabemos quem tenha metido nosso dinheiro em nossos sacos.”
23. “Ficai tranqüilos, respondeu-lhes ele, nada temais. ة o vosso
Deus, o Deus de vossos pais, quem vos pôs um tesouro em vossos sacos; o
vosso dinheiro me foi entregue.” Depois trouxe-lhes Simeمo.
24. Fê-los em seguida entrar na casa de José, deu-lhes لgua para
lavarem os pés e forragem para os seus jumentos.
25. E, enquanto esperavam por José, que devia voltar ao meio-dia,
preparavam o seu presente, pois foi-lhes anunciado que comeriam em casa
dele.
26. Logo que José entrou em casa, ofereceram-lhe os presentes que
tinham trazido, prostrando-se diante dele até a terra.
27. Ele perguntou pela saْde deles e ajuntou: “Vosso velho pai,
do qual me falastes, vai bem? Ainda vive?”
28. “Teu servo, nosso pai, estل passando bem; e vive ainda”,
responderam-lhe inclinando-se até o solo.
29. Entمo, levantando os olhos, José viu Benjamim, seu irmمo,
filho de sua mمe. “ة este, disse ele, vosso irmمo mais novo do qual me
falastes?” E ajuntou: “Que Deus te faça misericَrdia, meu filho!”
30. E retirou-se precipitadamente, porque suas entranhas se
tinham comovido por causa de seu irmمo, e tinha vontade de chorar;
entrou em seu quarto e deu livre curso às lلgrimas.
31. Depois de ter lavado o rosto saiu e, procurando dominar-se,
disse: “Servi a mesa”.
32. Serviu-se-lhe à parte, seus irmمos também à parte, e
igualmente à parte os egيpcios, seus comensais, porque lhes é proibido
comer com hebreus; isto é para eles uma coisa abominلvel.
33. Os irmمos de José foram colocados diante dele, desde o mais
velho até o mais novo, segundo sua idade, o que lhes fez olhar uns para
os outros assombrados.
34. José mandou que se lhes trouxessem porçُes de sua prَpria
mesa, e a parte de Benjamim foi cinco vezes maior que a dos outros. Eles
beberam e alegraram-se com ele.
Capيtulo 44
1. José deu esta ordem ao intendente de sua casa: “Enche de
vيveres os sacos destes homens tanto quanto possam conter, e pُe o
dinheiro de cada um na boca do saco.
2. Porلs minha taça de prata na boca do saco do mais novo, com o
preço do seu trigo”. E fez o intendente como José lhe mandara.
3. De manhم, ao romper do dia, foram despedidos com seus
jumentos.
4. Deixaram a cidade, mas, nمo tendo ido ainda muito longe, José
disse ao seu intendente: “Levanta-te e persegue estes homens e, quando
os tiveres alcançado, dir-lhes-لs: Por que pagastes o bem com o mal?
5. (A taça que roubastes) é aquela em que bebe o meu senhor e da
qual se serve para suas adivinhaçُes. Fizestes muito mal.”
6. O intendente, tendo-os alcançado, falou-lhes desse modo.
7. Eles responderam-lhe: “Por que fala assim o meu senhor? Longe
de teus servos a idéia de fazerem semelhante coisa!
8. Nَs te trouxemos de Canaم o dinheiro que tيnhamos encontrado
na boca dos sacos. Por que, pois, haverيamos de roubar prata ou ouro na
casa de teu senhor?
9. Que aquele dos teus servos com quem for encontrada a taça
morra, e, ao mesmo tempo, nَs nos tornemos escravos do meu senhor”.
10. “Estل bem! disse-lhes ele. Seja como dissestes! Aquele com
quem for encontrada a taça serل meu escravo. Vَs outros sereis livres.”
11. E, imediatamente, pôs cada um o seu saco por terra e o abriu.
12. O intendente revistou-os começando pelo mais velho e acabando
pelo mais novo; e a taça foi encontrada no saco de Benjamim.
13. Eles rasgaram suas vestes e, tendo cada um carregado de novo
o seu jumento, voltaram para a cidade.
14. Judل e seus irmمos entraram em casa de José, que estava ainda
em sua casa, e prostraram-se por terra diante dele.
15. José disse-lhes: “Que é isso que fizestes? Nمo sabيeis que
sou um homem dotado da faculdade de adivinhar?”
