|
Capítulo 1
1. Revelação de Jesus Cristo, que lhe foi confiada por Deus para
manifestar aos seus servos o que deve acontecer em breve. Ele, por sua
vez, por intermédio de seu anjo, comunicou ao seu servo João,
2. o qual atesta, como palavra de Deus, o testemunho de Jesus
Cristo e tudo o que viu.
3. Feliz o leitor e os ouvintes se observarem as coisas nela
escritas, porque o tempo está próximo.
4. João às sete igrejas que estão na Ásia: a vós, graça e paz da
parte daquele que é, que era e que vem da parte dos sete Espíritos que
estão diante do seu trono
5. e da parte de Jesus Cristo, testemunha fiel, primogênito
dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que
nos lavou de nossos pecados no seu sangue
6. e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai,
glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém.
7. Ei-lo que vem com as nuvens. Todos os olhos o verão, mesmo
aqueles que o traspassaram. Por sua causa, hão de lamentar-se todas as
raças da terra. Sim. Amém.
8. Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que
era e que vem, o Dominador.
9. Eu, João, vosso irmão e companheiro nas tribulações, na
realeza e na paciência em união com Jesus, estava na ilha de Patmos por
causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
10. Num domingo, fui arrebatado em êxtase, e ouvi, por trás de
mim, voz forte como de trombeta,
11. que dizia: O que vês, escreve-o num livro e manda-o às sete
igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a
Filadélfia e a Laodicéia.
12. Voltei-me para saber que voz falava comigo. Tendo-me voltado,
vi sete candelabros de ouro
13. e, no meio dos candelabros, alguém semelhante ao Filho do
Homem, vestindo longa túnica até os pés, cingido o peito por um cinto de
ouro.
14. Tinha ele cabeça e cabelos brancos como lã cor de neve. Seus
olhos eram como chamas de fogo.
15. Seus pés se pareciam ao bronze fino incandescido na fornalha.
Sua voz era como o ruído de muitas águas.
16. Segurava na mão direita sete estrelas. De sua boca saía uma
espada afiada, de dois gumes. O seu rosto se assemelhava ao sol, quando
brilha com toda a força.
17. Ao vê-lo, caí como morto aos seus pés. Ele, porém, pôs sobre
mim sua mão direita e disse: Não temas! Eu sou o Primeiro e o Último, e
o que vive.
18. Pois estive morto, e eis-me de novo vivo pelos séculos dos
séculos; tenho as chaves da morte e da região dos mortos.
19. Escreve, pois, o que viste, tanto as coisas atuais como as
futuras.
20. Eis o simbolismo das sete estrelas que viste na minha mão
direita e dos sete candelabros de ouro: as sete estrelas são os anjos
das sete igrejas, e os sete candelabros, as sete igrejas.
Capítulo 2
1. Ao anjo da igreja de Éfeso, escreve: Eis o que diz aquele que
segura as sete estrelas na sua mão direita, aquele que anda pelo meio
dos sete candelabros de ouro.
2. Conheço tuas obras, teu trabalho e tua paciência: não podes
suportar os maus, puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são
e os achaste mentirosos.
3. Tens perseverança, sofreste pelo meu nome e não desanimaste.
4. Mas tenho contra ti que arrefeceste o teu primeiro amor.
5. Lembra-te, pois, donde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas
primeiras obras. Senão, virei a ti e removerei o teu candelabro do seu
lugar, caso não te arrependas.
6. Mas isto tens de bem: detestas as obras dos nicolaítas, como
eu as detesto.
7. Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao
vencedor darei de comer (do fruto) da árvore da vida, que se acha no
paraíso de Deus.
8. Ao anjo da igreja de Esmirna, escreve: Eis o que diz o
Primeiro e o Último, que foi morto e retomou a vida.
9. Eu conheço a tua angústia e a tua pobreza - ainda que sejas
rico - e também as difamações daqueles que se dizem judeus e não o são;
são apenas uma sinagoga de Satanás.
10. Nada temas ante o que hás de sofrer. Por estes dias o demônio
vai lançar alguns de vós na prisão, para pôr-vos à prova. Tereis
tribulações durante dez dias. Sê fiel até a morte e te darei a coroa da
vida.
11. Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O
vencedor não sofrerá dano algum da segunda morte.
12. Ao anjo da igreja de Pérgamo, escreve: Eis o que diz aquele
que tem a espada afiada de dois gumes.
13. Sei onde habitas: aí se acha o trono de Satanás. Mas tu te
apegas firmemente ao meu nome e não renegaste a minha fé, mesmo naqueles
dias em que minha fiel testemunha Antipas foi morto entre vós, onde
Satanás habita.
14. Todavia, tenho alguma coisa contra ti: é que tens aí sequazes
da doutrina de Balaão, o qual ensinou Balac a fazer tropeçar os filhos
de Israel, para levá-los a comer carne imolada aos ídolos e praticar
imundícies.
15. Tens também sequazes da doutrina dos nicolaítas.
16. Arrepende-te, pois; senão virei em breve a ti e combaterei
contra eles com a espada da minha boca.
17. Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao
vencedor darei o maná escondido e lhe entregarei uma pedra branca, na
qual está escrito um nome novo que ninguém conhece, senão aquele que o
receber.
18. Ao anjo da igreja de Tiatira, escreve: Eis o que diz o Filho
de Deus, que tem os olhos como chamas de fogo e os pés semelhantes ao
fino bronze.
19. Conheço tuas obras, teu amor, tua fidelidade, tua
generosidade, tua paciência e persistência; e as tuas últimas obras, que
excedem as primeiras.
20. Mas tenho contra ti que permites a Jezabel, mulher que se diz
profetisa, seduzir meus servos e ensinar-lhes a praticar imundícies e
comer carne imolada aos ídolos.
21. Eu lhe dei tempo para arrepender-se, mas não quer arrepender-se
de suas imundícies.
22. Desta vez a lançarei num leito, e com ela os cúmplices de
seus adultérios para aí sofrerem muito, se não se arrependerem das suas
obras.
23. Farei perecer pela peste os seus filhos, e todas as igrejas
hão de saber que eu sou aquele que sonda os rins e os corações, porque
darei a cada um de vós segundo as suas obras.
24. A vós, porém, e aos demais de Tiatira que não seguis esta
doutrina e não conheceis (como dizem) as profundezas de Satanás, não
imporei outro fardo.
25. Mas guardai o que tendes até que eu venha.
26. Então ao vencedor, ao que praticar minhas obras até o fim,
dar-lhe-ei poder sobre as nações pagãs.
27. Ele as regerá com cetro de ferro, como se quebra um vaso de
argila,
28. assim como eu mesmo recebi o poder de meu Pai; e dar-lhe-ei a
Estrela da manhã.
29. Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Capítulo 3
1. Ao anjo da igreja de Sardes, escreve: Eis o que diz aquele que
tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas. Conheço as tuas obras:
és considerado vivo, mas estás morto.
2. Sê vigilante e consolida o resto que ia morrer, pois não achei
tuas obras perfeitas diante de meu Deus.
3. Lembra-te de como recebeste e ouviste a doutrina. Observa-a e
arrepende-te. Se não vigiares, virei a ti como um ladrão, e não saberás
a que horas te surpreenderei.
4. Todavia, tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram
suas vestes; andarão comigo vestidas de branco, porque o merecem.
