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Capítulo 1
1. Paulo, servo de Jesus Cristo, escolhido para ser apóstolo,
reservado para anunciar o Evangelho de Deus;
2. este Evangelho Deus prometera outrora pelos seus profetas na
Sagrada Escritura,
3. acerca de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, descendente de
Davi quanto à carne,
4. que, segundo o Espírito de santidade, foi estabelecido Filho
de Deus no poder por sua ressurreição dos mortos;
5. e do qual temos recebido a graça e o apostolado, a fim de
levar, em seu nome, todas as nações pagãs à obediência da fé,
6. entre as quais também vós sois os eleitos de Jesus Cristo,
7. a todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados a
serem santos: a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte
do Senhor Jesus Cristo!
8. Primeiramente, dou graças a meu Deus, por meio de Jesus Cristo,
por todos vós, porque em todo o mundo é preconizada a vossa fé.
9. Pois Deus, a quem sirvo em meu espírito, anunciando o
Evangelho de seu Filho, me é testemunha de como vos menciono
incessantemente em minhas orações.
10. A ele suplico, se for de sua vontade, conceder-me finalmente
ocasião favorável de vos visitar.
11. Desejo ardentemente ver-vos, a fim de comunicar-vos alguma
graça espiritual, com que sejais confirmados,
12. ou melhor, para me encorajar juntamente convosco naquela
vossa e minha fé que nos é comum.
13. Pois não quero que ignoreis, irmãos, como muitas vezes me
tenho proposto ir ter convosco. (Eu queria recolher algum fruto entre
vós, como entre os outros pagãos), mas até agora tenho sido impedido.
14. Sou devedor a gregos e a bárbaros, a sábios e a simples.
15. Daí o ardente desejo que eu sinto de vos anunciar o Evangelho
também a vós, que habitais em Roma.
16. Com efeito, não me envergonho do Evangelho, pois ele é uma
força vinda de Deus para a salvação de todo o que crê, ao judeu em
primeiro lugar e depois ao grego.
17. Porque nele se revela a justiça de Deus, que se obtém pela fé
e conduz à fé, como está escrito: O justo viverá pela fé (Hab 2,4).
18. A ira de Deus se manifesta do alto do céu contra toda a
impiedade e perversidade dos homens, que pela injustiça aprisionam a
verdade.
19. Porquanto o que se pode conhecer de Deus eles o lêem em si
mesmos, pois Deus lho revelou com evidência.
20. Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o
seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por
suas obras; de modo que não se podem escusar.
21. Porque, conhecendo a Deus, não o glorificaram como Deus, nem
lhe deram graças. Pelo contrário, extraviaram-se em seus vãos
pensamentos, e se lhes obscureceu o coração insensato.
22. Pretendendo-se sábios, tornaram-se estultos.
23. Mudaram a majestade de Deus incorruptível em representações e
figuras de homem corruptível, de aves, quadrúpedes e répteis.
24. Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à
imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos.
25. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e
serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém!
26. Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas
mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza.
27. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da
mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com
homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu
desvario.
28. Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus,
Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento
indigno.
29. São repletos de toda espécie de malícia, perversidade, cobiça,
maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade.
30. São difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes,
soberbos, altivos, inventores de maldades, rebeldes contra os pais.
31. São insensatos, desleais, sem coração, sem misericórdia.
32. Apesar de conhecerem o justo decreto de Deus que considera
dignos de morte aqueles que fazem tais coisas, não somente as praticam,
como também aplaudem os que as cometem.
Capítulo 2
1. Assim, és inescusável, ó homem, quem quer que sejas, que te
arvoras em juiz. Naquilo que julgas a outrem, a ti mesmo te condenas;
pois tu, que julgas, fazes as mesmas coisas que eles.
2. Ora, sabemos que o juízo de Deus contra aqueles que fazem tais
coisas corresponde à verdade.
3. Tu, ó homem, que julgas os que praticam tais coisas, mas as
cometes também, pensas que escaparás ao juízo de Deus?
4. Ou desprezas as riquezas da sua bondade, tolerância e
longanimidade, desconhecendo que a bondade de Deus te convida ao
arrependimento?
5. Mas, pela tua obstinação e coração impenitente, vais
acumulando ira contra ti, para o dia da cólera e da revelação do justo
juízo de Deus,
6. que retribuirá a cada um segundo as suas obras:
7. a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, buscam a
glória, a honra e a imortalidade;
8. mas ira e indignação aos contumazes, rebeldes à verdade e
seguidores do mal.
9. Tribulação e angústia sobrevirão a todo aquele que pratica o
mal, primeiro ao judeu e depois ao grego;
10. mas glória, honra e paz a todo o que faz o bem, primeiro ao
judeu e depois ao grego.
11. Porque, diante de Deus, não há distinção de pessoas.
12. Todos os que sem a lei pecaram, sem aplicação da lei
perecerão; e quantos pecaram sob o regime da lei, pela lei serão
julgados.
