Bيblia - Antigo Testamento
 
19-  Livro de Ester
Bيblia
Antigo Testamento
 
Capيtulo
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Capيtulo 1

1. No tempo de Assuero, que reinava desde a حndia até a Etiَpia sobre cento e vinte e sete provيncias,
2. naqueles dias em que ele ocupava o trono real de Susa, sua capital,
3. no terceiro ano de seu reinado, deu um banquete a todos os cortesمos e a seus servos. Tinha reunido em sua presença os chefes do exército dos persas e dos medos, os prيncipes e os governadores das provيncias,
4. para fazer manifestaçمo da riqueza e do esplendor de seu reino, da rara magnificência de sua grandeza, durante um tempo considerلvel, a saber, cento e oitenta dias.
5. Passado esse tempo, o rei ofereceu a toda a populaçمo de Susa, a capital, desde o maior até o menor, um banquete de sete dias no pلtio do jardim, junto ao palلcio.
6. Cortinas brancas de algodمo e de pْrpura violeta, presas por cordُes brancos e purpْreos a anéis de prata e a colunas de mلrmore; leitos de ouro e prata sobre um pavimento de pَrfiro, de mلrmore branco, de nلcar e pedra preta;
7. bebida servida em copos de ouro de variadas formas; o vinho real em abundância oferecido pela liberalidade do rei.
8. Bebia-se sem ser importunado por ninguém, segundo uma ordem do rei, porque ele tinha recomendado a todos os chefes de sua casa que deixassem cada um proceder como lhe agradasse.
9. Por sua parte, a rainha Vasti ofereceu o banquete das mulheres no palلcio do rei Assuero.
10. No sétimo dia, o rei cujo coraçمo estava alegre pelo vinho, ordenou a Mauman, Bazata, Harbona, Bagata, Abgata, Zetar e Carcar - os sete eunucos a serviço, junto de Assuero -
11. que trouxessem à sua presença a rainha Vasti com o diadema real, para mostrar ao povo e aos grandes toda a sua beleza, porque era formosa de aspecto.
12. Mas a rainha Vasti recusou sujeitar-se à ordem do rei transmitida pelos eunucos, com o que se irritou grandemente o rei, acendendo-se o seu furor.
13. Consultou os sلbios versados na ciência dos tempos. (Porque os assuntos reais eram tratados desse modo, com jurisconsultos,
14. e os mais considerados eram Carsena, Setar, Admata, Tarsis, Mares, Marsena e Memucan, sete prيncipes da Pérsia e da Média, que contemplavam a face do rei e ocupavam o primeiro lugar no reino.)
15. Que lei, disse ele, se deve aplicar à rainha Vasti, por nمo ter obedecido a ordem que o rei Assuero lhe transmitiu pelos eunucos?
16. Nمo foi somente em relaçمo ao rei, respondeu Memucan, que se comportou mal a rainha Vasti, mas também em relaçمo a todos os prيncipes e os povos das provيncias do rei Assuero.
17. Porque o proceder da rainha serل conhecido de todas as mulheres e as incitarل a desprezar seus maridos. Dirمo: O rei Assuero tinha mandado trazer à sua presença a rainha Vasti, mas ela nمo quis vir.
18. Daqui em diante, as senhoras da Pérsia e da Média, sabendo da conduta da rainha, responderمo do mesmo modo a todos os grandes do rei e disso resultarل, por toda parte, desprezo e irritaçمo.
19. Se o rei achar bom, publique-se em seu nome um decreto real, que ficarل consignado nas ordenaçُes da Pérsia e da Média como irrevogلvel, em força do qual Vasti nمo apareça mais diante de Assuero e o rei confira o tيtulo de rainha a outra que seja mais digna.
20. Quando o edito for conhecido na imensidade de seu reino, todas as mulheres respeitarمo seus maridos, desde o maior até o mais humilde.
21. Esse parecer agradou ao rei e aos prيncipes, de modo que o rei seguiu o conselho de Memucan.
22. O rei expediu cartas para todas as provيncias reais, a cada uma em sua escrita e a cada povo em sua lيngua prَpria: elas decretavam que todo homem devia ser o senhor em sua casa e fazer-se respeitar por sua mulher.