5. O vencedor será assim revestido de vestes brancas. Jamais
apagarei o seu nome do livro da vida, e o proclamarei diante do meu Pai
e dos seus anjos.
6. Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
7. Ao anjo da igreja de Filadélfia, escreve: Eis o que diz o
Santo e o Verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi - que abre e
ninguém pode fechar; que fecha e ninguém pode abrir.
8. Conheço as tuas obras: eu pus diante de ti uma porta aberta,
que ninguém pode fechar; porque, apesar de tua fraqueza, guardaste a
minha palavra e não renegaste o meu nome.
9. Eu te entrego adeptos da sinagoga de Satanás, desses que se
dizem judeus, e não o são, mas mentem. Eis que os farei vir prostrar-se
aos teus pés e reconhecerão que eu te amo.
10. Porque guardaste a palavra de minha paciência, também eu te
guardarei da hora da provação, que está para sobrevir ao mundo inteiro,
para provar os habitantes da terra.
11. Venho em breve. Conserva o que tens, para que ninguém tome a
tua coroa.
12. Farei do vencedor uma coluna no templo de meu Deus, de onde
jamais sairá, e escreverei sobre ele o nome de meu Deus, e o nome da
cidade de meu Deus, a nova Jerusalém, que desce dos céus enviada por meu
Deus, assim como o meu nome novo.
13. Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
14. Ao anjo da igreja de Laodicéia, escreve: Eis o que diz o Amém,
a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da criação de Deus.
15. Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá
fosses frio ou quente!
16. Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.
17. Pois dizes: Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito -
e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu.
18. Aconselho-te que compres de mim ouro provado ao fogo, para
ficares rico; roupas alvas para te vestires, a fim de que não apareça a
vergonha de tua nudez; e um colírio para ungir os olhos, de modo que
possas ver claro.
19. Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu
zelo e arrepende-te.
20. Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e
me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele
comigo.
21. Ao vencedor concederei assentar-se comigo no meu trono, assim
como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.
22. Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Capítulo 4
1. Depois disso, tive uma visão: vi uma porta aberta no céu, e a
voz que falara comigo, como uma trombeta, dizia: Sobe aqui e
mostrar-te-ei o que está para acontecer depois disso.
2. Imediatamente, fui arrebatado em espírito; no céu havia um
trono, e nesse trono estava sentado um Ser.
3. E quem estava sentado assemelhava-se pelo aspecto a uma pedra
de jaspe e de sardônica. Um halo, semelhante à esmeralda, nimbava o
trono.
4. Ao redor havia vinte e quatro tronos, e neles, sentados, vinte
e quatro Anciãos vestidos de vestes brancas e com coroas de ouro na
cabeça.
5. Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões. Diante do trono
ardiam sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.
6. Havia ainda diante do trono um mar límpido como cristal.
Diante do trono e ao redor, quatro Animais vivos cheios de olhos na
frente e atrás.
7. O primeiro animal vivo assemelhava-se a um leão; o segundo, a
um touro; o terceiro tinha um rosto como o de um homem; e o quarto era
semelhante a uma águia em pleno vôo.
8. Estes Animais tinham cada um seis asas cobertas de olhos por
dentro e por fora. Não cessavam de clamar dia e noite: Santo, Santo,
Santo é o Senhor Deus, o Dominador, o que é, o que era e o que deve
voltar.
9. E cada vez que aqueles Animais rendiam glória, honra e ação de
graças àquele que vive pelos séculos dos séculos,
10. os vinte e quatro Anciãos inclinavam-se profundamente diante
daquele que estava no trono e prostravam-se diante daquele que vive
pelos séculos dos séculos, e depunham suas coroas diante do trono,
dizendo:
11. Tu és digno Senhor, nosso Deus, de receber a honra, a glória
e a majestade, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade é que
existem e foram criadas.
Capítulo 5
1. Eu vi também, na mão direita do que estava assentado no trono,
um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos.
2. Vi então um anjo vigoroso, que clamava em alta voz: Quem é
digno de abrir o livro e desatar os seus selos?
3. Mas ninguém, nem no céu, nem na terra, nem debaixo da terra,
podia abrir o livro ou examiná-lo.
4. Eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o
livro e examiná-lo.
5. Então um dos Anciãos me falou: Não chores! O Leão da tribo de
Judá, o descendente de Davi achou meio de abrir o livro e os sete selos.
6. Eu vi no meio do trono, dos quatro Animais e no meio dos
Anciãos um Cordeiro de pé, como que imolado. Tinha ele sete chifres e
sete olhos (que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a
terra).
7. Veio e recebeu o livro da mão direita do que se assentava no
trono.
8. Quando recebeu o livro, os quatro Animais e os vinte e quatro
Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um uma cítara e
taças de ouro cheias de perfume (que são as orações dos santos).
9. Cantavam um cântico novo, dizendo: Tu és digno de receber o
livro e de abrir-lhe os selos, porque foste imolado e resgataste para
Deus, ao preço de teu sangue, homens de toda tribo, língua, povo e raça;
10. e deles fizeste para nosso Deus um reino de sacerdotes, que
reinam sobre a terra.
11. Na minha visão ouvi também, ao redor do trono, dos Animais e
dos Anciãos, a voz de muitos anjos, em número de miríades de miríades e
de milhares de milhares,
12. bradando em alta voz: Digno é o Cordeiro imolado de receber o
poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a glória, a honra e o louvor.
13. E todas as criaturas que estão no céu, na terra, debaixo da
terra e no mar, e tudo que contêm, eu as ouvi clamar: Àquele que se
assenta no trono e ao Cordeiro, louvor, honra, glória e poder pelos
séculos dos séculos.
14. E os quatro Animais diziam: Amém! Os Anciãos prostravam-se e
adoravam.
Capítulo 6
1. Depois, vi o Cordeiro abrir o primeiro selo e ouvi um dos
quatro Animais clamar com voz de trovão: Vem!
2. Vi aparecer então um cavalo branco. O seu cavaleiro tinha um
arco; foi-lhe dada uma coroa e ele partiu como vencedor para tornar a
vencer.
3. Quando abriu o segundo selo, ouvi o segundo animal clamar: Vem!
4. Partiu então outro cavalo, vermelho. Ao que o montava foi dado
tirar a paz da terra, de modo que os homens se matassem uns aos outros;
e foi-lhe dada uma grande espada.
5. Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro animal clamar:
Vem! E vi aparecer um cavalo preto. Seu cavaleiro tinha uma balança na
mão.
6. Ouvi então como que uma voz clamar no meio dos quatro Animais:
Uma medida de trigo por um denário, e três medidas de cevada por um
denário; mas não danifiques o azeite e o vinho!
7. Quando abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal, que
clamava: Vem!
8. E vi aparecer um cavalo esverdeado. Seu cavaleiro tinha por
nome Morte; e a região dos mortos o seguia. Foi-lhe dado poder sobre a
quarta parte da terra, para matar pela espada, pela fome, pela peste e
pelas feras.
9. Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos
homens imolados por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho
de que eram depositários.
10. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o
Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o
nosso sangue contra os habitantes da terra?
11. Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes
dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos
companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para ser mortos.
12. Depois vi o Cordeiro abrir o sexto selo; e sobreveio então um
grande terremoto. O sol se escureceu como um tecido de crina, a lua
tornou-se toda vermelha como sangue
13. e as estrelas do céu caíram na terra, como frutos verdes que
caem da figueira agitada por forte ventania.