13. Porque diante de Deus não são justos os que ouvem a lei, mas
serão tidos por justos os que praticam a lei.
14. Os pagãos, que não têm a lei, fazendo naturalmente as coisas
que são da lei, embora não tenham a lei, a si mesmos servem de lei;
15. eles mostram que o objeto da lei está gravado nos seus
corações, dando-lhes testemunho a sua consciência, bem como os seus
raciocínios, com os quais se acusam ou se escusam mutuamente.
16. Isso aparecerá claramente no dia em que, segundo o meu
Evangelho, Deus julgar as ações secretas dos homens, por Jesus Cristo.
17. Mas tu, que és chamado judeu, e te apóias na lei, e te
glorias de teu Deus;
18. tu, que conheces a sua vontade, e instruído pela lei sabes
aquilatar a diferença das coisas;
19. tu, que te ufanas de ser guia dos cegos, luzeiro dos que
estão em trevas,
20. doutor dos ignorantes, mestre dos simples, porque encontras
na lei a regra da ciência e da verdade;
21. tu, que ensinas aos outros... não te ensinas a ti mesmo! Tu,
que pregas que não se deve furtar, furtas!
22. Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras! Tu, que
abominas os ídolos, pilhas os seus templos!
23. Tu, que te glorias da lei, desonras a Deus pela transgressão
da lei!
24. Porque assim fala a Escritura: "Por vossa causa o nome de
Deus é blasfemado entre os pagãos (Is 52,5).
25. A circuncisão, em verdade, é proveitosa se guardares a lei.
Mas, se fores transgressor da lei, serás, com tua circuncisão, um mero
incircunciso.
26. Se, portanto, o incircunciso observa os preceitos da lei, não
será ele considerado como circunciso, apesar de sua incircuncisão?
27. Ainda mais, o incircunciso de nascimento, cumprindo a lei, te
julgará que, com a letra e com a circuncisão, és transgressor da lei.
28. Não é verdadeiro judeu o que o é exteriormente, nem
verdadeira circuncisão a que aparece exteriormente na carne.
29. Mas é judeu o que o é interiormente, e verdadeira circuncisão
é a do coração, segundo o espírito da lei, e não segundo a letra. Tal
judeu recebe o louvor não dos homens, e sim de Deus.
Capítulo 3
1. Em que, então, se avantaja o judeu? Ou qual é a utilidade da
circuncisão?
2. Muita, em todos os aspectos. Principalmente porque lhes foram
confiados os oráculos de Deus.
3. Mas então! Se alguns deles não foram fiéis, acaso a sua
infidelidade destruirá a fidelidade de Deus?
4. De modo algum. Porque Deus há de ser reconhecido como veraz, e
todo homem como mentiroso, segundo está escrito: Assim, serás
reconhecido justo nas tuas palavras e vencerás, quando julgares (Sl
50,6).
5. Portanto, se a nossa injustiça realça a justiça de Deus, que
diremos então? Para falar como os homens: não é injusto Deus quando
descarrega a sua cólera?
6. Certo que não! De outra maneira, como julgaria Deus o mundo?
7. Mas, se a verdade de Deus brilha ainda mais para a sua glória
por minha mentira, por que serei eu ainda julgado pecador?
8. Então, por que não faríamos o mal para que dele venha o bem,
expressão que os caluniadores, falsamente, nos atribuem? É justo que
estes tais sejam condenados.
9. E então? Avantajamo-nos a eles? De maneira alguma. Pois já
demonstramos que judeus e gregos estão todos sob o domínio do pecado,
como está escrito:
10. Não há nenhum justo, não há sequer um.
11. Não há um só que tenha inteligência, um só que busque a Deus.
12. Extraviaram-se todos e todos se perverteram. Não há quem faça
o bem, não há sequer um (Sl 13,lss).
13. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas
enganam; veneno de áspide está debaixo dos seus lábios (Sl 5,10; 139,4).
14. A sua boca está cheia de maldição e amargar (Sl 9,28).
15. Os seus pés são velozes para derramar sangue.
16. Há destruição e ruína nos seus caminhos,
17. e não conhecem o caminho da paz (Is 59,7s).
18. Não há temor a Deus diante dos seus olhos (Sl 35,2).
19. Ora, sabemos que tudo o que diz a lei, di-lo aos que estão
sujeitos à lei, para que toda boca fique fechada e que o mundo inteiro
seja reconhecido culpado diante de Deus:
20. Porquanto pela observância da lei nenhum homem será
justificado diante dele, porque a lei se limita a dar o conhecimento do
pecado.
21. Mas, agora, sem o concurso da lei, manifestou-se a justiça de
Deus, atestada pela lei e pelos profetas.
22. Esta é a a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo, para
todos os fiéis (pois não há distinção;
23. com efeito, todos pecaram e todos estão privados da glória de
Deus),
24. e são justificados gratuitamente por sua graça; tal é a obra
da redenção, realizada em Jesus Cristo.