16. Judل respondeu: “Que podemos dizer a meu senhor? Que
falaremos? Como nos justificar? Deus descobriu o crime de teus servos.
Somos os escravos do meu senhor, nَs e aquele junto de quem foi
encontrada a taça.”
17. “Longe de mim, replicou José, o pensamento de agir dessa
forma! Mas aquele em poder de quem foi encontrada a taça, esse serل o
meu escravo. Vَs outros, voltai em paz para junto de vosso pai.”
18. Entمo Judل adiantou-se e disse a José: “Rogo-te, meu senhor,
que permitas ao teu servo dizer uma palavra aos ouvidos do meu senhor, e
nمo se acenda a tua ira contra o teu servo, porque tu és como o prَprio
faraَ.
19. Meu senhor havia perguntado aos seus servos: Tendes ainda
vosso pai? Tendes um irmمo?
20. E nَs havيamos respondido ao meu senhor que tيnhamos um velho
pai e um irmمozinho, filho de sua velhice, do qual o irmمo havia
morrido; e que, como ele foi deixado o ْnico de sua mمe, seu pai o
amava.
21. Disseste aos teus servos: Trazei-o para junto de mim, a fim
de que o veja com meus olhos.
22. Havيamos respondido ao meu senhor que o menino nمo podia
abandonar o seu pai, pois, se o fizesse, seu pai morreria.
23. E disseste aos teus servos: Se vosso irmمozinho nمo vier
convosco, nمo sereis admitidos na minha presença.
24. Quando voltamos para a casa do teu servo, nosso pai,
referimos-lhe as palavras do meu senhor.
25. E, quando nosso pai nos mandou voltar para comprar alguns
vيveres,
26. respondemos-lhe: Nمo podemos descer. Mas, se nosso irmمo mais
novo nos acompanhar, fل-lo-emos, pois que nمo seremos admitidos na
presença do governador, se nosso irmمo nمo for conosco.
27. Teu servo, nosso pai, nos replicou: Sabeis que minha mulher
me deu dois filhos.
28. Um desapareceu de minha casa, e eu disse: Certamente foi
devorado. E nمo mais o revi até hoje.
29. Se me tirais ainda este, e lhe acontecer alguma desgraça,
fareis descer os meus cabelos brancos à habitaçمo dos mortos, sob o peso
da dor.
30. Se agora volto para junto de teu servo, meu pai, sem levar
conosco o menino, ele, cuja vida estل ligada à do menino,
31. desde que notar que ele nمo estل conosco, morrerل. E teus
servos terمo feito descer à habitaçمo dos mortos, sob o peso da afliçمo,
os cabelos brancos do teu servo, nosso pai.
32. Ora, o teu servo respondeu pelo menino junto de meu pai; e
disse-lhe que, se ele nمo lho reconduzisse, seria eternamente culpado
para com seu pai.
33. Rogo-te, pois: aceita que teu servo fique escravo de meu
senhor em lugar do menino, para que este possa voltar com seus irmمos.
34. Como poderia eu apresentar-me diante do meu pai, se o menino
nمo for comigo? Oh, eu nمo poderia suportar a dor que sobreviria a meu
pai!”
Capيtulo 45
1. Entمo José, jل nمo se podendo conter diante de todos os
assistentes, exclamou: “Fazei sair todo o mundo.” Desse modo, ninguém
ficou com ele, quando se deu a conhecer aos seus irmمos.
2. Pôs-se a chorar tمo alto que os egيpcios da casa do faraَ o
ouviram.
3. E disse aos seus irmمos: “Eu sou José! Meu pai vive ainda?”
Mas nمo lhe puderam responder, porque estavam pasmados de se encontrar
diante dele.
4. “Aproximai-vos”, disse-lhes ele; e eles aproximaram-se. E ele
disse-lhes: “Eu sou José, vosso irmمo, que vendestes para o Egito.
5. Mas agora nمo vos entristeçais, nem tenhais remorsos de me ter
vendido para ser conduzido aqui. ة para vos conservar a vida que Deus me
enviou adiante de vَs.
6. Porque eis jل dois anos que a fome assola a terra, e haverل
ainda cinco anos sem amanho nem colheita.
7. Deus enviou-me adiante de vَs para que subsista um resto de
vossa raça na terra, e para vos conservar a vida por uma grande
libertaçمo.