14. O céu desapareceu como um pedaço de papiro que se enrola e
todos os montes e ilhas foram tirados dos seus lugares.
15. Então os reis da terra, os grandes, os chefes, os ricos, os
poderosos, todos, tanto escravos como livres, esconderam-se nas cavernas
e grutas das montanhas.
16. E diziam às montanhas e aos rochedos: Caí sobre nós e
escondei-nos da face daquele que está sentado no trono e da ira do
Cordeiro,
17. porque chegou o Grande Dia da sua ira, e quem poderá
subsistir?
Capítulo 7
1. Depois disso, vi quatro Anjos que se conservavam em pé nos
quatro cantos da terra, detendo os quatro ventos da terra, para que
nenhum vento soprasse sobre a terra, sobre o mar ou sobre árvore alguma.
2. Vi ainda outro anjo subir do oriente; trazia o selo de Deus
vivo, e pôs-se a clamar com voz retumbante aos quatro Anjos, aos quais
fora dado danificar a terra e o mar, dizendo:
3. Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que
tenhamos assinalado os servos de nosso Deus em suas frontes.
4. Ouvi então o número dos assinalados: cento e quarenta e quatro
mil assinalados, de toda tribo dos filhos de Israel;
5. da tribo de Judá, doze mil assinalados; da tribo de Rubem,
doze mil;
da tribo de Gad, doze mil;
6. da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Neftali, doze mil; da
tribo de Manassés, doze mil;
7. da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da
tribo de Issacar, doze mil;
8. da tribo de Zabulon, doze mil; da tribo de José, doze mil; da
tribo de Benjamim, doze mil assinalados.
9. Depois disso, vi uma grande multidão que ninguém podia contar,
de toda nação, tribo, povo e língua: conservavam-se em pé diante do
trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão,
10. e bradavam em alta voz: A salvação é obra de nosso Deus, que
está assentado no trono, e do Cordeiro.
11. E todos os Anjos estavam ao redor do trono, dos Anciãos e dos
quatro Animais; prostravam-se de face em terra diante do trono e
adoravam a Deus, dizendo:
12. Amém, louvor, glória, sabedoria, ação de graças, honra, poder
e força ao nosso Deus pelos séculos dos séculos! Amém.
13. Então um dos Anciãos falou comigo e perguntou-me: Esses, que
estão revestidos de vestes brancas, quem são e de onde vêm?
14. Respondi-lhe: Meu Senhor, tu o sabes. E ele me disse: Esses
são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as
alvejaram no sangue do Cordeiro.
15. Por isso, estão diante do trono de Deus e o servem, dia e
noite, no seu templo. Aquele que está sentado no trono os abrigará em
sua tenda. Já não terão fome, nem sede, nem o sol ou calor algum os
abrasará,
16. porque o Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu
pastor e os levará às fontes das águas vivas; e Deus enxugará toda
lágrima de seus olhos.
Capítulo 8
1. Quando, enfim, abriu o sétimo selo, fez-se silêncio no céu
cerca de meia hora.
2. Eu vi os sete Anjos que assistem diante de Deus. Foram-lhes
dadas sete trombetas.
3. Adiantou-se outro anjo e pôs-se junto ao altar, com um
turíbulo de ouro na mão. Foram-lhe dados muitos perfumes, para que os
oferecesse com as orações de todos os santos no altar de ouro, que está
adiante do trono.
4. A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos
santos, diante de Deus.
5. Depois disso, o anjo tomou o turíbulo, encheu-o de brasas do
altar e lançou-o por terra; e houve trovões, vozes, relâmpagos e
terremotos.
6. Então os sete Anjos, que tinham as trombetas, prepararam-se
para tocar.
7. O primeiro anjo tocou. Saraiva e fogo, misturados com sangue,
foram lançados à terra; e queimou-se uma terça parte da terra, uma terça
parte das árvores e toda erva verde.
8. O segundo anjo tocou. Caiu então no mar como que grande
montanha, ardendo em fogo, e transformou-se em sangue uma terça parte do
mar,
9. morreu uma terça parte das criaturas que estavam no mar e
pereceu uma terça parte dos navios.
10. O terceiro anjo tocou a trombeta. Caiu então do céu uma
grande estrela a arder como um facho; caiu sobre a terça parte dos rios
e sobre as fontes.
11. O nome da estrela era Absinto. Assim, uma terça parte das
águas transformou-se em absinto e muitos homens morreram por ter bebido
dessas águas envenenadas.
12. O quarto anjo tocou. Foi atingida então uma terça parte do
sol, da lua e das estrelas, de modo que se obscureceram em um terço; e o
dia perdeu um terço da claridade, bem como a noite.
13. A esta altura de minha visão, eu ouvi uma águia que voava
pelo meio dos céus, clamando em alta voz: Ai, ai, ai dos habitantes da
terra, por causa dos restantes sons das trombetas dos três Anjos que
ainda vão tocar.
Capítulo 9
1. O quinto anjo tocou a trombeta. Vi então uma estrela cair do
céu na terra, e foi-lhe dada a chave do poço do abismo;
2. ela o abriu e saiu do poço uma fumaça como a de uma grande
fornalha. O sol e o ar obscureceram-se com a fumaça do poço.
3. Da fumaça saíram gafanhotos pela terra, e foi-lhes dado poder
semelhante ao dos escorpiões da terra.
4. Mas foi-lhes dito que não causassem dano à erva, verdura, ou
árvore alguma, mas somente aos homens que não têm o selo de Deus na
fronte.
5. Foi-lhes ordenado que não os matassem, mas os afligissem por
cinco meses. Seu tormento era como o da picada do escorpião.
6. Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não a conseguirão;
desejarão morrer, e a morte fugirá deles.
7. O aspecto desses gafanhotos era o de cavalos aparelhados para
a guerra. Nas suas cabeças havia uma espécie de coroa com reflexos
dourados. Seus rostos eram como rostos de homem,
8. seus cabelos como os de mulher e seus dentes, como os dentes
de leão.
9. Seus tórax pareciam envoltos em ferro, e o ruído de suas asas
era como o ruído de carros de muitos cavalos, correndo para a guerra.
10. Tinham caudas semelhantes à do escorpião, com ferrões e o
poder de afligir os homens por cinco meses.
11. Têm eles por rei o anjo do abismo; chama-se em hebraico
Abadon, e em grego, Apolion.
12. Terminado assim o primeiro ai, eis que, depois dele, vêm
ainda dois outros.
13. O sexto anjo tocou a trombeta. Ouvi então uma voz que vinha
dos quatro cantos do altar de ouro, que está diante de Deus,
14. e que dizia ao sexto anjo que tinha a trombeta: Solta os
quatro Anjos que estão acorrentados à beira do grande rio Eufrates.
15. Então foram soltos os quatro Anjos que se conservavam
preparados para a hora, o dia, o mês e o ano da matança da terça parte
dos homens...
16. O número de soldados desta cavalaria era de duzentos milhões.
Eu ouvi o seu número.
17. E foi assim que eu vi os cavalos e os que os montavam: estes
últimos eram couraçados de uma chama sulfurosa azul. Os cavalos tinham
crina como uma juba de leão e de suas narinas saíam fogo, fumaça e
enxofre.
18. E uma terça parte dos homens foi morta por esses três
flagelos (fogo, fumaça e enxofre) que lhes saíam das narinas.