 
Capيtulo 2

1. Quando, pouco depois, a cَlera do rei se acalmou, pensou em Vasti, no que ela tinha feito e na decisمo que tomara a respeito dela.
2. Entمo as pessoas do séquito do rei disseram:
3. Que se procurem para o rei donzelas virgens, belas de aspecto; que o rei envie pessoas a todas as provيncias de seu reino, para reunir todas as jovens virgens de belo aspecto e trazê-las a Susa, sua capital, ao harém, sob a vigilância de Hegai, eunuco do rei e encarregado das mulheres, que providenciarل às necessidades de seu toucador.
4. A jovem que souber agradar ao rei se tornarل rainha em lugar de Vasti. Isso agradou ao rei que seguiu esse conselho.
5. Ora, havia em Susa, a capital, um judeu chamado Mardoqueu, filho de Jair, filho de Semei, filho de Cis, da tribo de Benjamim,
6. que tinha sido trazido de Jerusalém entre os cativos deportados com Jeconias, rei de Judل, por Nabucodonosor, rei de Babilônia.
7. Era o tutor de Edissa - isto é, Ester, - filha de seu tio, َrfم de pai e mمe. A moça era de belo porte e agradلvel de aspecto; na morte de seus pais, Mardoqueu a tinha adotado por filha.
8. Logo que foi publicado o edito do rei, numerosas jovens foram reunidas em Susa, a capital, sob a guarda de Hegai. Ester também foi levada ao palلcio e posta sob a guarda de Hegai, o encarregado das mulheres.
9. A jovem lhe agradou e ganhou suas graças; tanto que ele se apressou a lhe proporcionar ungüentos e perfumes para seu toucador e adorno. Deu-lhe sete companheiras, escolhidas na casa do rei, reservando a elas o melhor apartamento do gineceu.
10. Ester nمo tinha revelado sua raça nem sua famيlia, porque Mardoqueu lhe tinha proibido falar disso.
11. Cada dia ele passeava diante do pلtio do gineceu para ter notيcias de Ester e saber o que lhe acontecia.
12. Toda jovem começava por sujeitar-se, durante doze meses, à lei das mulheres. Nesse perيodo se purificavam seis meses com َleo de mirra, e seis meses com cosméticos e outros bلlsamos em uso entre as mulheres.
13. Depois disso, quando chegava a vez de cada uma entrar junto ao rei, podia, ao passar do gineceu ao palلcio, tomar consigo tudo o que queria.
14. Admitida à tarde, se retirava pela manhم a um outro palلcio das mulheres, sob a guarda de Chaasgaz, o eunuco do rei posto à frente das concubinas. E nمo voltava mais junto ao rei, se ele nمo tivesse manifestado o desejo, chamando-a expressamente.
15. Chegou a vez de Ester entrar junto ao rei. A filha de Abigail (tio desse Mardoqueu que a tinha adotado por filha), nمo pediu nada além do que lhe foi dado por Hegai, eunuco do rei, encarregado das mulheres. Mas ela ganhava as boas graças de todos os que a viam.
16. Foi levada junto ao rei Assuero, a seu palلcio. Era o décimo mês (mês de Tebet), do ano sétimo do seu reinado.
17. O rei amou-a mais que todas as outras mulheres; e ganhou ela as graças e o favor real mais que todas as demais jovens. Tanto que o rei colocou sobre sua cabeça o diadema real e a fez rainha em lugar de Vasti.
18. O rei deu um grande banquete a todos os seus prيncipes e a seus servos em honra de Ester; concedeu um dia de descanso a seus Estados e fez benefيcios verdadeiramente reais.
19. Na segunda vez que reuniram as jovens, Mardoqueu se achava sentado à porta do rei.
20. Obedecendo à proibiçمo de seu tutor, Ester nمo tinha revelado nem sua famيlia, nem sua raça. Obedecia ainda a Mardoqueu, como quando estava sob a sua tutela.
21. Naquele tempo, pois, Mardoqueu se sentava à porta do palلcio. Ora, dois eunucos do rei, Bigtم e Tares, guardas da entrada, cedendo ao ressentimento, pensaram levantar sua mمo contra o rei.
22. Mardoqueu o soube e deu parte à rainha Ester, e esta o referiu ao rei da parte de Mardoqueu.
23. Examinado o assunto e reconhecido como certo, foram os dois eunucos suspensos numa forca. E se consignou o fato nas Crônicas, em presença do rei.

 
Capيtulo 3

1. Depois desses acontecimentos, o rei Assuero elevou em dignidade Amم, filho de Amedata, o agagita, e lhe deu um lugar acima de todos os grandes que o rodeavam.
2. Todos os servos do rei, que estavam à sua porta, dobravam o joelho e prostravam-se diante de Amم, por ordem expressa do rei; entretanto, Mardoqueu nمo queria nem dobrar o joelho, nem prostrar-se.
3. Por que, pois, lhe diziam os servos que estavam à porta real, desobedeces assim à ordem do rei?
4. E como lhe repetissem isso todos os dias, sem que ele fizesse conta, denunciaram-no a Amم, para ver se esse Mardoqueu persistia em sua resoluçمo, pois ele lhes havia dito que era judeu.
5. Amم viu que Mardoqueu nمo queria nem inclinar-se, nem prostrar-se diante dele e isso o pôs em cَlera.
6. Mas teve como pouco vingar-se sَ de Mardoqueu, cuja raça conhecia, e procurou um meio de exterminar a naçمo de Mardoqueu, todos os judeus do reino de Assuero.
7. No primeiro mês, chamado Nisم, do ano duodécimo do reinado de Assuero, foi lançado o pur, isto é, a sorte, diante de Amم, para cada dia e para cada mês, até o duodécimo mês, isto é, Adar.
8. Entمo Amم disse ao rei Assuero: Hل em todas as provيncias do teu reino uma naçمo dispersa e separada das outras; suas leis sمo diferentes das dos demais povos e se nega a observar as leis do rei. Nمo convém aos interesses do rei deixar essa gente em paz.
9. Se ao rei lhe parece bem, dê-se ordem de fazê-los perecer, e eu pesarei dez mil talentos de prata nas mمos dos funcionلrios, para que os recolham ao tesouro real.
10. Tirando o anel de seu dedo, o rei o entregou a Amم, filho de Amedata, o agagita, o opressor dos judeus.
11. Eu te entrego, lhe disse, esse dinheiro e ao mesmo tempo esse povo; faze dele o que quiseres.
12. No dia treze do primeiro mês foram convocados os escribas reais. Foram escritas pontualmente todas as ordens do rei aos sلtrapas do rei, aos governadores de cada provيncia e aos prيncipes de cada naçمo, a cada provيncia segundo sua escritura e a cada naçمo em sua lيngua prَpria. O edito estava assinado com o nome de Assuero e levava o selo real.
13. Foram expedidas cartas, por correios, para todas as provيncias do rei, a fim de destruir, matar e exterminar todos os judeus, jovens, velhos, crianças e mulheres, num sَ dia, no dia treze do duodécimo mês chamado Adar e a fim de entregar ao saque os seus despojos.
14. Uma cَpia do edito, que devia ser promulgado em cada provيncia, foi enviada a todos os povos, para que todos estivessem preparados para o dia marcado.
15. Por ordem do rei, os correios partiram a toda a pressa. O edito fora publicado primeiro em Susa, a capital, e enquanto o rei bebia acompanhado de Amم, a consternaçمo reinava na cidade de Susa.