8. Nمo sois vَs, pois, que me haveis mandado para aqui, mas Deus
mesmo. Ele tornou-me como o pai do faraَ, chefe de toda a sua casa e
governador de todo o Egito.
9. Apressai-vos em voltar para junto de meu pai e dizei-lhe: Eis
o que diz o teu filho José: Deus elevou-me ao cargo de chefe de todo o
Egito. Vem para junto de mim sem demora.
10. Habitarلs na terra de Gessém, bem perto de mim, com teus
filhos, teus netos, tuas ovelhas, teus bois e tudo o que te pertence.
11. Eu te sustentarei, pois haverل ainda cinco anos de fome; e
assim nمo cairلs na miséria, nem tu, nem tua casa, nem nada do que te
pertence.
12. Vereis com vossos olhos, e meu irmمo Benjamim também, que sou
bem eu quem vos fala.
13. Contai ao meu pai as honras que recebo no Egito, e tudo o que
vistes, e depois apressai-o para que venha para cل.”
14. Entمo ele jogou-se ao pescoço de seu irmمo Benjamim e pôs-se
a chorar; Benjamim também chorou sobre os seus ombros.
15. Beijou em seguida a todos os seus irmمos, chorando sobre
eles, e puseram-se todos a conversar com ele.
16. A notيcia da chegada dos irmمos de José espalhou-se logo na
casa do faraَ, e foi bem acolhida pelo faraَ e por todo o seu pessoal.
17. Ele disse a José: “Dize a teus irmمos: Eis o que ides fazer:
carregai vossos animais e voltai à terra de Canaم.
18. Tomai vosso pai e vossas famيlias e vinde para junto de mim.
Dar-vos-ei o que hل de melhor no Egito e vos alimentarei com a gordura
da terra.
19. Encarrego-te de dizer-lhes: Eis o que ides fazer: Tomai
carros no Egito para vossos filhos e vossas mulheres, trazei vosso pai e
vinde!
20. Nمo façais caso do que tereis de deixar, porque o que hل de
melhor em todo o Egito é vosso.”
21. Assim fizeram os filhos de Israel. Seguindo a ordem do faraَ,
José deu-lhes carros e provisُes para o caminho.
22. Deu-lhes também a todos mudas de roupas; a Benjamim, porém,
deu trezentas moedas de prata e cinco mudas de roupas.
23. Mandou, igualmente, ao seu pai dez jumentos carregados dos
melhores produtos do Egito e dez jumentas carregadas de trigo, pمo e
provisُes para sua viagem.
24. E, despedindo seus irmمos que partiam, disse-lhes: “Nمo
alterqueis pelo caminho.”
25. Partiram do Egito e chegaram junto de Jacَ, seu pai, na terra
de Canaم.
26. E anunciaram-lhe a boa nova: “José vive ainda, disseram-lhe
eles; e é mesmo ele quem governa todo o Egito.” Mas o coraçمo de Jacَ
permaneceu frio, porque nمo acreditava no que ouvia.
27. Entretanto, quando lhe disseram todas as palavras que José
lhes havia dito, e viu os carros que José tinha enviado para o
transportar, seu espيrito se reanimou.
28. “Basta! disse ele; José, meu filho, vive ainda. Irei e o
verei antes de morrer.”
Capيtulo 46
1. Israel partiu com tudo o que lhe pertencia. Chegou a
Bersabéia, onde ofereceu sacrifيcios ao Deus de seu pai Isaac.
2. Em uma visمo noturna Deus disse-lhe: “Jacَ! Jacَ!” “Eis-me
aqui”, respondeu ele.
3. E Deus disse: “Eu sou Deus, o Deus de teu pai. Nمo temas
descer ao Egito, porque ali farei de ti uma grande naçمo.
4. Descerei contigo ao Egito, e eu mesmo te farei de novo subir
de lل. José fechar-te-ل os olhos.”
5. E Jacَ deixou Bersabéia. Os filhos de Israel levaram seu pai,
assim como seus filhos e suas mulheres, nos carros que o faraَ tinha
enviado para os transportar.
6. Tomaram também seus rebanhos e os bens que tinham adquirido na
terra de Canaم,
7. e Jacَ com toda a sua famيlia partiu para o Egito. Levou
consigo os seus filhos e seus netos, suas filhas e suas netas, enfim,
toda a sua famيlia.