19. Porque o poder nocivo dos cavalos estava também nas caudas;
tinham cabeças como serpentes e causavam dano com elas.
20. Mas o restante dos homens, que não foram mortos por esses
três flagelos, não se arrependeu das obras de suas mãos. Não cessaram de
adorar o demônio e os ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de
madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar.
21. Não se arrependeram de seus homicídios, seus malefícios, suas
imundícies e furtos.
Capítulo 10
1. Vi então outro anjo vigoroso descer do céu, revestido de uma
nuvem e com o arco-íris em torno da cabeça. Seu rosto era como sol, e as
suas pernas como colunas de fogo.
2. Segurava na mão um pequeno livro aberto. Pôs o pé direito
sobre o mar, o esquerdo sobre a terra
3. e começou a clamar em alta voz, como um leão que ruge. Quando
clamou, os sete trovões ressoaram.
4. Quando cessaram de falar, dispunha-me a escrever, mas ouvi uma
voz do
céu que dizia: Sela o que falaram os sete trovões e não o escrevas.
5. Então o anjo, que eu vira de pé sobre o mar e a terra,
levantou a mão direita para o céu
6. e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, que
criou o céu e tudo o que há nele, a terra e tudo o que ela contém, o mar
e tudo o que encerra, que não haveria mais tempo;
7. mas nos dias em que soasse a trombeta do sétimo anjo, se
cumpriria o mistério de Deus, de acordo com a boa nova que confiou a
seus servos, os profetas.
8. Então a voz que ouvi do céu falou-me de novo, e disse: Vai e
toma o pequeno livro aberto da mão do anjo que está em pé sobre o mar e
a terra.
9. Fui eu, pois, ter com o anjo, dizendo-lhe que me desse o
pequeno livro. E ele me disse: Toma e devora-o! Ele te será amargo nas
entranhas, mas, na boca, doce como o mel.
10. Tomei então o pequeno livro da mão do anjo e o comi. De fato,
em minha boca tinha a doçura do mel, mas depois de o ter comido, amargou-me
nas entranhas.
11. Então foi-me explicado: Urge que ainda profetizes de novo a
numerosas nações, povos, línguas e reis.
Capítulo 11
1. Foi-me dada uma vara semelhante a uma vara de agrimensor, e
disseram-me: Levanta-te! Mede o templo de Deus e o altar com seus
adoradores.
2. O átrio fora do templo, porém, deixa-o de lado e não o meças:
foi dado aos gentios, que hão de calcar aos pés a Cidade Santa por
quarenta e dois meses.
3. Mas incumbirei às minhas duas testemunhas, vestidas de saco,
de profetizarem por mil duzentos e sessenta dias.
4. São eles as duas oliveiras e os dois candelabros que se mantêm
diante do Senhor da terra.
5. Se alguém lhes quiser causar dano, sairá fogo de suas bocas e
devorará os inimigos. Com efeito, se alguém os quiser ferir, cumpre que
assim seja morto.
6. Esses homens têm o poder de fechar o céu para que não caia
chuva durante os dias de sua profecia; têm poder sobre as águas, para
transformá-las em sangue, e de ferir a terra, sempre que quiserem, com
toda sorte de flagelos.
7. Mas, depois de terem terminado integralmente o seu testemunho,
a Fera que sobe do abismo lhes fará guerra, os vencerá e os matará.
8. Seus cadáveres (jazerão) na rua da grande cidade que se chama
espiritualmente Sodoma e Egito (onde o seu Senhor foi crucificado).
9. Muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações virão para
vê-los por três dias e meio, e não permitirão que sejam sepultados.
10. Os habitantes da terra alegrar-se-ão por causa deles,
felicitar-se-ão mutuamente e mandarão presentes uns aos outros, porque
esses dois profetas tinham sido seu tormento.
11. Mas, depois de três dias e meio, um sopro de vida, vindo de
Deus, os penetrou. Puseram-se de pé e grande terror caiu sobre aqueles
que os viam.
12. Ouviram uma forte voz do céu que dizia: Subi aqui! Subiram
então para o céu numa nuvem, enquanto os seus inimigos os olhavam.
13. Naquela mesma hora produziu-se grande terremoto, caiu uma
décima parte da cidade e pereceram no terremoto sete mil pessoas. As
demais, aterrorizadas, deram glória ao Deus do céu.
14. Terminou assim a segunda desgraça. E eis que depressa
sobrevém a terceira.
15. O sétimo anjo tocou a trombeta. Ressoaram então no céu altas
vozes que diziam: O império de nosso Senhor e de seu Cristo estabeleceu-se
sobre o mundo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.
16. Os vinte e quatro Anciãos, que se assentam nos seus tronos
diante de Deus, prostraram-se de rosto em terra e adoraram a Deus,
17. dizendo: Graças te damos, Senhor, Deus Dominador, que és e
que eras, porque assumiste a plenitude de teu poder real.
18. Irritaram-se os pagãos, mas eis que sobreveio a tua ira e o
tempo de julgar os mortos, de dar a recompensa aos teus servos, aos
profetas, aos santos, aos que temem o teu nome, pequenos e grandes, e de
exterminar os que corromperam a terra.
19. Abriu-se o templo de Deus no céu e apareceu, no seu templo, a
arca do seu testamento. Houve relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e
forte saraiva.
Capítulo 12
1. Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher
revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de
doze estrelas.
2. Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de
dar à luz.
3. Depois apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão vermelho,
com sete cabeças e dez chifres, e nas cabeças sete coroas.
4. Varria com sua cauda uma terça parte das estrelas do céu, e as
atirou à terra. Esse Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para
dar à luz, a fim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho.
5. Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas
as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para
junto de Deus e do seu trono.
6. A Mulher fugiu então para o deserto, onde Deus lhe tinha
preparado um retiro para aí ser sustentada por mil duzentos e sessenta
dias.
7. Houve uma batalha no céu. Miguel e seus anjos tiveram de
combater o Dragão. O Dragão e seus anjos travaram combate,
8. mas não prevaleceram. E já não houve lugar no céu para eles.
9. Foi então precipitado o grande Dragão, a primitiva Serpente,
chamado Demônio e Satanás, o sedutor do mundo inteiro. Foi precipitado
na terra, e com ele os seus anjos.
10. Eu ouvi no céu uma voz forte que dizia: Agora chegou a
salvação, o poder e a realeza de nosso Deus, assim como a autoridade de
seu Cristo, porque foi precipitado o acusador de nossos irmãos, que os
acusava, dia e noite, diante do nosso Deus.
11. Mas estes venceram-no por causa do sangue do Cordeiro e de
seu eloqüente testemunho. Desprezaram a vida até aceitar a morte.
12. Por isso alegrai-vos, ó céus, e todos que aí habitais. Mas, ó
terra e mar, cuidado! Porque o Demônio desceu para vós, cheio de grande
ira, sabendo que pouco tempo lhe resta.
13. O Dragão, vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a
Mulher que dera à luz o Menino.
14. Mas à Mulher foram dadas duas asas de grande águia, a fim de
voar para o deserto, para o lugar de seu retiro, onde é alimentada por
um tempo, dois tempos e a metade de um tempo, fora do alcance da cabeça
da Serpente.
15. A Serpente vomitou contra a Mulher um rio de água, para fazê-la
submergir.