 
Capيtulo 4

1. Quando Mardoqueu soube o que se tinha passado, rasgou suas vestes, cobriu-se de saco e cinza, e percorreu a cidade, dando gritos de dor.
2. Veio desse modo até diante da porta do rei, pela qual ninguém tinha o direito de passar com vestes de luto.
3. Em cada provيncia, em toda parte onde chegava a ordem do rei e seu edito, havia grande desolaçمo entre os judeus. Jejuaram, choraram e fizeram lamentaçُes; e muitos se deitavam sobre o saco e a cinza.
4. As criadas de Ester e seus eunucos vieram contar-lhe o que se passava, e isso lhe causou grande temor. Mandou roupas para revestir Mardoqueu, fazendo-lhe despir o saco de que estava coberto, mas ele nمo as aceitou.
5. Entمo Ester, chamando Atac, um dos eunucos que o rei pusera a seu serviço, encarregou-o de perguntar a Mardoqueu o que significavam aqueles sinais de dor.
6. Atac foi ter com Mardoqueu, que estava na praça da cidade, diante da porta do rei.
7. Soube dele tudo o que tinha acontecido e a quantia de dinheiro que Amم tinha prometido recolher ao tesouro real em troca da destruiçمo dos judeus.
8. Mardoqueu lhe entregou também uma cَpia do edito, publicado em Susa para exterminل-los. Devia mostrل-la a Ester, pô-la a par de tudo e movê-la a ir ter com o rei para implorar sua graça e interceder junto dele em favor do povo.
9. Atac veio referir a Ester as palavras de Mardoqueu,
10. mas a rainha mandou Atac responder-lhe:
11. Todos os servos do rei e o povo de suas provيncias sabem bem que, para quem quer que seja, homem ou mulher, que penetrar sem ser chamado na câmara interior do palلcio, hل uma lei real condenando-o à morte, exceçمo feita somente àquele para o qual o rei estender seu cetro de ouro, conservando-lhe a vida. E eis que sمo jل trinta dias que nمo sou chamada junto ao rei.
12. As palavras de Ester foram referidas a Mardoqueu, e este lhe mandou responder:
13. Nمo imagines que serلs a ْnica entre todos os judeus a escapar, por estares no palلcio.
14. Se te calares agora, o socorro e a libertaçمo virمo aos judeus de outra parte; mas tu e a casa de teu pai perecereis. E quem sabe se nمo foi para essas circunstâncias que chegaste à realeza.
15. Ester mandou responder a Mardoqueu:
16. Vai reunir todos os judeus de Susa e jejuai por mim sem comer nem beber durante três dias e três noites. Eu farei a mesma coisa com as minhas criadas. Depois disso, apesar da lei, irei ter com o rei. Se houver de morrer, morrerei.
17. Mardoqueu se retirou e fez o que Ester pediu.

 
Capيtulo 5

1. Três dias depois Ester se revestiu de seus trajes reais e se apresentou na câmara interior do palلcio, diante do aposento real, onde estava o rei sentado sobre seu trono, diante da porta de entrada do edifيcio.
2. Logo que o rei viu a rainha Ester no لtrio, esta conquistou suas boas graças, de sorte que ele estendeu o cetro de ouro que tinha na mمo. E Ester se aproximou para tocل-lo.
3. O rei lhe disse: Que tens, rainha Ester e que queres? Mesmo a metade de meu reino eu te daria.
4. Se parecer bem ao rei, respondeu ela, venha hoje com Amم ao banquete que lhe preparo.
5. O rei disse entمo: Apressai-vos em fazer vir Amم para atender ao desejo de Ester. O rei foi, pois, com Amم ao banquete que Ester tinha preparado.
6. Enquanto se bebia o vinho, o rei disse à rainha: Qual é o teu pedido? Ser-te-ل concedido. Que desejas? Mesmo que fosse a metade de meu reino, a receberias.
7. Eis, respondeu, meu pedido e meu desejo:
8. se achei graça aos olhos do rei, e se lhe agrada aceder ao meu pedido e cumprir o meu desejo, que o rei e Amم tornem a vir ao banquete que lhes mandarei preparar. Amanhم eu responderei à pergunta do rei.
9. Amم voltou naquele dia gozoso e alegre de coraçمo. Mas à vista de Mardoqueu que, diante da porta do rei, nمo se levantava nem se movia à sua passagem, encheu-se de furor contra o judeu.
10. Soube, entretanto, conter-se e retirou-se para casa. Entمo, mandou buscar os seus amigos e Zarés, sua mulher, e
11. lhes falou do esplendor de suas riquezas, do nْmero de seus filhos, de tudo o que tinha feito o rei para exaltل-lo e do lugar que lhe tinha conferido sobre todos os prيncipes e todo o pessoal real.
12. Além disso, acrescentou, fui o ْnico que a rainha Ester admitiu com o rei ao banquete que ela deu e sou ainda convidado para amanhم, com o rei.
13. Mas tudo isso o tenho por nada, enquanto vir esse judeu Mardoqueu na antecâmara do rei.
14. Zarés, sua mulher, e todos os seus amigos lhe disseram: Nمo hل mais que preparar uma forca de cinqüenta côvados de altura. E amanhم cedo pede ao rei que nela seja suspenso Mardoqueu. Depois irلs satisfeito ao banquete com o rei. Isso agradou a Amم, e este mandou levantar a forca.