8. Eis os nomes dos filhos de Israel que foram para o Egito: Jacَ
e seus filhos.
9. O primogênito de Jacَ: Rubem. Os filhos de Rubem: Henoc, Falu,
Esron e Carmi.
10. Os filhos de Simeمo: Jamuel, Jamin, Aod, Jaquim, Soar, e
Saul, filho da Cananéia.
11. Os filhos de Levi: Gerson, Gaat e Merari.
12. Os filhos de Judل: Her, Onم, Sela, Farés e Zara. Her e Onم,
porém, morreram em Canaم. Os filhos de Farés: Hesron e Hamul.
13. Os filhos de Issacar: Tola, Fua, Jَ e Semron.
14. Os filhos de Zabulon: Sared, Elon e Jaelel.
15. Sمo estes os filhos que Lia deu a Jacَ em Padم-Arم, assim
como sua filha Dina. Total de seus filhos e filhas: trinta e três
pessoas.
16. Os filhos de Gad: Sefion, Hagi, Suni, Esebon, Heri, Arodi e
Areli.
17. Os filhos de Aser: Jamné, Jesua, Jessui e Beria, assim como
sua irmم Sara. Os filhos de Beria: Heber e Melquiel.
18. Sمo estes os filhos que Zelfa, dada por Labمo à sua filha
Lia, deu à luz a Jacَ: dezesseis pessoas.
19. Filhos de Raquel, mulher de Jacَ: José e Benjamim.
20. No Egito José tivera de Asenet, filha de Putifar, sacerdote
de On, Manassés e Efraim.
21. Os filhos de Benjamim: Bela, Bocor, Asbel, Gera, Naamم, Equi,
Ros, Mofim, Ofim e Ared.
22. Sمo estes os filhos que Raquel deu a Jacَ. Total: quatorze
pessoas.
23. Filho de Dan: Husim.
24. Filhos de Neftali: Jasier, Guni, Jeser e Salém.
25. Sمo estes os filhos que Bala, dada por Labمo à sua filha
Raquel, deu à luz a Jacَ. Total: sete pessoas.
26. O total das pessoas saيdas de Jacَ, que vieram com ele para o
Egito, sem contar as mulheres de seus filhos, era de setenta ao todo.
27. José teve dois filhos nascidos no Egito. O total das pessoas
da famيlia de Jacَ que foram para o Egito era de setenta.
28. Jacَ tinha enviado Judل adiante dele para informar a José de
sua chegada a Gessém. Quando chegaram a Gessém,
29. José mandou preparar o seu carro e montou para ir ao encontro
de seu pai em Gessém. E, logo que o viu, jogou-se ao seu pescoço e
chorou longo tempo em seus braços.
30. “Agora posso morrer, disse-lhe Israel, porque vi o teu rosto,
e vives ainda!”
31. José disse aos seus irmمos: “Vou avisar o faraَ, dizendo:
Meus irmمos e a famيlia de meu pai que estavam em Canaم, vieram para
junto de mim;
32. os homens sمo pastores, criadores de animais, e trouxeram
suas ovelhas e seus bois com tudo o que lhes pertence.
33. Quando o faraَ mandar chamar-vos e vos perguntar qual é vossa
profissمo,
34. responder-lhe-eis: Teus servos foram sempre criadores de
animais, desde sua juventude até o presente, e nossos pais também. Desse
modo podereis ficar na terra de Gessém, porque os egيpcios têm aversمo
aos pastores.”
Capيtulo 47
1. José foi, pois, informar o faraَ: “Meu pai, disse ele, e meus
irmمos chegaram da terra de Canaم com suas ovelhas, seus bois e tudo o
que lhes pertence. Eles estمo na terra de Gessém.”
2. José levara consigo cinco de seus irmمos, que apresentou ao
faraَ.
3. Este disse-lhes: “Qual é vossa profissمo?” Responderam: “Teus
servos sمo pastores, como sempre o foram nossos pais.
4. Viemos, ajuntaram eles, para morar no paيs porque nمo hل mais
pastagem para os rebanhos de teus servos, sendo muito grande a fome na
terra de Canaم. Permite, pois, aos teus servos habitarem na terra de
Gessém.”