25. Deus o destinou para ser, pelo seu sangue, vítima de
propiciação mediante a fé. Assim, ele manifesta a sua justiça; porque no
tempo de sua paciência, ele havia deixado sem castigo os pecados
anteriores.
26. Assim, digo eu, ele manifesta a sua justiça no tempo presente,
exercendo a justiça e justificando aquele que tem fé em Jesus.
27. Onde está, portanto, o motivo de se gloriar? Foi eliminado.
Por qual lei? Pela das obras? Não, mas pela lei da fé.
28. Porque julgamos que o homem é justificado pela fé, sem as
observâncias da lei.
29. Ou Deus só o é dos judeus? Não é também Deus dos pagãos? Sim,
ele o é também dos pagãos.
30. Porque não há mais que um só Deus, o qual justificará pela fé
os circuncisos e, também pela fé, os incircuncisos.
31. Destruímos então a lei pela fé? De modo algum. Pelo contrário,
damos-lhe toda a sua força.
Capítulo 4
1. Que vantagem diremos, pois, que conseguiu Abraão, nosso pai
segundo a carne?
2. Porque, se Abraão foi justificado em virtude de sua
observância, tem que se gloriar; mas não diante de Deus.
3. Ora, que diz a Escritura? Abraão creu em Deus e isso lhe foi
imputado em conta de justiça (Gn 15,6).
4. Ora, o salário não é gratificação, mas uma dívida ao
trabalhador.
5. Mas aquele que sem obra alguma crê naquele que justifica o
ímpio, a sua fé lhe é imputada em conta de justiça.
6. É assim que Davi proclama bem-aventurado o homem a quem Deus
atribui justiça, independentemente das obras:
7. Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades foram perdoadas e
cujos pecados foram cobertos!
8. Bem-aventurado o homem ao qual o Senhor não imputou o seu
pecado (Sl 31,1s).
9. Essa bem-aventurança é somente para os circuncisos, ou também
para os incircuncisos? Dizemos, com efeito, que a fé foi imputada a
Abraão em conta de justiça.
10. Quando lhe foi ela imputada? Depois ou antes de sua
circuncisão? Não depois, mas antes de ser circuncidado.
11. Depois é que recebeu o sinal da circuncisão, como selo da
justiça que tinha obtido pela fé antes de ser circuncidado. E assim se
tornou o pai de todos os incircuncisos que crêem, a fim de que também a
estes seja imputada a justiça.
12. Pai também dos circuncisos, que não só trazem o sinal, mas
que acompanham as pegadas da fé que nosso pai Abraão possuía antes de
ser circuncidado.
13. Com efeito, não foi em virtude da lei que a promessa de
herdar o mundo foi feita a Abraão ou à sua posteridade, mas em virtude
da justiça da fé.
14. Porque, se a herança é reservada aos observadores da lei, a
fé já não tem razão de ser e a promessa fica sem valor.
15. Porquanto a lei produz a ira; e onde não existe lei, não há
transgressão.
16. Logo, é pela fé que alguém se torna herdeiro. Portanto,
gratuitamente; e a promessa é assegurada a toda a posteridade de Abraão,
não somente aos que procedem da lei, mas também aos que possuem a fé de
Abraão, que é pai de todos nós.
17. Em verdade, está escrito: Eu te constituí pai de muitas
nações (Gn 17,5); (nosso pai, portanto) diante dos olhos daquele em quem
acreditou, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência as coisas
que estão no nada.
18. Esperando, contra toda a esperança, Abraão teve fé e se
tornou pai de muitas nações, segundo o que lhe fora dito: Assim será a
tua descendência (Gn 15,5).
19. Não vacilou na fé, embora reconhecendo o seu próprio corpo
sem vigor - pois tinha quase cem anos - e o seio de Sara igualmente
amortecido.
20. Ante a promessa de Deus, não vacilou, não desconfiou, mas
conservou-se forte na fé e deu glória a Deus.
21. Estava plenamente convencido de que Deus era poderoso para
cumprir o que prometera.
22. Eis por que sua fé lhe foi contada como justiça.
23. Ora, não é só para ele que está escrito que a fé lhe foi
imputada em conta de justiça.
24. É também para nós, pois a nossa fé deve ser-nos imputada
igualmente, porque cremos naquele que dos mortos ressuscitou Jesus,
nosso Senhor,
25. o qual foi entregue por nossos pecados e ressuscitado para a
nossa justificação.
Capítulo 5
1. Justificados, pois, pela fé temos a paz com Deus, por meio de
nosso Senhor Jesus Cristo.
2. Por ele é que tivemos acesso a essa graça, na qual estamos
firmes, e nos gloriamos na esperança de possuir um dia a glória de Deus.
3. Não só isso, mas nos gloriamos até das tribulações. Pois
sabemos que a tribulação produz a paciência,
4. a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada,
produz a esperança.
5. E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado
em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
6. Com efeito, quando éramos ainda fracos, Cristo a seu tempo
morreu pelos ímpios.