 
Capيtulo 6

1. Naquela noite o rei nمo pôde conciliar o sono. Mandou que lhe trouxessem o livro dos Anais, as Crônicas, que lhe foram lidas.
2. Achava-se aي consignada a narraçمo da denْncia que tinha feito Mardoqueu (da conjuraçمo) de Bigtم e Tares, os dois eunucos do rei que tinham querido levantar sua mمo contra o rei.
3. Que honras, disse entمo o rei, e que distinçُes recebeu Mardoqueu por isso? - Nenhuma, responderam os servos do rei.
4. E o rei perguntou: Quem estل no pلtio? Ora, nesse mesmo instante entrava Amم no pلtio exterior do palلcio para pedir ao rei que mandasse suspender Mardoqueu na forca que tinha feito levantar.
5. Os servos do rei responderam: ة Amم que estل no pلtio. - Que entre!, retornou o rei.
6. Entrou, pois, Amم e o rei lhe disse: Que se deveria fazer para um homem que o rei quer honrar? - A quem, senمo a mim, quererل o rei honrar?, pensou Amم.
7. Por isso respondeu ao rei: Para um homem a quem o rei deseja honrar
8. convém que lhe tragam as vestes com que se adorna o rei, o cavalo que o rei monta, e sobre sua cabeça se coloque a coroa real.
9. As vestes e o cavalo se darمo a um dos senhores da corte e este revestirل o homem a quem o rei quer honrar e o passearل a cavalo pela praça da cidade, dizendo em altas vozes diante dele: ة assim que é tratado o homem a quem o rei quer honrar.
10. O rei replicou: Toma, pois, depressa as vestes e o cavalo, como disseste, e faze tudo isso para Mardoqueu, o judeu que estل assentado em minha antecâmara. E que nada se omita de tudo o que disseste.
11. Amم tomou as vestes e o cavalo, revestiu Mardoqueu e o conduziu a cavalo pela praça da cidade, clamando diante dele: ة assim que é tratado o homem a quem o rei quer honrar.
12. Depois Mardoqueu voltou à porta do palلcio, enquanto Amم se retirava precipitadamente para casa, consternado e de cabeça coberta,
13. para contar a Zarés, sua mulher, e a todos os seus amigos o que lhe tinha acontecido. Seus conselheiros e sua mulher Zarés lhe responderam: Se Mardoqueu, diante do qual começou tua queda, pertence ao povo judeu, nمo o vencerلs, mas sucumbirلs diante dele.
14. Eles falavam ainda, quando sobrevieram os eunucos do rei para levل-lo imediatamente ao banquete que Ester tinha preparado.

 
Capيtulo 7

1. O rei e Amم vieram, pois, ao banquete de Ester.
2. No segundo dia, bebendo vinho, disse ainda o rei a Ester: Qual é teu pedido, rainha Ester? Serل atendido. Que é que desejas? Fosse mesmo a metade de meu reino, tu obterias.
3. A rainha respondeu: Se achei graça a teus olhos, َ rei, e se ao rei lhe parecer bem, concede-me a vida, eis o meu pedido; salva meu povo, eis o meu desejo.
4. Fomos votados, eu e meu povo, ao extermيnio, à morte, ao aniquilamento. Se tivéssemos sido vendidos como escravos, eu me calaria, mas eis que agora o opressor nمo poderia compensar o prejuيzo que causa ao mesmo rei.
5. Quem é, replicou o rei, e onde estل quem maquina tal projeto em seu coraçمo?
6. O opressor, o inimigo, disse a rainha, é Amم, eis aي o infame!
7. Amم ficou tomado de terror diante do rei e da rainha. O rei, aceso em cَlera, levantou-se e deixou o banquete, dirigindo-se ao jardim do palلcio, ao passo que Amم permanecia ali, para implorar a Ester o perdمo de sua vida, porque via bem que no espيrito do rei estava decretada sua perda.
8. Quando o rei voltou do jardim do palلcio para a sala do banquete, viu Amم que se tinha deixado cair sobre o divم em que repousava Ester: Como!, exclamou. Ei-lo que quer fazer violência à rainha em minha casa, em meu palلcio! Mal tinha saيdo essa palavra da boca do rei, quando cobriram a face de Amم.
9. Harbona, um dos eunucos, disse ao rei. A forca preparada por Amم para Mardoqueu, cuja denْncia em favor do rei tinha sido tمo salutar, acha-se levantada na casa de Amم, alta de cinqüenta côvados.- Que o suspendam nela!, exclamou o rei.
10. E suspenderam Amم na forca que tinha preparado para Mardoqueu. Isso acalmou a cَlera do rei.

 
Capيtulo 8

1. Naquele mesmo dia Assuero fez presente à rainha Ester da casa de Amم, o opressor dos judeus; e Mardoqueu se apresentou diante do rei, porque Ester tinha manifestado o que ele era dela.
2. Tirando seu anel, que tinha retomado de Amم, o rei o presenteou a Mardoqueu, que foi colocado por Ester à frente da casa de Amم.
3. Ester voltou de novo à presença do rei e falou. Prostrada a seus pés, desfeita em lلgrimas, lhe suplicava que destruيsse as maquinaçُes que Amم, o agagita, tinha perversamente urdido contra os judeus.
4. O rei estendeu o cetro de ouro a Ester, a qual se pôs em pé diante dele.
5. Se parecer bem ao rei, disse ela, e se achei graça diante dele, e se isso lhe parecer justo e se sou agradلvel a seus olhos, que revogue por escrito as cartas, que Amم, filho de Amedata, o agagita, tinha concebido o redigido para perder os judeus de todas as provيncias do rei.
6. Como poderia eu ver a desgraça que aguarda meu povo, e como poderia assistir ao extermيnio de minha raça?
7. O rei Assuero respondeu à rainha Ester e ao judeu Mardoqueu: Fiz presente a Ester da casa de Amم, e fiz perecer esse homem por ter levantado a mمo contra os judeus.
8. Escrevei, portanto, vَs mesmos, em nome do rei, em favor dos judeus, como bem vos parecer e selai com o selo real, porque toda ordem escrita em nome do rei e firmada com seu selo é irrevogلvel.
9. Foram entمo chamados os escribas do rei, no vigésimo terceiro dia do terceiro mês, chamado Sivم; e conforme as instruçُes de Mardoqueu, escreveram aos judeus, aos sلtrapas, aos governadores e aos senhores das cento e vinte e sete provيncias situadas entre a حndia e a Etiَpia, a cada provيncia em sua escritura, a cada naçمo em sua lيngua, e aos judeus na sua prَpria escritura e lيngua.
10. Redigiram-se, pois, em nome do rei Assuero e marcaram-se com o selo real as cartas, que foram expedidas por correios a cavalo, tendo como montarias cavalos procedentes das cavalariças reais.
11. Essas comunicaçُes diziam que o rei outorgava aos judeus, em qualquer cidade em que residissem, o direito de se reunir para defender sua vida, de destruir, matar e fazer perecer, em cada provيncia do reino, todos os que se armassem para atacل-los, com suas mulheres e filhos; igualmente o direito de se apoderarem de seus despojos.
12. (Tudo isso se faria) num sَ dia, em todas as provيncias do rei Assuero, no dia treze do duodécimo mês, chamado Adar.
13. Uma cَpia do edito, que devia ser promulgado como lei em cada provيncia, foi enviada a todos os povos, a fim de que os judeus estivessem preparados, naquele dia, para tirar vingança de seus inimigos.
14. Os correios, montando cavalos das cavalariças reais, partiram apressadamente e cumpriram diligentemente a ordem do rei. O edito foi publicado primeiramente em Susa, a capital.
15. Saiu entمo Mardoqueu da casa do rei, com uma veste real, azul e branca, com uma grande coroa de ouro e um manto de linho e pْrpura. A cidade de Susa alegrou-se com os gritos de jْbilo.
16. Nمo havia para os judeus senمo felicidade, alegria e cantos de triunfo.
17. Em cada provيncia, em cada cidade, aonde quer que chegasse o edito real, havia entre os judeus transportes de gozo, banquetes e regozijo. Muitos no paيs se fizeram judeus, tanto era o temor que lhes inspiravam.