5. O faraَ disse a José: “Teu pai e teus irmمos vieram para junto
de ti; a terra do Egito estل à tua disposiçمo: instala-os na melhor
parte do paيs.
6. Que eles habitem na terra de Gessém; e, se conheces entre eles
alguns que sejam capazes, pô-los-لs à frente dos rebanhos que me
pertencem.”
7. José fez entمo vir Jacَ, seu pai, e o apresentou ao faraَ.
8. Jacَ abençoou o faraَ. Este disse-lhe: “Que idade tens?”
9. Jacَ respondeu-lhe: “O nْmero dos anos de minha peregrinaçمo é
de cento e trinta anos. Curtos e maus foram os anos de minha vida, e nمo
atingiriam o nْmero dos que viveram meus pais durante sua peregrinaçمo.”
10. E, depois de ter abençoado o faraَ, Jacَ despediu-se dele.
11. José instalou seu pai e seus irmمos em uma propriedade do
paيs do Egito, na melhor parte da regiمo, a terra de Ramsés, como o
tinha ordenado o faraَ.
12. E José forneceu vيveres a seu pai, a seus irmمos e a toda sua
famيlia, proporcionalmente ao nْmero dos filhos.
13. E faltou pمo em toda a terra, porque a fome era tمo violenta
que a terra do Egito e a terra de Canaم estavam esgotadas.
14. José tinha ajuntado todo o dinheiro que se encontrava no
Egito e em Canaم, como preço do trigo que compravam, e o tinha
depositado no tesouro do faraَ.
15. Quando havia acabado todo o dinheiro do Egito e de Canaم,
todos os egيpcios vieram dizer a José: “Dل-nos pمo. Por que morreremos
na tua presença por falta de dinheiro?”
16. José respondeu: “Trazei vossos animais, se nمo tendes
dinheiro, e dar-vos-ei pمo em troca.”
17. Trouxeram, pois, seus animais a José, o qual lhes deu pمo em
troca dos cavalos, dos rebanhos de ovelhas, dos bois e dos jumentos.
Dessa forma, naquele ano, fornecera-lhes pمo em troca de todos os seus
rebanhos.
18. E aquele ano passou. No ano seguinte, voltaram a ele e
disseram-lhe: “Nمo podemos ocultar do meu senhor que o dinheiro,
tendo-se esgotado, e nossos animais, tendo jل passado para as mمos de
meu senhor, nمo nos restam agora senمo nossos corpos e nossas terras
para oferecer ao meu senhor.
19. Por que perecermos diante de teus olhos, nَs e nossas terras?
Compra-nos a nَs e a nossas terras em troca de pمo, e nَs e nossas
terras seremos escravos do faraَ. Dل-nos sementes, para que vivamos e
nمo morramos, e nمo seja desolado o nosso solo”.
20. José adquiriu, assim, para o faraَ, todas as terras do Egito,
porque cada egيpcio vendia o seu campo, obrigado pela fome; e o paيs
tornou-se propriedade do faraَ.
21. De um extremo a outro do territَrio, ele reduziu a populaçمo
à servidمo.
22. As terras dos sacerdotes foram as ْnicas que nمo comprou,
porque estes recebiam do faraَ uma raçمo determinada para o seu
sustento. Por isso nمo venderam suas propriedades.
23. José disse ao povo: “Eu vos comprei hoje, vَs e vossas
terras, para o faraَ. Aqui tendes sementes: semeai vossos campos.
24. No tempo da colheita, dareis a quinta parte ao faraَ: as
outras quatro partes vos servirمo para semente do campo e para vosso
alimento com vossos filhos e os que moram convosco.”
25. Eles responderam: “Tu nos salvaste a vida. Tenhamos graça aos
olhos de meu senhor e seremos de bom grado escravos do faraَ.”
26. José instituiu assim uma lei que ainda hoje estل em vigor, em
virtude da qual uma quinta parte da colheita pertence ao faraَ. Somente
as terras dos sacerdotes nمo se tornaram sua propriedade.
27. Israel estabeleceu-se, pois, no Egito, na terra de Gessém.
Adquiriram aي propriedades, foram fecundos e multiplicaram-se
grandemente.
28. Jacَ viveu ainda dezessete anos no Egito. A duraçمo de sua
vida foi de cento e quarenta e sete anos.