16. A terra, porém, acudiu à Mulher, abrindo a boca para engolir
o rio que o Dragão vomitara.
17. Este, então, se irritou contra a Mulher e foi fazer guerra ao
resto de sua descendência, aos que guardam os mandamentos de Deus e têm
o testemunho de Jesus.
18. E ele se estabeleceu na praia.
Capítulo 13
1. Vi, então, levantar-se do mar uma Fera que tinha dez chifres e
sete cabeças; sobre os chifres, dez diademas; e nas suas cabeças, nomes
blasfematórios.
2. A Fera que eu vi era semelhante a uma pantera: os pés como de
urso, e as fauces como de leão. Deu-lhe o Dragão o seu poder, o seu
trono e grande autoridade.
3. Uma das suas cabeças estava como que ferida de morte, mas essa
ferida de morte fora curada. E todos, pasmados de admiração, seguiram a
Fera
4. e prostraram-se diante do Dragão, porque dera seu prestígio à
Fera, e prostraram-se igualmente diante da Fera, dizendo: Quem é
semelhante à Fera e quem poderá lutar com ela?
5. Foi-lhe dada a faculdade de proferir arrogâncias e blasfêmias,
e foi-lhe dado o poder de agir por quarenta e dois meses.
6. Abriu, pois, a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar
o seu nome, o seu tabernáculo e os habitantes do céu.
7. Foi-lhe dado, também, fazer guerra aos santos e vencê-los.
Recebeu autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação,
8. e hão de adorá-la todos os habitantes da terra, cujos nomes
não estão escritos desde a origem do mundo no livro da vida do Cordeiro
imolado.
9. Quem tiver ouvidos, ouça!
10. Quem procura prender será preso. Quem matar pela espada, pela
espada deve ser morto. Esta é a ocasião para a constância e a confiança
dos santos!
11. Vi, então, outra Fera subir da terra. Tinha dois chifres como
um cordeiro, mas falava como um dragão.
12. Ela exercia todo o poder da primeira Fera, sob a vigilância
desta, e fez com que a terra e os seus habitantes adorassem a primeira
Fera (cuja ferida de morte havia sido curada).
13. Realizou grandes prodígios, de modo que até fez descer fogo
do céu sobre a terra, à vista dos homens.
14. Seduziu os habitantes da terra com os prodígios que lhe era
dado fazer sob a vigilância da Fera, persuadindo-os a fazer uma imagem
da Fera que sobrevivera ao golpe da espada.
15. Foi-lhe dado, também, comunicar espírito à imagem da Fera, de
modo que essa imagem se pusesse a falar e fizesse com que fosse morto
todo aquele que não se prostrasse diante dela.
16. Conseguiu que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres,
livres e escravos, tivessem um sinal na mão direita e na fronte,
17. e que ninguém pudesse comprar ou vender, se não fosse marcado
com o nome da Fera, ou o número do seu nome.
18. Eis aqui a sabedoria! Quem tiver inteligência, calcule o
número da Fera, porque é número de um homem, e esse número é seiscentos
e sessenta e seis.
Capítulo 14
1. Eu vi ainda: o Cordeiro estava de pé no monte Sião, e perto
dele cento e quarenta e quatro mil pessoas que traziam escritos na
fronte o nome dele e o nome de seu Pai.
2. Ouvia, entretanto, um coro celeste semelhante ao ruído de
muitas águas e ao ribombar de potente trovão. Esse coro que eu ouvia era
ainda semelhante a músicos tocando as suas cítaras.
3. Cantavam como que um cântico novo diante do trono, diante dos
quatro Animais e dos Anciãos. Ninguém podia aprender este cântico, a não
ser aqueles cento e quarenta e quatro mil que foram resgatados da terra.
4. Estes são os que não se contaminaram com mulheres, pois são
virgens. São eles que acompanham o Cordeiro por onde quer que vá; foram
resgatados dentre os homens, como primícias oferecidas a Deus e ao
Cordeiro.
5. Em sua boca não se achou mentira, pois são irrepreensíveis.
6. Vi, então, outro anjo que voava pelo meio do céu, tendo um
evangelho eterno para anunciar aos habitantes da terra e a toda nação,
tribo, língua e povo.
7. Clamava em alta voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória, porque é
chegada a hora do seu julgamento. Adorai aquele que fez o céu e a terra,
o mar e as fontes.
8. Outro anjo seguiu-o, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia,
por ter dado de beber a todas as nações do vinho de sua imundície
desenfreada.
9. Um terceiro anjo seguiu-os, dizendo em alta voz: Se alguém
adorar a Fera e a sua imagem, e aceitar o seu sinal na fronte ou na mão,
10. há de beber também o vinho da cólera divina, o vinho puro
deitado no cálice da sua ira. Será atormentado pelo fogo e pelo enxofre
diante dos seus santos anjos e do Cordeiro.
11. A fumaça do seu tormento subirá pelos séculos dos séculos.
Não terão descanso algum, dia e noite, esses que adoram a Fera e a sua
imagem, e todo aquele que acaso tenha recebido o sinal do seu nome.
12. Eis o momento para apelar para a paciência dos santos, dos
fiéis, aos mandamentos de Deus e à fé em Jesus.
13. Eu ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Felizes os mortos
que doravante morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansem dos seus
trabalhos, pois as suas obras os seguem.
14. Eu vi ainda uma nuvem branca, sobre a qual se sentava como
que um Filho do Homem, com a cabeça cingida de coroa de ouro e na mão
uma foice afiada.
15. Outro anjo saiu do templo, gritando em voz alta para aquele
que estava assentado na nuvem: Lança a tua foice e ceifa, porque é
chegada a hora de ceifar, pois está madura a seara da terra.
16. O Ser que estava assentado na nuvem lançou então a foice à
terra, e a terra foi ceifada.
17. Outro anjo saiu do templo do céu. Tinha também uma foice
afiada.
18. E outro anjo, aquele que tem poder sobre o fogo, saiu do
altar e bradou em alta voz para aquele que tinha a foice afiada: Lança a
foice afiada e vindima os cachos da vinha da terra, porque maduras estão
as suas uvas.
19. O anjo lançou a sua foice à terra e vindimou a vinha da
terra, e atirou os cachos no grande lagar da ira de Deus.
20. O lagar foi pisado fora da cidade, e do lagar saiu sangue que
atingiu até o nível dos freios dos cavalos pelo espaço de mil e
seiscentos estádios.
Capítulo 15
1. Vi ainda, no céu, outro sinal, grande e maravilhoso: sete
Anjos que tinham os sete últimos flagelos, porque por eles é que se deve
consumar a ira de Deus.
2. Vi também como que um mar transparente, irisado de fogo, e os
vencedores, que haviam escapado à Fera, à sua imagem e ao número do seu
nome, conservavam-se de pé sobre esse mar com as cítaras de Deus.
3. Cantavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do
Cordeiro, dizendo: Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus
Dominador. Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!
4. Quem não temerá, Senhor, e não glorificará o teu nome? Só tu
és santo e todas as nações virão prostrar-se diante de ti, porque se
tornou manifesta a retidão dos teus juízos.
5. Depois disso, eu vi abrir-se no céu o templo que encerra o
Tabernáculo do Testemunho.
6. Os sete Anjos que tinham os sete flagelos saíram do templo,
vestidos de linho puro e resplandecente, cingidos ao peito com cintos de
ouro.