7. Em rigor, a gente aceitaria morrer por um justo, por um homem
de bem, quiçá se consentiria em morrer.
8. Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós:
quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.
9. Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu
sangue, seremos por ele salvos da ira.
10. Se, quando éramos ainda inimigos, fomos reconciliados com
Deus pela morte de seu Filho, com muito mais razão, estando já
reconciliados, seremos salvos por sua vida.
11. Ainda mais: nós nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus
Cristo, por quem desde agora temos recebido a reconciliação!
12. Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e
pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque
todos pecaram...
13. De fato, até a lei o mal estava no mundo. Mas o mal não é
imputado quando não há lei.
14. No entanto, desde Adão até Moisés reinou a morte, mesmo sobre
aqueles que não pecaram à imitação da transgressão de Adão (o qual é
figura do que havia de vir).
15. Mas, com o dom gratuito, não se dá o mesmo que com a falta.
Pois se a falta de um só causou a morte de todos os outros, com muito
mais razão o dom de Deus e o benefício da graça obtida por um só homem,
Jesus Cristo, foram concedidos copiosamente a todos.
16. Nem aconteceu com o dom o mesmo que com as conseqüências do
pecado de um só: a falta de um só teve por conseqüência um veredicto de
condenação, ao passo que, depois de muitas ofensas, o dom da graça atrai
um juízo de justificação.
17. Se pelo pecado de um só homem reinou a morte (por esse único
homem), muito mais aqueles que receberam a abundância da graça e o dom
da justiça reinarão na vida por um só, que é Jesus Cristo!
18. Portanto, como pelo pecado de um só a condenação se estendeu
a todos os homens, assim por um único ato de justiça recebem todos os
homens a justificação que dá a vida.
19. Assim como pela desobediência de um só homem foram todos
constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão
justos.
20. Sobreveio a lei para que abundasse o pecado. Mas onde abundou
o pecado, superabundou a graça.
21. Assim como o pecado reinou para a morte, assim também a graça
reinaria pela justiça para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo,
nosso Senhor.
Capítulo 6
1. Então que diremos? Permaneceremos no pecado, para que haja
abundância da graça?
2. De modo algum. Nós, que já morremos ao pecado, como poderíamos
ainda viver nele?
3. Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo,
fomos batizados na sua morte?
4. Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para
que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós
também vivamos uma vida nova.
5. Se fomos feitos o mesmo ser com ele por uma morte semelhante à
sua, sê-lo-emos igualmente por uma comum ressurreição.
6. Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para
que seja reduzido à impotência o corpo (outrora) subjugado ao pecado, e
já não sejamos escravos do pecado.
7. (Pois quem morreu, libertado está do pecado.)
8. Ora, se morremos com Cristo, cremos que viveremos também com
ele,
9. pois sabemos que Cristo, tendo ressurgido dos mortos, já não
morre, nem a morte terá mais domínio sobre ele.
10. Morto, ele o foi uma vez por todas pelo pecado; porém, está
vivo, continua vivo para Deus!
11. Portanto, vós também considerai-vos mortos ao pecado, porém
vivos para Deus, em Cristo Jesus.
12. Não reine, pois, o pecado em vosso corpo mortal, de modo que
obedeçais aos seus apetites.
13. Nem ofereçais os vossos membros ao pecado, como instrumentos
do mal. Oferecei-vos a Deus, como vivos, salvos da morte, para que os
vossos membros sejam instrumentos do bem ao seu serviço.
14. O pecado já não vos dominará, porque agora não estais mais
sob a lei, e sim sob a graça.
15. Então? Havemos de pecar, pelo fato de não estarmos sob a lei,
mas sob a graça? De modo algum.
16. Não sabeis que, quando vos ofereceis a alguém para lhe
obedecer, sois escravos daquele a quem obedeceis, quer seja do pecado
para a morte, quer da obediência para a justiça?
17. Graças a Deus, porém, que, depois de terdes sido escravos do
pecado, obedecestes de coração à regra da doutrina na qual tendes sido
instruídos.
18. E, libertados do pecado, vos tornastes servos da justiça.
19. Vou-me servir de linguagem corrente entre os homens, por
causa da fraqueza da vossa carne. Pois, como pusestes os vossos membros
a serviço da impureza e do mal para cometer a iniqüidade, assim ponde
agora os vossos membros a serviço da justiça para chegar à santidade.
20. Quando éreis escravos do pecado, éreis livres a respeito da
justiça.
21. Que frutos produzíeis então? Frutos dos quais agora vos
envergonhais. O fim deles é a morte.
22. Mas agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus,
tendes por fruto a santidade; e o termo é a vida eterna.
23. Porque o salário do pecado é a morte, enquanto o dom de Deus
é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Capítulo 7
1. Ignorais, irmãos (falo aos que têm conhecimentos jurídicos),
que a lei só tem domínio sobre o homem durante o tempo que vive?
2. Assim, a mulher casada está sujeita ao marido pela lei
enquanto ele vive; mas, se o marido morrer, fica desobrigada da lei que
a ligava ao marido.