29. E, aproximando-se do seu termo os dias de Israel, chamou o
seu filho José e disse-lhe: “Se achei graça diante de teus olhos, mete,
rogo-te, tua mمo debaixo de minha coxa e promete-me, com toda a bondade
e fidelidade, que nمo me enterrarلs no Egito.
30. Quando eu me tiver deitado com meus pais, levar-me-لs para
fora do Egito e me enterrarلs junto deles em seu tْmulo.” José
respondeu: “Farei como dizes.” “Jura-mo”, replicou Jacَ.
31. José jurou-lhe e Israel prostrou-se sobre a cabeceira de sua
cama.
Capيtulo 48
1. Depois disso, vieram anunciar a José: “Teu pai estل doente.”
Tomou entمo com ele seus dois filhos, Manassés e Efraim.
2. Jacَ foi avisado disso: “Eis, disseram-lhe, que o teu filho
José vem te ver”. Israel, reunindo suas forças, assentou-se no seu
leito.
3. E disse a José: “O Deus todo-poderoso apareceu-me em Luz, na
terra de Canaم, e abençoou-me.
4. Disse-me: Eu te tornarei fecundo e te multiplicarei até fazer
de ti uma assembléia de povos, e darei esta terra à tua posteridade em
possessمo eterna.
5. Agora, os dois filhos que te nasceram no Egito antes que eu
viesse para junto de ti, sمo meus filhos: Efraim e Manassés sمo meus,
com o mesmo tيtulo que Rubem e Simeمo.
6. Os filhos, porém, que tiveste depois deles, sمo teus: é
conforme o nome de seus irmمos que eles terمo parte na repartiçمo da
herança.
7. Quando eu voltava de Padم, tua mمe Raquel morreu em caminho,
perto de mim, na terra de Canaم, a alguma distância de Efrata; foi ali
que a enterrei, no caminho de Efrata, hoje Belém.”
8. Israel viu os filhos de José e disse: “Quem sمo estes?”
9. “Sمo, respondeu José, os filhos que Deus me deu aqui”.
“Faze-os aproximarem-se, para que eu os abençoe”.
10. Os olhos de Israel tinham-se enfraquecido tanto pela idade,
que jل nمo podia ver. José fê-los aproximarem-se dele e Israel,
tomando-os em seus braços, beijou-os.
11. Depois disse a José: “Nمo esperava mais rever-te, e eis que
Deus me fez ver teus filhos”.
12. José tirou-os dos joelhos de seu pai e prostrou-se com o
rosto por terra.
13. Tomou depois os dois, Efraim pela mمo direita, para colocل-lo
à esquerda de Israel, e Manassés pela mمo esquerda, para colocل-lo à
direita de Israel, e fê-los aproximarem-se.
14. Mas Israel estendeu a mمo direita e pô-la sobre a cabeça de
Efraim, o caçula, e a mمo esquerda sobre a cabeça de Manassés. Cruzou
assim as mمos (porque Manassés era o primogênito).
15. Israel abençoou José, dizendo: “O Deus em cujo caminho
andaram meus pais Abraمo e Isaac, o Deus que tem sido o meu pastor
durante toda a minha vida até este dia,
16. o anjo que me guardou de todo o mal, abençoe estes meninos!
Seja perpetuado neles o meu nome e o de meus pais Abraمo e Isaac, e
multipliquem-se abundantemente nesta terra!”
17. Vendo José que seu pai tinha colocado a mمo direita sobre a
cabeça de Efraim, contrariou-se e tomou a mمo de seu pai para removê-la
da cabeça de Efraim para a cabeça de Manassés.
18. E disse-lhe: “Nمo assim, meu pai; é este aqui o primogênito;
pُe tua mمo direita sobre sua cabeça”.
19. Seu pai, porém, recusou: “Eu sei, meu filho, disse ele, eu
sei. Ele também se tornarل um povo e serل grande; mas seu irmمo mais
novo crescerل mais do que ele e sua posteridade tornar-se-ل uma multidمo
de naçُes”.
20. Abençoou-os, pois, naquele dia, e disse: “Israel vos nomearل
em suas bênçمos; dir-se-ل: Deus te torne semelhante a Efraim e a
Manassés”. Foi assim que ele pôs Efraim na frente de Manassés.
21. Israel disse a José: “Vou morrer. Mas Deus estarل convosco e
vos reconduzirل à terra de vossos pais.