7. Um dos quatro Animais deu-lhes então sete taças de ouro,
cheias da ira de Deus que vive pelos séculos dos séculos.
8. Encheu-se o templo de fumaça provinda da glória de Deus e do
seu poder. E ninguém podia entrar, enquanto não se consumassem os sete
flagelos dos sete Anjos.
Capítulo 16
1. Ouvi, então, uma voz forte saindo do templo, que dizia aos
sete Anjos: Ide, e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus.
2. O primeiro, portanto, pôs-se a derramar a sua taça sobre a
terra. Formou-se uma úlcera atroz e maligna nos homens que tinham o
sinal da Fera e que se prostravam diante de sua imagem.
3. O segundo derramou a sua taça sobre o mar. Este tornou-se
sangue, como o de um morto, e pereceu todo ser que estava no mar.
4. O terceiro derramou a sua taça sobre os rios e as fontes das
águas, e transformaram-se em sangue.
5. Ouvi, então, o anjo das águas dizer: Tu és justo, tu que és e
que eras o Santo, que assim julgas.
6. Porque eles derramaram o sangue dos santos e dos profetas, tu
lhes deste também sangue para beber. Eles o merecem.
7. Ouvi o altar dizer: Sim, Senhor Deus Dominador, são
verdadeiros e justos os teus julgamentos.
8. O quarto derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado
queimar os homens com o fogo.
9. E os homens foram queimados por grande calor, e amaldiçoaram o
nome de Deus, que pode desencadear esses flagelos; e não quiseram
arrepender-se e dar-lhe glória.
10. O quinto derramou a sua taça sobre o trono da Fera. Seu reino
se escureceu e seus súditos mordiam a língua de dor.
11. Amaldiçoaram o Deus do céu por causa de seus sofrimentos e
das suas feridas, sem se arrependerem dos seus atos.
12. O sexto derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates, e
secaram-se as suas águas para que se abrisse caminho aos reis do oriente.
13. Vi (sair) da boca do Dragão, da boca da Fera e da boca do
falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs;
14. são os espíritos de demônios que realizam prodígios, e vão
ter com os reis de toda a terra, a fim de reuni-los para a batalha do
Grande Dia do Deus Dominador.
15. (Eis que venho como um ladrão! Feliz aquele que vigia e
guarda as suas vestes para que não ande nu, ostentando a sua vergonha!)
16. Eles os reuniram num lugar chamado em hebraico Har-Magedon.
17. O sétimo derramou a sua taça pelos ares e saiu do templo uma
grande voz do trono, que dizia: Está pronto!
18. Houve, então, relâmpagos, vozes e trovões, assim como um
terremoto tão grande como jamais houve desde que há homens na terra.
19. A grande cidade foi dividida em três partes, e as cidades das
nações caíram, e Deus lembrou-se da grande Babilônia, para lhe dar de
beber o cálice do vinho de sua ira ardente.
20. Todas as ilhas fugiram, e montanha alguma foi encontrada.
21. Grandes pedras de gelo, que podiam pesar um talento, caíram
do céu sobre os homens. Os homens amaldiçoaram a Deus por causa do
flagelo da saraiva, pois este foi terrível.
Capítulo 17
1. Veio, então, um dos sete Anjos que tinham as sete taças e
falou comigo: Vem, e eu te mostrarei a condenação da grande meretriz,
que se assenta à beira das muitas águas,
2. com a qual se contaminaram os reis da terra. Ela inebriou os
habitantes da terra com o vinho da sua luxúria.
3. Transportou-me, então, em espírito ao deserto. Eu vi uma
mulher assentada em cima de uma fera escarlate, cheia de nomes
blasfematórios, com sete cabeças e dez chifres.
4. A mulher estava vestida de púrpura e escarlate, adornada de
ouro, pedras preciosas e pérolas. Tinha na mão uma taça de ouro, cheia
de abominação e de imundície de sua prostituição.
5. Na sua fronte estava escrito um nome simbólico: Babilônia, a
Grande, a mãe da prostituição e das abominações da terra.
6. Vi que a mulher estava ébria do sangue dos santos e do sangue
dos mártires de Jesus; e esta visão encheu-me de espanto.
7. Mas o anjo me disse: Por que te admiras? Eu mesmo te vou dizer
o simbolismo da mulher e da Fera de sete cabeças e dez chifres que a
carrega.
8. A Fera que tu viste era, mas já não é; ela deve subir do
abismo, mas irá à perdição. Admirar-se-ão os habitantes da terra, cujos
nomes não estão escritos no livro da vida, desde o começo do mundo,
vendo reaparecer a Fera que era e já não é mais.
9. Aqui se requer uma inteligência penetrante. As sete cabeças
são sete montanhas sobre as quais se assenta a mulher.
10. São também sete reis: cinco já caíram, um subsiste, o outro
ainda não veio; e quando vier, deve permanecer pouco tempo.
11. Quanto à Fera que era e já não é, ela mesma é um oitavo (rei).
Todavia, é um dos sete e caminha para a perdição.
12. Os dez chifres que viste são dez reis que ainda não receberam
o reino, mas que receberão por um momento poder real com a Fera.
13. Eles têm o mesmo pensamento: transmitir à Fera a sua força e
o seu poder.
14. Combaterão contra o Cordeiro, mas o Cordeiro os vencerá,
porque é Senhor dos senhores e Rei dos reis. Aqueles que estão com ele
são os chamados, os escolhidos, os fiéis.
15. O anjo me disse: As águas que viste, à beira das quais a
Prostituta se assenta, são povos e multidões, nações e línguas.
16. Os dez chifres que viste, assim como a Fera, odiarão a
Prostituta. Hão de despojá-la e desnudá-la. Hão de comer-lhe as carnes e
a queimarão ao fogo.
17. Porque Deus lhes incutiu o desejo de executarem os seus
desígnios, de concordarem em ceder sua soberania à Fera, até que se
cumpram as palavras de Deus.
18. A mulher que viste é a grande cidade, aquela que reina sobre
os reis da terra.
Capítulo 18
1. Depois disso, vi descer do céu outro anjo que tinha grande
poder, e a terra foi iluminada por sua glória.
2. Clamou em alta voz, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, a Grande.
Tornou-se morada dos demônios, prisão dos espíritos imundos e das aves
impuras e abomináveis,
3. porque todas as nações beberam do vinho da ira de sua luxúria,
pecaram com ela os reis da terra e os mercadores da terra se
enriqueceram com o excesso do seu luxo.
4. Ouvi outra voz do céu que dizia: Meu povo, sai de seu meio
para que não participes de seus pecados e não tenhas parte nas suas
pragas,
5. porque seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou
das suas injustiças.
6. Faze com ela o que fez (contigo), e retribui-lhe o dobro de
seus malefícios; na taça que ela deu de beber, dá-lhe o dobro.
7. Na mesma proporção em que fez ostentação de luxo, dá-lhe em
tormentos e prantos. Pois ela disse no seu coração: Estou no trono como
rainha, e não viúva, e nunca conhecerei o luto.
8. Por isso, num só dia virão sobre ela as pragas: morte, pranto,
fome. Ela será consumida pelo fogo, porque forte é o Senhor Deus que a
condenou.
9. Hão de chorar e lamentar-se por sua causa os reis da terra que
com ela se contaminaram e pecaram, quando avistarem a fumaça do seu
incêndio.