3. Por isso, enquanto viver o marido, se se tornar mulher de
outro homem, será chamada adúltera. Porém, morrendo o marido, fica
desligada da lei, de maneira que, sem se tornar adúltera, poderá casar-se
com outro homem.
4. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei, pelo
sacrifício do corpo de Cristo, para pertencerdes a outrem, àquele que
ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos frutos para Deus.
5. De fato, quando estávamos na carne, as paixões pecaminosas
despertadas pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarmos
para a morte.
6. Agora, mortos para essa lei que nos mantinha sujeitos, dela
nos temos libertado, e nosso serviço realiza-se conforme a renovação do
Espírito e não mais sob a autoridade envelhecida da letra.
7. Que diremos, então? Que a lei é pecado? De modo algum. Mas eu
não conheci o pecado senão pela lei. Porque não teria idéia da
concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás (Ex 20,17).
8. Foi o pecado, portanto, que, aproveitando-se da ocasião que
lhe foi dada pelo preceito, excitou em mim todas as concupiscências;
porque, sem a lei, o pecado estava morto.
9. Quando eu estava sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o
preceito, o pecado recobrou vida,
10. e eu morri. Assim o mandamento, que me devia dar a vida,
conduziu-me à morte.
11. Porque o pecado, aproveitando da ocasião do mandamento,
seduziu-me, e por ele me levou à morte.
12. Por conseguinte, a lei é santa e o mandamento é santo, e
justo, e bom...
13. Então o que é bom tornou-se causa de morte para mim? De certo
que não. Foi o pecado que, para se mostrar realmente pecado, acarretou
para mim a morte por meio do que é bom, a fim de que, pelo mandamento, o
pecado se fizesse excessivamente pecaminoso.
14. Sabemos, de fato, que a lei é espiritual, mas eu sou carnal,
vendido ao pecado.
15. Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que
quero; faço o que aborreço.
16. E, se faço o que não quero, reconheço que a lei é boa.
17. Mas, então, não sou eu que o faço, mas o pecado que em mim
habita.
18. Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem,
porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo.
19. Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero.
20. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas sim
o pecado que em mim habita.
21. Encontro, pois, em mim esta lei: quando quero fazer o bem, o
que se me depara é o mal.
22. Deleito-me na lei de Deus, no íntimo do meu ser.
23. Sinto, porém, nos meus membros outra lei, que luta contra a
lei do meu espírito e me prende à lei do pecado, que está nos meus
membros.
24. Homem infeliz que sou! Quem me livrará deste corpo que me
acarreta a morte?...
25. Graças sejam dadas a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!
26. Assim, pois, de um lado, pelo meu espírito, sou submisso à
lei de Deus; de outro lado, por minha carne, sou escravo da lei do
pecado.
Capítulo 8
1. De agora em diante, pois, já não há nenhuma condenação para
aqueles que estão em Jesus Cristo.
2. A lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus Cristo, da lei
do pecado e da morte.
3. O que era impossível à lei, visto que a carne a tornava
impotente, Deus o fez. Enviando, por causa do pecado, o seu próprio
Filho numa carne semelhante à do pecado, condenou o pecado na carne,
4. a fim de que a justiça, prescrita pela lei, fosse realizada em
nós, que vivemos não segundo a carne, mas segundo o espírito.
5. Os que vivem segundo a carne gostam do que é carnal; os que
vivem segundo o espírito apreciam as coisas que são do espírito.
6. Ora, a aspiração da carne é a morte, enquanto a aspiração do
espírito é a vida e a paz.
7. Porque o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se
submete à lei de Deus, e nem o pode.
8. Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus.
9. Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito,
se realmente o espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o
Espírito de Cristo, este não é dele.
10. Ora, se Cristo está em vós, o corpo, em verdade, está morto
pelo pecado, mas o Espírito vive pela justificação.
11. Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita
em vós, ele, que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, também dará a vida
aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós.
12. Portanto, irmãos, não somos devedores da carne, para que
vivamos segundo a carne.
13. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas,
se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis,
14. pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são
filhos de Deus.
15. Porquanto não recebestes um espírito de escravidão para
viverdes ainda no temor, mas recebestes o espírito de adoção pelo qual
clamamos: Aba! Pai!
16. O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos
filhos de Deus.
17. E, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros
de Cristo, contanto que soframos com ele, para que também com ele
sejamos glorificados.
18. Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm
proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.
19. Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos
filhos de Deus.
20. Pois a criação foi sujeita à vaidade (não voluntariamente,
mas por vontade daquele que a sujeitou),
21. todavia com a esperança de ser também ela libertada do
cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos filhos
de Deus.
22. Pois sabemos que toda a criação geme e sofre como que dores
de parto até o presente dia.
23. Não só ela, mas também nós, que temos as primícias do
Espírito, gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a redenção do
nosso corpo.