 
Capيtulo 9

1. No duodécimo mês, que é o de Adar, no dia treze do mês, data em que entrava em vigor a ordem e o edito do rei, no mesmo dia em que os inimigos dos judeus contavam fazer-lhes mal, aconteceu tudo ao contrلrio, e os judeus dominaram seus inimigos.
2. Estavam reunidos em suas respectivas cidades, em todas as provيncias do rei Assuero para levantarem a mمo contra aqueles que desejavam sua perda. Ninguém pôde resistir-lhes, porque o terror se tinha apoderado de todos os povos.
3. Todos os senhores das provيncias, os sلtrapas, os governadores, os funcionلrios do rei tomaram o partido dos judeus, por temor de Mardoqueu.
4. Porque este ocupava um alto lugar no palلcio real e sua fama se espalhava em todas as provيncias, onde sua influência nمo cessava de crescer.
5. Os judeus, pois, feriram todos os seus inimigos a golpes de espada: massacre e extermيnio de seus opressores, aos quais trataram como quiseram.
6. Em Susa, na capital, mataram quinhentos homens.
7. Fizeram igualmente perecer Farsandata, Delfon, Esfata,
8. Forata, Adalia, Aridata,
9. Fermesta, Arisai, Aridai e Jesata,
10. os dez filhos de Amم, filho de Amedata, o opressor dos judeus. Mas se abstiveram de toda pilhagem.
11. Nesse mesmo dia fizeram conhecer ao rei o nْmero das vيtimas em Susa, a capital.
12. E o rei disse a Ester: Em Susa, na capital, os judeus mataram quinhentos homens e os dez filhos de Amم. Que nمo terمo feito nas outras provيncias do rei! (Entretanto), tens ainda algum pedido? Ser-te-ل concedido. Tens algum desejo? Serل satisfeito.
13. Se parecer bem ao rei, respondeu Ester, seja permitido ainda amanhم, aos judeus de Susa, agir conforme ao decreto de hoje, e que se suspendam numa forca os dez filhos de Amم.
14. O rei deu ordem para que assim se fizesse. O edito foi publicado em Susa e suspenderam na forca os dez filhos de Amم.
15. Os judeus de Susa se reuniram de novo no dia quatorze do mês de Adar, e mataram na cidade trezentos homens, sem entretanto dar-se à pilhagem.
16. Os outros judeus que estavam disseminados pelas provيncias do rei se juntaram para defender suas vidas e se pôr a salvo dos ataques de seus inimigos. Massacraram setenta e cinco mil, sem entretanto entregar-se à pilhagem.
17. Era o dia treze do mês de Adar. No dia quatorze repousaram e fizeram um dia de banquete de alegria.
18. Quanto aos judeus de Susa, que se juntaram no dia treze e catorze do mesmo mês, repousaram no dia quinze, fazendo-o um dia de alegre banquete
19. Eis por que os judeus do campo, que habitam nas cidades nمo fortificadas, fazem no dia catorze do mês de Adar, um dia de festa com banquetes de alegria, dia em que mandam presentes uns aos outros.
20. Mardoqueu consignou por escrito todos esses acontecimentos. Enviou cartas a todos os judeus das provيncias do rei Assuero, prَximas ou longيnquas,
21. para lhes ordenar que celebrassem cada ano o dia catorze e o dia quinze do mês de Adar,
22. como sendo dias em que tinham sido postos a salvo dos ataques de seus inimigos, e mês em que sua angْstia tinha sido trocada em alegria e sua dor em felicidade. Deviam, pois, nesses dias oferecer alegres banquetes, dar-se presentes e praticar generosidade com os pobres.
23. Os judeus erigiram em costume o que tinham feito na primeira vez e o que Mardoqueu lhes tinha mandado.
24. Porque Amم, filho de Amedata, o agagita, o opressor dos judeus, tinha resolvido perdê-los, e lançado (contra eles) o pur, isto é, a sorte, para exterminل-los e destruي-los.
25. Mas quando Ester se apresentou diante do rei, este ordenou por escrito que a perversa maquinaçمo, tramada contra os judeus, recaيsse sobre a cabeça de seu autor e que este e seus filhos fossem suspensos à forca.
26. ة por isso que se chamam esses dias Purim, da palavra pur. Assim, conforme o conteْdo dessa carta, conforme o que eles mesmos tinham visto e o que lhes tinha acontecido,
27. os judeus instituيram e estabeleceram para si, para sua posteridade e para seus adeptos, o costume irrevogلvel de celebrar anualmente esses dois dias, segundo a forma prescrita e no tempo marcado.
28. Esses dias deviam ser recordados e celebrados de geraçمo em geraçمo, em cada famيlia, em cada provيncia e em cada cidade. Jamais poderiam ser abolidos esses dias dos Purim entre os judeus, nem sua recordaçمo se apagar entre seus descendentes.
29. A rainha Ester, filha de Abigail, e o judeu Mardoqueu escreveram uma segunda vez com insistência para confirmar a carta sobre os Purim.
30. Depois enviaram a todos os judeus das cento e vinte e sete provيncias do rei Assuero cartas com palavras de paz,
31. e a recomendaçمo de celebrarem fielmente esses dias dos Purim no tempo marcado, como o judeu Mardoqueu e a rainha Ester os tinham instituيdo, e como eles tinham estabelecido, tanto para si mesmos, como para seus descendentes, com os jejuns e as lamentaçُes.
32. Desse modo, a ordem de Ester confirmou a instituiçمo dos Purim, e tudo isso foi consignado num livro.