10. Parados ao longe, de medo de seus tormentos, eles dirão: Ai,
ai da grande cidade, Babilônia, cidade poderosa! Bastou um momento para
tua execução!
11. Também os negociantes da terra choram e se lamentam a seu
respeito, porque já não há ninguém que lhes compre os carregamentos:
12. carregamento de ouro e prata, pedras preciosas e pérolas,
linho e púrpura, seda e escarlate, bem como de toda espécie de madeira
odorífera, objetos de marfim e madeira preciosa; de bronze, ferro e
mármore;
13. de cinamomo e essência; de aromas, mirra e incenso; de vinho
e óleo, de farinha e trigo, de animais de carga, ovelhas, cavalos e
carros, escravos e outros homens.
14. Eis que o bom tempo de tuas paixões animalescas se escoou.
Toda a magnificência e todo o brilho se apagaram, e jamais serão
reencontrados.
15. Os mercadores destas coisas, que delas se enriqueceram,
pararão ao longe, de medo de seus tormentos, e hão de chorar e lamentar-se,
dizendo:
16. Ai, ai da grande cidade, que se revestia de linho, púrpura e
escarlate, toda ornada de ouro, pedras preciosas e pérolas.
17. Num só momento toda essa riqueza foi devastada! Todos os
pilotos e todos os navegantes, os marinheiros e todos os que trabalham
no mar paravam ao longe
18. e exclamavam, ao ver a fumaça do incêndio: Que havia de
comparável a essa grande cidade?
19. E lançavam pó sobre as cabeças, chorando e lamentando-se com
estas palavras: Ai, ai da grande cidade, de cuja opulência se
enriqueceram todos os que tinham navios no mar. Bastou um momento para
ser arrasada!
20. Exulta sobre ela, ó céu; e também vós, santos, apóstolos e
profetas, porque Deus julgou contra ela a vossa causa.
21. Então um anjo poderoso tomou uma pedra do tamanho de uma
grande mó de moinho e lançou-a no mar, dizendo: Com tal ímpeto será
precipitada Babilônia, a grande cidade, e jamais será encontrada.
22. Já não se ouvirá mais em ti o som dos citaristas, dos
cantores, dos tocadores de flauta, de trombetas. Nem se encontrará em ti
artífice algum de qualquer espécie. Não se ouvirá mais em ti o ruído do
moinho,
23. não brilhará mais em ti a luz de lâmpada, não se ouvirá mais
em ti a voz do esposo e da esposa; porque teus mercadores eram senhores
do mundo, e todas as nações foram seduzidas por teus malefícios.
24. Foi em ti que se encontrou o sangue dos profetas e dos santos,
como também de todos aqueles que foram imolados na terra.
Capítulo 19
1. Depois disso, ouvi no céu como que um imenso coro que cantava:
Aleluia! A nosso Deus a salvação, a glória e o poder,
2. porque os seus juízos são verdadeiros e justos. Ele executou a
grande Prostituta que corrompia a terra com a sua prostituição, e
pediu-lhe contas do sangue dos seus servos.
3. Depois recomeçaram: Aleluia! Sua fumaça sobe pelos séculos dos
séculos.
4. Então os vinte e quatro Anciãos e os quatro Animais prostraram-se
e adoraram a Deus que se assenta no trono, dizendo: Amém! Aleluia!
5. Do trono saiu uma voz que dizia: Cantai ao nosso Deus, vós
todos, seus servos que o temeis, pequenos e grandes.
6. Nisto ouvi como que um imenso coro, sonoro como o ruído de
grandes águas e como o ribombar de possantes trovões, que cantava:
Aleluia! Eis que reina o Senhor, nosso Deus, o Dominador!
7. Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe glória, porque se
aproximam as núpcias do Cordeiro. Sua Esposa está preparada.
8. Foi-lhe dado revestir-se de linho puríssimo e resplandecente.
(Pois o linho são as boas obras dos santos.)
9. Ele me diz, então: Escreve: Felizes os convidados para a ceia
das núpcias do Cordeiro. Disse-me ainda: Estas são palavras autênticas
de Deus.
10. Prostrei-me aos seus pés para adorá-lo, mas ele me diz: Não
faças isso! Eu sou um servo, como tu e teus irmãos, possuidores do
testemunho de Jesus. Adora a Deus. Porque o espírito profético não é
outro que o testemunho de Jesus.
11. Vi ainda o céu aberto: eis que aparece um cavalo branco. Seu
cavaleiro chama-se Fiel e Verdadeiro, e é com justiça que ele julga e
guerreia.
12. Tem olhos flamejantes. Há em sua cabeça muitos diademas e
traz escrito um nome que ninguém conhece, senão ele.
13. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome é
Verbo de Deus.
14. Seguiam-no em cavalos brancos os exércitos celestes, vestidos
de linho fino e de uma brancura imaculada.
15. De sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as
nações pagãs, porque ele deve governá-las com cetro de ferro e pisar o
lagar do vinho da ardente ira do Deus Dominador.
16. Ele traz escrito no manto e na coxa: Rei dos reis e Senhor
dos senhores!
17. Vi, então, um anjo de pé sobre o sol, a chamar em alta voz a
todas as aves que voam pelo meio dos céus: Vinde, reuni-vos para a
grande ceia de Deus,
18. para comerdes carnes de reis, carnes de generais e carnes de
poderosos; carnes de cavalos e cavaleiros; carnes de homens, livres e
escravos, pequenos e grandes.
19. Eu vi a Fera e os reis da terra com os seus exércitos
reunidos para fazer guerra ao Cavaleiro e ao seu exército.
20. Mas a Fera foi presa, e com ela o falso profeta, que
realizara prodígios sob o seu controle, com os quais seduzira aqueles
que tinham recebido o sinal da Fera e se tinham prostrado diante de sua
imagem. Ambos foram lançados vivos no lago de fogo sulfuroso.
21. Os demais foram mortos pelo Cavaleiro, com a espada que lhe
saía da boca. E todas as aves fartaram-se da suas carnes.
Capítulo 20
1. Vi, então, descer do céu um anjo que tinha na mão a chave do
abismo e uma grande algema.
2. Ele apanhou o Dragão, a primitiva Serpente, que é o Demônio e
Satanás, e o acorrentou por mil anos.
3. Atirou-o no abismo, que fechou e selou por cima, para que já
não seduzisse as nações, até que se completassem mil anos. Depois disso,
ele deve ser solto por um pouco de tempo.
4. Vi também tronos, sobre os quais se assentaram aqueles que
receberam o poder de julgar: eram as almas dos que foram decapitados por
causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e todos aqueles que
não tinham adorado a Fera ou sua imagem, que não tinham recebido o seu
sinal na fronte nem nas mãos. Eles viveram uma vida nova e reinaram com
Cristo por mil anos.
5. (Os outros mortos não tornaram à vida até que se completassem
os mil anos.) Esta é a primeira ressurreição.
6. Feliz e santo é aquele que toma parte na primeira ressurreição!
Sobre eles a segunda morte não tem poder, mas serão sacerdotes de Deus e
de Cristo: reinarão com ele durante os mil anos.
7. Depois de se completarem mil anos, Satanás será solto da
prisão.
8. Sairá dela para seduzir as nações dos quatro cantos da terra (Gog
e Magog) e reuni-las para o combate. Serão numerosas como a areia do
mar.