24. Porque pela esperança é que fomos salvos. Ora, ver o objeto
da esperança já não é esperança; porque o que alguém vê, como é que
ainda o espera?
25. Nós que esperamos o que não vemos, é em paciência que o
aguardamos.
26. Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque
não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito
mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis.
27. E aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o
Espírito, o qual intercede pelos santos, segundo Deus.
28. Aliás, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus
desígnios.
29. Os que ele distinguiu de antemão, também os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que este seja o
primogênito entre uma multidão de irmãos.
30. E aos que predestinou, também os chamou; e aos que chamou,
também os justificou; e aos que justificou, também os glorificou.
31. Que diremos depois disso? Se Deus é por nós, quem será contra
nós?
32. Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas que por todos
nós o entregou, como não nos dará também com ele todas as coisas?
33. Quem poderia acusar os escolhidos de Deus? É Deus quem os
justifica.
34. Quem os condenará? Cristo Jesus, que morreu, ou melhor, que
ressuscitou, que está à mão direita de Deus, é quem intercede por nós!
35. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia?
A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?
36. Realmente, está escrito: Por amor de ti somos entregues à
morte o dia inteiro; somos tratados como gado destinado ao matadouro (Sl
43,23).
37. Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela
virtude daquele que nos amou.
38. Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os
anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as
potestades,
39. nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura
nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus,
nosso Senhor.
Capítulo 9
1. Digo a verdade em Jesus Cristo, não minto; a minha consciência
me dá testemunho pelo Espírito Santo:
2. sinto grande pesar, incessante amargura no coração.
3. Porque eu mesmo desejaria ser reprovado, separado de Cristo,
por amor de meus irmãos, que são do mesmo sangue que eu, segundo a
carne.
4. Eles são os israelitas; a eles foram dadas a adoção, a glória,
as alianças, a lei, o culto, as promessas
5. e os patriarcas; deles descende Cristo, segundo a carne, o
qual é, sobre todas as coisas, Deus bendito para sempre. Amém.
6. Não quer dizer, porém, que a palavra de Deus tenha falhado.
Porque nem todos os que descendem de Israel são verdadeiros israelitas,
7. como nem todos os descendentes de Abraão são filhos de Abraão;
mas: É em Isaac que terás uma descendência que trará o teu nome (Gn
21,12).
8. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas
os filhos da promessa é que serão considerados como descendentes.
9. Realmente, a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei,
e Sara terá um filho (Gn 18,10).
10. E não somente ela, senão também Rebeca, que concebeu (dois
filhos) de um só homem, Isaac, nosso patriarca.
11. Antes mesmo que fossem nascidos, e antes que tivessem feito
bem ou mal algum (para que fosse confirmada a liberdade da escolha de
Deus,
12. que depende não das obras, mas daquele que chama), foi dito a
Rebeca: O mais velho servirá o mais moço (Gn 25,23).
13. Como está escrito: Amei Jacó, porém aborreci Esaú (Ml 1,3).
14. Que diremos, pois? Haverá injustiça em Deus? De modo algum!
15. Porque ele disse a Moisés: Farei misericórdia a quem eu fizer
misericórdia; terei compaixão de quem eu tiver compaixão (Ex 33,19).
16. Dessa forma, a escolha não depende daquele que quer, nem
daquele que corre, mas da misericórdia de Deus.
17. Por isso, diz a Escritura ao faraó: Eis o motivo por que te
suscitei, para mostrar em ti o meu poder e para que se anuncie o meu
nome por toda a terra (Ex 9,16).
18. Portanto, ele tem misericórdia de quem quer, e endurece a
quem quer.
19. Dir-me-ás talvez: Por que ele ainda se queixa? Quem pode
resistir à sua vontade?
20. Mas quem és tu, ó homem, para contestar a Deus? Porventura o
vaso de barro diz ao oleiro: Por que me fizeste assim?
21. Ou não tem o oleiro poder sobre o barro para fazer da mesma
massa um vaso de uso nobre e outro de uso vulgar?
22. (Onde, então, está a injustiça) em ter Deus, para mostrar a
sua ira e manifestar o seu poder, suportado com muita paciência os
objetos de ira preparados para a perdição,
23. mostrando as riquezas da sua glória para com os objetos de
misericórdia, que de antemão preparou para a glória?
24. (Esses somos nós, que ele chamou não só dentre os judeus, mas
também dentre os pagãos.) É o que ele diz em Oséias:
25. Chamarei meu povo ao que não era meu povo, e amada a que não
era amada.
26. E no lugar mesmo em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo,
ali serão chamados filhos de Deus vivo (Os 2,1).
27. A respeito de Israel, exclama Isaías: Ainda que o número de
filhos de Israel fosse como a areia do mar, só um resto será salvo;
28. porque o Senhor realizará plenamente e prontamente a sua
palavra sobre a terra (10,22s).
29. E ainda como predisse Isaías: Se o Senhor dos exércitos não
nos tivesse deixado um rebento, ficaríamos como Sodoma, seríamos como
Gomorra (Is 1,9).