 
Capيtulo 10

1. O rei Assuero impôs um tributo sobre o continente e sobre as ilhas do mar.
2. Tudo o que concerne a seu poder e suas façanhas e os detalhes sobre a elevaçمo de Mardoqueu pelo rei estمo escritos no livro das Crônicas dos reis dos medos e dos persas.
3. Porque o judeu Mardoqueu era o primeiro depois do rei Assuero. Ele gozava de grande consideraçمo entre os judeus e era amado pela multidمo de seus irmمos. Procurava o bem de seu povo e falava a favor da felicidade de toda a sua naçمo.
4. E Mardoqueu disse: De Deus veio tudo isso.
5. Lembro-me de um sonho que tive a esse respeito. Nada foi omitido:
6. a pequena fonte tornada um rio, a luz, o sol, a massa de لgua. O rio é Ester que o rei tomou por esposa e a quem tornou rainha.
7. Amم e eu, eis as duas serpentes.
8. Os povos sمo aqueles que se reuniram para destruir o nome dos judeus.
9. Minha naçمo é Israel que invocou o Senhor e que foi salva; porque o Senhor salvou seu povo e nos livrou de todos esses males. Deus fez prodيgios e maravilhas, como nمo fez semelhantes entre todas as naçُes.
10. Porque Deus preparou dois destinos: um para seu povo e outro para todas as naçُes.
11. E esses dois destinos se cumpriram na hora, no tempo e no dia marcados por Deus para todas as naçُes.
12. Entمo o Senhor lembrou-se dos seus e fez justiça à sua herança.
13. E esses dias do mês de Adar, o catorze e o quinze, serمo celebrados em comum, no povo de Israel, com gozo e alegria diante de Deus, em todas as geraçُes, para sempre.

 
Capيtulo 11

1. No quarto ano do reino de Ptolomeu e de Cleَpatra, Dositeu que se dizia sacerdote e levita, e igualmente seu filho, Ptolomeu, trouxeram a presente carta concernente aos Purim, dizendo que ela tinha sido traduzida por Lisيmaco, filho de Ptolomeu, em Jerusalém.
2. No segundo ano do reino de Assuero, o grande rei, no primeiro dia do mês de Nisم, Mardoqueu, filho de Jair, filho de Semei, filho de Cis, da tribo de Benjamim, teve um sonho.
3. Havia um judeu, estabelecido em Susa, grande personagem, adido à corte do rei.
4. Era do nْmero dos cativos que Nabucodonosor, rei de Babilônia, tinha deportado de Jerusalém com o rei Jeconias, de Judل.
5. Esta foi sua visمo: clamores repentinos, tumultos, trovُes, um tremor de terra, o terror por toda a terra.
6. Em seguida, repentinamente, avançaram dois grandes dragُes, dispostos para acometer um ao outro.
7. Ao grito que lançaram, as naçُes se comoveram para combater contra a naçمo dos justos.
8. Foi um dia de escuridمo e trevas: tribulaçمo, angْstia, perigo e terror sobre toda a terra.
9. O povo inteiro dos justos, cheio de terror, temendo todos os males, julgou-se a ponto de perecer,
10. e clamou a Deus. Enquanto levantavam clamores, eis que uma pequenina fonte toma proporçُes de um grande rio, uma massa de لgua.
11. A luz apareceu com o sol; os que estavam na humilhaçمo foram exaltados e devoraram os nobres.
12. Depois de ter visto esse sonho e o que Deus queria fazer, Mardoqueu se levantou. Até a noite conservou esse sonho gravado no seu espيrito, procurando conhecer o seu sentido.

 
Capيtulo 12

1. Morava entمo Mardoqueu na corte com Bigtم e Tares, dois eunucos do rei, porteiros do palلcio.
2. Teve conhecimento de seus projetos e penetrou em seus desيgnios; descobriu que eles se propunham a levantar a mمo contra o rei Assuero e os denunciou.
3. O rei fez o inquérito. Eles confessaram e foram conduzidos ao suplيcio.
4. O rei mandou registrar esses acontecimentos na Crônica e Mardoqueu tomou também nota disso.
5. O rei lhe assinou uma funçمo no seu palلcio e em prêmio de seus serviços lhe fez presentes.
6. Mas Amم, filho de Amedata, o agagita, que gozava da consideraçمo do rei, odiava Mardoqueu e seu povo por causa dos dois eunucos reais que tinham sido condenados à morte.