22. Dou-te a mais que teus irmمos, uma porçمo que conquistei aos
amorreus com minha espada e meu arco”.
Capيtulo 49
1. Jacَ chamou seus filhos e lhes disse: “Reuni-vos, porque eu
quero anunciar-vos o que vos hل de acontecer nos dias vindouros:
2. Ajuntai-vos e ouvi, filhos de Jacَ. Escutai Israel, vosso pai.
3. Rubem, tu és o meu primogênito, minha força, primيcias do meu
vigor. Notلvel em dignidade e notلvel em poder.
4. Transbordante como a لgua, nمo terلs o primeiro lugar, porque
subiste ao leito de teu pai, e desse modo maculaste o meu leito.
5. Simeمo e Levi sمo irmمos; suas espadas sمo instrumentos de
violência.
6. Minha alma nمo participe de suas maquinaçُes, meu coraçمo
jamais se associe às suas reuniُes! Porque em sua cَlera mataram homens
e em seu furor enervaram touros.
7. Maldita cَlera que os levou à violência, maldito furor que os
induziu à crueldade! Hei de dispersل-los em Jacَ, hei de espalhل-los em
Israel.
8. Judل, teus irmمos te louvarمo. Pegarلs pela nuca os inimigos;
os filhos de teu pai se prostrarمo em tua presença.
9. Filhote de leمo, Judل: voltas trazendo a caça, meu filho.
Dobra-se, deita-se como um leمo; como uma leoa: quem o despertarل?
10. Nمo se apartarل o cetro de Judل, nem o bastمo de comando
dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence por direito, e a
quem devem obediência os povos.
11. Amarra à videira o jumentinho, à cepa o filho da jumenta.
Lava com o vinho suas vestes, com o sangue das uvas o seu manto.
12. O vinho aumenta o brilho de seus olhos, seus dentes sمo
brancos como o leite.
13. Zabulon habita à beira do mar, no litoral, onde aportam os
navios, e seu flanco se estende por Sidon.
14. Issacar é um jumento forte, deitado nos currais.
15. Vê que é bom o descanso e a terra agradلvel: curva os ombros
sob a carga, sujeita-se ao tributo.
16. Dم julgarل seu povo, como uma das tribos de Israel.
17. Dم serل uma serpente no caminho, uma cobra na estrada, que
morde a pata do cavalo e derruba o cavaleiro.
18. Espero em vosso socorro, Senhor!
19. Gad serل saqueado por quadrilhas de assaltantes, mas também
os assaltarل e perseguirل.
20. Aser tem um pمo saboroso, que constitui as delيcias dos reis.
21. Neftali é uma gazela solta, que tem lindos filhotes.
22. José é broto de uma لrvore fértil, broto de uma لrvore fértil
junto à nascente: seus ramos crescem acima do muro.
23. Provocam-no, atiram contra ele, atacam-no os flecheiros,
24. mas, seu arco permanece firme, seus braços e mمos
desembaraçados pelas mمos do Poderoso de Jacَ, pelo nome do Pastor, que
é a pedra de Israel,
25. graças ao Deus de teu pai, que te ajuda, graças ao
todo-poderoso, que te abençoa com as bênçمos do céu altيssimo, com as
bênçمos do profundo abismo, com as bênçمos dos peitos e do seio.
26. As bênçمos de teu pai sobrepujam as bênçمos das antigas
montanhas, as aspiraçُes das colinas eternas. Que elas desçam sobre a
cabeça de José, sobre a fronte do prيncipe de seus irmمos!
27. Benjamim, lobo voraz, de manhم devora a presa e à tarde
reparte o despojo.”
28. Sمo estes todos que formam as doze tribos de Israel. Foi isso
que lhes disse seu pai ao abençoل-los. A cada um deu uma bênçمo
particular.
29. Em seguida, fez-lhes esta recomendaçمo: “Eis que vou ser
reunido aos meus. Enterrai-me junto de meus pais na caverna da terra de
Efrom, o hiteu,
30. na caverna da terra de Macpela, defronte de Mambré, na terra
de Canaم, essa caverna que Abraمo havia comprado a Efrom, o hiteu, ao
mesmo tempo que a terra, para ter a propriedade de uma sepultura.
31. Foi aي que enterraram Abraمo e Sara, sua mulher; foi aي que
enterraram Isaac e Rebeca, sua mulher; e foi aي que enterrei Lia”.