30. Então que diremos? Que os gentios, que não buscavam a justiça,
alcançaram a justificação, a que vem da fé,
31. ao passo que Israel, que procurava uma lei que desse a
justificação, não a encontrou.
32. Por quê? Porque Israel a buscava como fruto não da fé, e sim
das obras. E tropeçou na pedra do escândalo,
33. como está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de
escândalo, um rochedo que faz cair; quem nele crer não será confundido
(Is 8,14; 28,16).
Capítulo 10
1. Irmãos, o desejo do meu coração e a súplica que dirijo a Deus
por eles são para que se salvem.
2. Pois lhes dou testemunho de que têm zelo por Deus, mas um zelo
sem discernimento.
3. Desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua
própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
4. Porque Cristo é o fim da lei, para justificar todo aquele que
crê.
5. Ora, Moisés escreve da justiça que vem da lei: O homem que a
praticar viverá por ela (Lv 18,5).
6. Mas a justiça que vem da fé diz assim: Não digas em teu
coração: Quem subirá ao céu? Isto é, para trazer do alto o Cristo;
7. ou: Quem descerá ao abismo? Isto é, para fazer voltar Cristo
dentre os mortos.
8. Que diz ela, afinal? A palavra está perto de ti, na tua boca e
no teu coração (Dt 30,14). Essa é a palavra da fé, que pregamos.
9. Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e
se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás
salvo.
10. É crendo de coração que se obtém a justiça, e é professando
com palavras que se chega à salvação.
11. A Escritura diz: Todo o que nele crer não será confundido (Is
28,16).
12. Pois não há distinção entre judeu e grego, porque todos têm
um mesmo Senhor, rico para com todos os que o invocam,
13. porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Jl
3,5).
14. Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como
crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não
houver quem pregue?
15. E como pregarão, se não forem enviados, como está escrito:
Quão formosos são os pés daqueles que anunciam as boas novas (Is 52,7)?
16. Mas não são todos que prestaram ouvido à boa nova. É o que
exclama Isaías: Senhor, quem acreditou na nossa pregação (Is 53,1)?
17. Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão
da palavra de Cristo.
18. Pergunto, agora: Acaso não ouviram? Claro que sim! Por toda a
terra correu a sua voz, e até os confins do mundo foram as suas palavras
(Sl 18,5).
19. E pergunto ainda: Acaso Israel não o compreendeu? Já Moisés
lhes havia dito: Eu vos despertarei ciúmes com um povo que não merece
este nome; provocar-vos-ei a ira contra uma nação insensata (Dt 32,21).
20. E Isaías se abalança a dizer: Fui achado pelos que não me
buscavam; manifestei-me aos que não perguntavam por mim (Is 65,1).
21. Ao passo que a respeito de Israel ele diz: Todo o dia estendi
as minhas mãos a um povo desobediente e teimoso (Is 65,2).
Capítulo 11
1. Pergunto, então: Acaso rejeitou Deus o seu povo? De maneira
alguma. Pois eu mesmo sou israelita, descendente de Abraão, da tribo de
Benjamim.
2. Deus não repeliu o seu povo, que ele de antemão distinguiu!
Desconheceis o que narra a Escritura, no episódio de Elias, quando este
se queixava de Israel a Deus:
3. Senhor, mataram vossos profetas, destruíram vossos altares.
Fiquei apenas eu, e ainda procuram tirar-me a vida (I Rs 19,10)?
4. Que lhe respondeu a voz divina? Reservei para mim sete mil
homens, que não dobraram o joelho diante de Baal (I Rs 19,18).
5. É o que continua a acontecer no tempo presente: subsiste um
resto, segundo a eleição da graça.
6. E se é pela graça, já não o é pelas obras; de outra maneira, a
graça cessaria de ser graça.
7. Conseqüência? Que Israel não conseguiu o que procura. Os
escolhidos, estes sim, o conseguiram. Quanto aos mais, foram obcecados,
8. como está escrito: Deus lhes deu um espírito de torpor, olhos
para que não vejam e ouvidos para que não ouçam, até o dia presente (Dt
29,3).
9. Davi também o diz: A mesa se lhes torne em laço, em armadilha,
em ocasião de tropeço, em justo castigo!
10. A vista se lhes obscureça para não verem! Dobra-lhes o
espinhaço sem cessar (Sl 68,23s)!
11. Pergunto ainda: Tropeçaram acaso para cair? De modo algum.
Mas sua queda, tornando a salvação acessível aos pagãos, incitou-os à
emulação.
12. Ora, se o seu pecado ocasionou a riqueza do mundo, e a sua
decadência a riqueza dos pagãos, que não fará a sua conversão em massa?!
13. Declaro-o a vós, homens de origem pagã: como apóstolo dos
pagãos, eu procuro honrar o meu ministério,
14. com o intuito de, eventualmente, excitar à emulação os homens
da minha raça e salvar alguns deles.