 
Capيtulo 13

1. Assuero, o grande rei, a seus vassalos, os sلtrapas e os governadores das cento e vinte e sete provيncias, da حndia até a Etiَpia, manda o que se segue:
2. Embora eu seja o chefe de numerosas naçُes e tenha submetido o mundo inteiro, nمo quero de modo algum abusar da grandeza de meu poder. Quero, por um governo de clemência e de doçura, oferecer a meus sْditos uma existência de tranqüilidade perpétua; e, procurando para meu reino, até seus confins, a calma e a segurança, garantir a paz, cara a todos os mortais.
3. Tenho, pois, perguntado a meus conselheiros como isso se podia realizar, e um deles, chamado Amم, superior a todos por sua sabedoria e fidelidade, que ocupa o primeiro lugar depois do rei,
4. me fez conhecer que hل um povo mal-intencionado, disperso entre os outros povos do mundo, de costumes contrلrios aos dos outros, que despreza continuamente as ordens dos reis, a ponto de ameaçar a concَrdia que reina em nosso império.
5. Tendo, portanto, sabido que essa ْnica naçمo, em oposiçمo perpétua com o resto do gênero humano, destruindo os costumes por leis estranhas, malévola para com tudo o que nos diz respeito, comete as piores desordens e compromete assim a ordem pْblica do reino;
6. por essas razُes, ordenamos que todos aqueles que vos sمo indicados pelas cartas de Amم (o homem que estل à frente de nossos interesses e que nos é um segundo pai), sejam todos radicalmente exterminados, mesmo mulheres e crianças, pela espada de seus inimigos, sem nenhuma compaixمo, nem clemência, no dia catorze do duodécimo mês, chamado de Adar, do presente ano.
7. Desse modo, esse povo, nosso inimigo de outrora e de agora, lançado violentamente, num mesmo dia, na regiمo dos mortos, deixarل para o futuro prosperarem em paz nossos negَcios.
8. Entمo Mardoqueu orou ao Senhor, recordando tudo o que havia feito:
9. Senhor, disse, Senhor, rei todo-poderoso, tudo estل realmente no vosso poder, e ninguém pode resistir à vossa vontade, se tendes resolvido salvar Israel.
10. Fizestes o céu e a terra e todas as maravilhas que se acham sob a abَbada celeste.
11. Sois o Senhor universal e ninguém poderia opor-se a vَs, o Senhor.
12. Conheceis tudo e sabeis que nمo foi nem por espيrito de soberba, nem por presunçمo, nem por vanglَria que recusei prostrar-me diante do orgulhoso Amم.
13. Voluntariamente para salvar Israel, eu beijaria os vestيgios de seus pés.
14. Mas procedi assim por temor de colocar a honra de um homem acima da honra de Deus; nمo adorarei jamais a ninguém senمo vَs. E, contudo, nمo farei isso por orgulho.
15. E agora, Senhor, que sois meu Deus e meu rei, Deus de Abraمo, poupai vosso povo, pois nossos inimigos nos querem arruinar e destruir vossa antiga herança.
16. Nمo desprezeis a vossa porçمo, que vَs resgatastes do Egito.
17. Ouvi minha oraçمo! Sede propيcio para com a partilha de vossa herança, e mudai em gozo nossa dor, a fim de vivermos para celebrar vosso nome, Senhor, e nمo fecheis a boca daqueles que vos louvam, َ Senhor!
18. Todo o Israel clamava também ao Senhor, com grandes vozes, porque tinham a morte diante dos olhos.

 
Capيtulo 14

1. Por sua parte, a rainha Ester, tomada de uma angْstia mortal, recorreu ao Senhor.
2. Depôs suas vestes suntuosas e vestiu roupas de afliçمo e de pesar. Em lugar de essências preciosas, cobriu a cabeça de cinza e de lama; afligiu duramente seu corpo e por todos os lugares onde costumava alegrar-se espalhou os cabelos que se arrancava.
3. Dirigiu esta prece ao Senhor, Deus de Israel: Meu Senhor, nosso ْnico rei, assisti-me no meu desamparo, porque nمo tenho outro socorro senمo vَs,
4. e o perigo que me ameaça eu o toco jل com as mمos.
5. Ouvi desde criança, no seio da minha famيlia, que vَs, Senhor, tendes escolhido Israel entre todas as naçُes, e nossos pais, entre todos os seus antepassados, para deles fazer vossa herança perpétua e que tendes executado todas as vossas promessas.
6. Agora pecamos na vossa presença e nos tendes entregado nas mمos de nossos inimigos,
7. por termos adorado seus deuses. Vَs sois justo, Senhor.
8. Ora, presentemente nمo lhes basta a amargura de nossa escravidمo, mas colocaram suas mمos sobre as mمos dos يdolos,
9. em sinal de que querem abolir o que vossos lلbios decretaram, aniquilar vossa herança, fechar a boca daqueles que vos louvam, extinguir a glَria de vosso templo e de vosso altar,
10. a fim de proclamar pela boca dos povos pagمos o poder de seus يdolos e de magnificar eternamente um rei de carne.
11. س Senhor, nمo entregueis vosso cetro aos povos que sمo nada! Que nمo se riam de nossa ruيna! Fazei cair sobre eles o seu projeto e tornai um escarmento para todo aquele que por primeiro nos atacou.
12. Lembrai-vos de nَs, Senhor! Manifestai-vos no dia da tribulaçمo! Dai-nos coragem, Senhor, rei dos deuses e dominador de todo principado!
13. Colocai em seus lلbios palavras prudentes na presença do leمo e fazei passar seu coraçمo para o َdio daquele que nos é hostil, a fim de que ele pereça, ele e todos os seus parceiros.
14. E a nَs, que a vossa mمo nos livre! Assisti-me no meu abandono, a mim que nمo tenho senمo a vَs, Senhor. Conheceis tudo:
15. sabeis que detesto a glَria dos يmpios e que tenho horror ao leito dos incircuncisos e estrangeiros.
16. Conheceis a necessidade a que estou reduzida e como abomino a insيgnia da dignidade que estل sobre minha cabeça nos dias em que devo aparecer em pْblico. Sim, eu a abomino como um pano manchado e nمo a levo nos dias de meu retiro.
17. Vossa serva nمo comeu à mesa de Amم, nem honrou com sua presença os banquetes do rei, nem bebeu o vinho das libaçُes.
18. Jamais, desde o dia de sua elevaçمo até hoje, vossa serva nمo experimentou alegria a nمo ser em vَs, Senhor, Deus de Abraمo.
19. س Deus, que sois poderoso sobre todas as coisas, ouvi a voz daqueles que nمo têm outra esperança; livrai-nos das mمos dos malvados, e livrai-me de minha angْstia.