32. (Essa propriedade, bem como a caverna que nela se encontra,
foram compradas aos filhos de Het.)
33. E, tendo Jacَ dado aos seus filhos esta ْltima recomendaçمo,
recolheu os pés em sua cama, e expirou. E foi reunido aos seus.
Capيtulo 50
1. José atirou-se entمo sobre o rosto de seu pai e o beijou
chorando.
2. Ordenou depois aos médicos que o serviam, que embalsamassem
seu pai; e os médicos embalsamaram Israel.
3. Gastaram nisso quarenta dias, que é o tempo necessلrio ao
embalsamamento. Os egيpcios choraram-no durante setenta dias.
4. Passado o tempo do pranto, José disse à casa do faraَ: “Se
achei graça aos vossos olhos, dizei de minha parte ao faraَ
5. que meu pai me fez jurar-lhe: Eu vou morrer, disse-me ele; tu
me enterrarلs no tْmulo que adquiri na terra de Canaم. Permite-me, pois,
subir e enterrar meu pai; depois voltarei”.
6. O faraَ respondeu: “Vai sepultar teu pai como ele te fez
jurar”.
7. José partiu para sepultar seu pai. Todos os servos do faraَ,
os anciمos de sua casa e todos os anciمos do Egito,
8. toda a casa de José, seus irmمos e a casa de seu pai o
seguiram. Deixaram na terra de Gessém somente seus filhinhos, suas
ovelhas e seus bois.
9. Carros e cavaleiros acompanhavam-no, de sorte que a caravana
era muito grande.
10. Chegando à eira de Atad, além do Jordمo, fizeram uma grande e
solene lamentaçمo, e José celebrou, em honra de seu pai, um pranto de
sete dias.
11. Vendo esse pranto na eira de Atad, o povo daquela terra
disse: “Grande pranto é esse dos egيpcios!” Daي o nome de Abel-Misraim
dado a esse lugar, que estل situado além do Jordمo.
12. Os filhos de Jacَ fizeram, pois, o que ele lhes tinha
ordenado.
13. Levaram-no para Canaم e enterraram-no na caverna da terra de
Macpela, que Abraمo tinha comprado, juntamente com a propriedade de
Efrom, o hiteu, defronte de Mambré, para ter a propriedade de uma
sepultura.
14. Depois do enterro, José voltou para o Egito com seus irmمos e
todos os que o tinham acompanhado nos funerais de seu pai.
15. Os irmمos de José, vendo que seu pai morrera, disseram entre
si: “Serل que José nos tomarل em aversمo e irل vingar-se de todo o mal
que lhe fizemos?”
16. Mandaram, pois, dizer-lhe: “Antes de morrer, teu pai
recomendou-nos
17. que te pedيssemos perdمo do crime que teus irmمos cometeram,
de seu pecado, de todo o mal que te fizeram. Perdoa, pois, agora esse
crime àqueles que servem o Deus de teu pai”. Ouvindo isso, José chorou.
18. Seus irmمos vieram jogar-se aos seus pés, dizendo: “Somos
teus escravos!”
19. José disse-lhes: “Nمo temais: posso eu pôr-me no lugar de
Deus?
20. Vossa intençمo era de fazer-me mal, mas Deus tirou daي um
bem; era para fazer, como acontece hoje, com que se conservasse a vida a
um grande povo.
21. Nمo temais, pois: eu vos sustentarei a vَs e a vossos
filhos”. Estas palavras, que lhes foram direito ao coraçمo,
reconfortaram-nos.
22. José habitou no Egito, e também a famيlia de seu pai. Viveu
cento e dez anos.
23. Viu os descendentes de Efraim até a terceira geraçمo.
Igualmente, os filhos de Maquir, filho de Manassés, vieram à luz sobre
os joelhos de José.
24. José disse a seus irmمos: “Vou morrer; mas Deus vos visitarل
seguramente e vos farل subir desta terra para a terra que jurou dar a
Abraمo, Isaac e a Jacَ”.
25. E José fez que os filhos de Israel jurassem: “Quando Deus vos
visitar, disse ele, levareis daqui os meus ossos”.
26. José morreu com a idade de cento e dez anos. Foi embalsamado
e depositado num sarcَfago no Egito.
|
|
|