9. Subiram à superfície da terra e cercaram o acampamento dos
santos e a cidade querida. Mas desceu um fogo dos céus e as devorou.
10. O Demônio, sedutor delas, foi lançado num lago de fogo e de
enxofre, onde já estavam a Fera e o falso profeta, e onde serão
atormentados, dia e noite, pelos séculos dos séculos.
11. Vi, então, um grande trono branco e aquele que nele se
assentava. Os céus e a terra fugiram de sua face, e já não se achou
lugar para eles.
12. Vi os mortos, grandes e pequenos, de pé, diante do trono.
Abriram-se livros, e ainda outro livro, que é o livro da vida. E os
mortos foram julgados conforme o que estava escrito nesse livro, segundo
as suas obras.
13. O mar restituiu os mortos que nele estavam. Do mesmo modo, a
morte e a morada subterrânea. Cada um foi julgado segundo as suas obras.
14. A morte e a morada subterrânea foram lançadas no tanque de
fogo. A segunda morte é esta: o tanque de fogo.
15. Todo o que não foi encontrado inscrito no livro da vida foi
lançado ao fogo.
Capítulo 21
1. Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e
a primeira terra desapareceram e o mar já não existia.
2. Eu vi descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, a nova
Jerusalém, como uma esposa ornada para o esposo.
3. Ao mesmo tempo, ouvi do trono uma grande voz que dizia: Eis
aqui o tabernáculo de Deus com os homens. Habitará com eles e serão o
seu povo, e Deus mesmo estará com eles.
4. Enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, nem
luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição.
5. Então o que está assentado no trono disse: Eis que eu renovo
todas as coisas. Disse ainda: Escreve, porque estas palavras são fiéis e
verdadeiras.
6. Novamente me disse: Está pronto! Eu sou o Alfa e o Ômega, o
Começo e o Fim. A quem tem sede eu darei gratuitamente de beber da fonte
da água viva.
7. O vencedor herdará tudo isso; e eu serei seu Deus, e ele será
meu filho.
8. Os tíbios, os infiéis, os depravados, os homicidas, os
impuros, os maléficos, os idólatras e todos os mentirosos terão como
quinhão o tanque ardente de fogo e enxofre, a segunda morte.
9. Então veio um dos sete Anjos que tinham as sete taças cheias
dos sete últimos flagelos e disse-me: Vem, e mostrar-te-ei a noiva, a
esposa do Cordeiro.
10. Levou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a
Cidade Santa, Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus,
11. revestida da glória de Deus. Assemelhava-se seu esplendor a
uma pedra muito preciosa, tal como o jaspe cristalino.
12. Tinha grande e alta muralha com doze portas, guardadas por
doze anjos. Nas portas estavam gravados os nomes das doze tribos dos
filhos de Israel.
13. Ao oriente havia três portas, ao setentrião três portas, ao
sul três portas e ao ocidente três portas.
14. A muralha da cidade tinha doze fundamentos com os nomes dos
doze apóstolos do Cordeiro.
15. Quem falava comigo trazia uma vara de ouro como medida para
medir a cidade, as suas portas e a sua muralha.
16. A cidade formava um quadrado: o comprimento igualava à
largura. Mediu a cidade com a vara: doze mil estádios. O comprimento, a
largura e a altura eram iguais.
17. E mediu a muralha: cento e quarenta e quatro côvados, segundo
a medida humana empregada pelo anjo.
18. O material da muralha era jaspe, e a cidade ouro puro,
semelhante a puro cristal.
19. Os alicerces da muralha da cidade eram ornados de toda
espécie de pedras preciosas: o primeiro era de jaspe, o segundo de
safira, o terceiro de calcedônia, o quarto de esmeralda,
20. o quinto de sardônica, o sexto de cornalina, o sétimo de
crisólito, o oitavo de berilo, o nono de topázio, o décimo de crisóparo,
o undécimo de jacinto e o duodécimo de ametista.
21. Cada uma das doze portas era feita de uma só pérola e a
avenida da cidade era de ouro, transparente como cristal.
22. Não vi nela, porém, templo algum, porque o Senhor Deus
Dominador é o seu templo, assim como o Cordeiro.
23. A cidade não necessita de sol nem de lua para iluminar,
porque a glória de Deus a ilumina, e a sua luz é o Cordeiro.
24. As nações andarão à sua luz, e os reis da terra levar-lhe-ão
a sua opulência.
25. As suas portas não se fecharão diariamente, pois não haverá
noite.
26. Levar-lhe-ão a opulência e a honra das nações.
27. Nela não entrará nada de profano nem ninguém que pratique
abominações e mentiras, mas unicamente aqueles cujos nomes estão
inscritos no livro da vida do Cordeiro.
Capítulo 22
1. Mostrou-me então o anjo um rio de água viva resplandecente
como cristal de rocha, saindo do trono de Deus e do Cordeiro.
2. No meio da avenida e às duas margens do rio, achava-se uma
árvore da vida, que produz doze frutos, dando cada mês um fruto,
servindo as folhas da árvore para curar as nações.
3. Não haverá aí nada de execrável, mas nela estará o trono de
Deus e do Cordeiro. Seus servos lhe prestarão um culto.
4. Verão a sua face e o seu nome estará nas suas frontes.
5. Já não haverá noite, nem se precisará da luz de lâmpada ou do
sol, porque o Senhor Deus a iluminará, e hão de reinar pelos séculos dos
séculos.
6. Ele me disse: Estas palavras são fiéis e verdadeiras, e o
Senhor Deus dos espíritos dos profetas enviou o seu anjo para mostrar
aos seus servos o que deve acontecer em breve.
7. Eis que venho em breve! Felizes aqueles que põem em prática as
palavras da profecia deste livro.
8. Fui eu, João, que vi e ouvi estas coisas. Depois de as ter
ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que as mostrava.
9. Mas ele me disse: Não faças isto! Sou um servo como tu e teus
irmãos, os profetas, e aqueles que guardam as palavras deste livro.
Prostra-te diante de Deus.
10. Disse ele ainda: Não seles o texto profético deste livro,
porque o momento está próximo.
11. O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas.
Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais.
12. Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo,
para dar a cada um conforme as suas obras.
13. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Começo e o
Fim.
14. Felizes aqueles que lavam as suas vestes para ter direito à
árvore da vida e poder entrar na cidade pelas portas.
15. Fora os cães, os envenenadores, os impudicos, os homicidas,
os idólatras e todos aqueles que amam e praticam a mentira!
16. Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos atestar estas coisas a
respeito das igrejas. Eu sou a raiz e o descendente de Davi, a estrela
radiosa da manhã.
17. O Espírito e a Esposa dizem: Vem! Possa aquele que ouve dizer
também: Vem! Aquele que tem sede, venha! E que o homem de boa vontade
receba, gratuitamente, da água da vida!
18. Eu declaro a todos aqueles que ouvirem as palavras da
profecia deste livro: se alguém lhes ajuntar alguma coisa, Deus ajuntará
sobre ele as pragas descritas neste livro;
19. e se alguém dele tirar qualquer coisa, Deus lhe tirará a sua
parte da árvore da vida e da Cidade Santa, descritas neste livro.
20. Aquele que atesta estas coisas diz: Sim! Eu venho depressa!
Amém. Vem, Senhor Jesus!
21. A graça do Senhor Jesus esteja com todos.
|
|
|