 
Capيtulo 15

1. Mardoqueu mandou pedir a Ester que fosse ter com o rei para lhe pedir graça e suplicar em favor de sua pلtria.
2. Recorda-te, lhe mandou dizer, do tempo de tua humilhaçمo, como eras alimentada por minhas mمos. Amم, o primeiro dignitلrio apَs o rei, falou contra nَs para nossa ruيna.
3. Roga, pois, ao Senhor e fala ao rei por nَs; salva-nos da morte!
4. No terceiro dia, terminando sua prece, Ester despiu suas vestes de dor e revestiu suas vestiduras de cerimônia.
5. Assim adornada, depois de ter invocado a Deus, لrbitro e salvador universal, tomou consigo suas duas servas.
6. Apoiava-se sobre uma, como uma pessoa delicada,
7. ao passo que a outra a seguia, levando a cauda de seu vestido.
8. Estava rosada como uma flor de beleza, de rosto alegre e atraente, mas com o coraçمo angustiado pelo temor.
9. Passou, pois, todas as portas e se apresentou diante do rei. Assuero estava assentado em seu trono, revestido de todos os ornamentos de sua majestade, coberto de ouro e de pedrarias e seu aspecto era imponente.
10. Logo que o rei levantou a cabeça radiante de esplendor e dirigiu seu olhar cheio de cَlera, a rainha, mudando de cor, desfaleceu e se deixou cair sobre os ombros da criada que a acompanhava.
11. Deus mudou, entمo, em doçura a cَlera do rei. Todo perturbado, levantou-se precipitadamente de seu trono e a tomou nos braços até que ela voltou a si, procurando acalmar seu temor com doces palavras:
12. Que tens, Ester, lhe disse. Sou teu irmمo. Nمo temas:
13. nمo morrerلs, porque nossa ordem nمo concerne senمo ao comum do povo.
14. Vem.
15. Levantou o cetro de ouro e o aproximou de seu pescoço e a beijou, dizendo: Fala-me.
16. Meu Senhor, eu te vi como um anjo de Deus e o temor de tua majestade pôs no avesso meu coraçمo.
17. Porque és maravilhoso, Senhor, e teu rosto estل cheio de graça.
18. Dizendo essas palavras, desfaleceu de novo sem sentidos,
19. o que encheu o rei de consternaçمo, enquanto todos os seus servos procuravam reanimل-la.

 
Capيtulo 16

1. Eis a cَpia da carta: Assuero, o grande rei, aos cento e vinte e sete sلtrapas, aos governadores das provيncias, desde a حndia até a Etiَpia, e a todos os que dirigem nossos negَcios, saudaçمo.
2. Hل muitos que, cumulados de honras pela grande bondade de seus benfeitores, tornaram-se arrogantes.
3. Nمo somente se deram a oprimir nossos sْditos, mas, incapazes de se contentar com as honras recebidas, urdiram maquinaçُes contra aqueles que os tinham beneficiado.
4. E nمo contentes de banir do meio dos homens o sentimento de gratidمo, chegam até a imaginar, na inchaçمo faustosa de uma sorte inesperada, poder escapar à justa vingança do Deus que tudo vê.
5. Muitas vezes, as insinuaçُes dos encarregados de administrar os interesses de seus amigos arrastaram a calamidades irremediلveis os que detêm o poder e os tornaram cْmplices da morte de inocentes,
6. abusando, por uma mentirosa malيcia, da simplicidade e da probidade dos prيncipes.
7. Isso é o que se pode verificar, nمo tanto pelas relaçُes passadas que chegaram até nَs, como acabamos de recordar, quando examinamos os fatos criminosos, de vَs conhecidos, perpetrados por essa calamidade de homens indignamente revestidos de autoridade.
8. Em conseqüência disso, é necessلrio vigiar para assegurar no futuro, para todos, a tranqüilidade e a paz do reino,
9. realizando mudanças e julgando prudentemente os acontecimentos que se apresentam, para enfrentل-los sempre com eqüidade.
10. Ora, pois, é assim que o macedônio Amم, filho de Amedata, homem verdadeiramente estranho ao sangue dos persas e muito alheio à nossa bondade - embora gozasse de nossa hospitalidade e
11. fosse favorecido de nossa universal benevolência a ponto de ser chamado nosso pai e de ver todos se curvarem diante dele até a terra, como quem ocupa o lugar da segunda pessoa depois do trono real -
12. nمo soube conter sua presunçمo e intentou privar-nos tanto do poder como da vida.
13. Por insinuaçُes cautelosas e sutis, procurou a morte de nosso salvador e grande benfeitor Mardoqueu, como também a de Ester, a irrepreensيvel companheira de nosso reino e de toda a sua naçمo.
14. Pensava surpreender-nos assim, isolados, para transferir o império dos persas aos macedônios.
15. Mas esses judeus que o criminoso votava à morte, verificamos que nمo eram de modo algum malfazejos, mas pelo contrلrio dirigidos por leis muito cheias de eqüidade,
16. e que eles sمo os filhos do Altيssimo Deus vivo, o qual nos conserva a nَs, como a nossos antepassados, este reino em grande prosperidade.
17. Fareis, portanto, bem, nمo levando em conta as cartas enviadas por Amم, filho de Amedata,
18. visto que o autor desse crime foi suspenso numa forca diante das portas de Susa, com toda a sua famيlia, tendo-lhe Deus, o Senhor universal, infligido prontamente o castigo que merecia.
19. Que uma cَpia deste presente edito seja afixada por toda parte: deixai os judeus observar suas leis com toda a liberdade
20. e prestai-lhes assistência para que se possam defender contra todos os que os ataquem no dia marcado para a ruيna deles, isto é, no dia treze do duodécimo mês, chamado Adar.
21. Porque esse dia, marcado para a perda da raça escolhida, Deus, o Senhor universal, o trocou em dia de alegria.
22. Por conseguinte, celebrareis esse dia memorلvel com grande alegria, como uma de vossas solenidades,
23. a fim de que agora e daqui em diante seja um dia de salvaçمo para nَs e para os persas de boa vontade e uma recordaçمo da ruيna dos que maquinaram contra nَs.
24. Toda cidade e toda provيncia que nمo observar estas ordens serل entregue à furiosa devastaçمo do ferro e do fogo; desse modo se tornarل nمo somente inacessيvel aos homens, mas ainda horror perpétuo para os animais selvagens e para as aves.