15. Porque, se de sua rejeição resultou a reconciliação do mundo,
qual será o efeito de sua reintegração, senão uma ressurreição dentre os
mortos?
16. Se as primícias são santas, também a massa o é; e se a raiz é
santa, os ramos também o são.
17. Se alguns dos ramos foram cortados, e se tu, oliveira
selvagem, foste enxertada em seu lugar e agora recebes seiva da raiz da
oliveira,
18. não te envaideças nem menosprezes os ramos. Pois, se te
gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti.
19. Dirás, talvez: Os ramos foram cortados para que eu fosse
enxertada.
20. Sem dúvida! É pela incredulidade que foram cortados, ao passo
que tu é pela fé que estás firme. Não te ensoberbeças, antes teme.
21. Se Deus não poupou os ramos naturais, bem poderá não poupar a
ti.
22. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: severidade
para com aqueles que caíram, bondade para contigo, suposto que
permaneças fiel a essa bondade; do contrário, também tu serás cortada.
23. E eles, se não persistirem na incredulidade, serão enxertados;
pois Deus é poderoso para enxertá-los de novo.
24. Se tu, cortada da oliveira de natureza selvagem, contra a tua
natureza foste enxertada em boa oliveira, quanto mais eles, que são
naturais, poderão ser enxertados na sua própria oliveira!
25. Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não
vos gabeis de vossa sabedoria: esta cegueira de uma parte de Israel só
durará até que haja entrado a totalidade dos pagãos.
26. Então Israel em peso será salvo, como está escrito: Virá de
Sião o libertador, apartará de Jacó a impiedade.
27. E esta será a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus
pecados (Is 59,20s; 27,9).
28. Se, quanto ao Evangelho, eles são inimigos de Deus, para
proveito vosso, quanto à eleição eles são muito queridos por causa de
seus pais.
29. Pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis.
30. Assim como vós antes fostes desobedientes a Deus, e agora
obtivestes misericórdia com a desobediência deles,
31. assim eles são incrédulos agora, em conseqüência da
misericórdia feita a vós, para que eles também mais tarde alcancem, por
sua vez, a misericórdia.
32. Deus encerrou a todos esses homens na desobediência para usar
com todos de misericórdia.
33. Ó abismo de riqueza, de sabedoria e de ciência em Deus! Quão
impenetráveis são os seus juízos e inexploráveis os seus caminhos!
34. Quem pode compreender o pensamento do Senhor? Quem jamais foi
o seu conselheiro?
35. Quem lhe deu primeiro, para que lhe seja retribuído?
36. Dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele a glória
por toda a eternidade! Amém.
Capítulo 12
1. Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a
oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é
este o vosso culto espiritual.
2. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela
renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade
de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito.
3. Em virtude da graça que me foi dada, recomendo a todos e a
cada um: não façam de si próprios uma opinião maior do que convém, mas
um conceito razoavelmente modesto, de acordo com o grau de fé que Deus
lhes distribuiu.
4. Pois, como em um só corpo temos muitos membros e cada um dos
nossos membros tem diferente função,
5. assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só corpo em
Cristo, e cada um de nós é membro um do outro.
6. Temos dons diferentes, conforme a graça que nos foi conferida.
Aquele que tem o dom da profecia, exerça-o conforme a fé.
7. Aquele que é chamado ao ministério, dedique-se ao ministério.
Se tem o dom de ensinar, que ensine;
8. o dom de exortar, que exorte; aquele que distribui as esmolas,
faça-o com simplicidade; aquele que preside, presida com zelo; aquele
que exerce a misericórdia, que o faça com afabilidade.
9. Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal,
apegai-vos solidamente ao bem.
10. Amai-vos mutuamente com afeição terna e fraternal.
Adiantai-vos em honrar uns aos outros.
11. Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de espírito. Servi
ao Senhor.
12. Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e
perseverantes na oração.
13. Socorrei às necessidades dos fiéis. Esmerai-vos na prática da
hospitalidade.
14. Abençoai os que vos perseguem; abençoai-os, e não os
praguejeis.
15. Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram.
16. Vivei em boa harmonia uns com os outros. Não vos deixeis
levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisa modestas. Não
sejais sábios aos vossos próprios olhos.
17. Não pagueis a ninguém o mal com o mal. Aplicai-vos a fazer o
bem diante de todos os homens.
18. Se for possível, quanto depender de vós, vivei em paz com
todos os homens.
19. Não vos vingueis uns aos outros, caríssimos, mas deixai agir
a ira de Deus, porque está escrito: A mim a vingança; a mim exercer a
justiça, diz o Senhor (Dt 32,35).
20. Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede,
dá-lhe de beber. Procedendo assim, amontoarás carvões em brasa sobre a
sua cabeça (Pr 25,21s).
21. Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem.
Capítulo 13
1. Cada qual seja submisso às autoridades constituídas, porque
não há autoridade que não venha de Deus; as que existem foram
instituídas por Deus.
2. Assim, aquele que resiste à autoridade, opõe-se à ordem
estabelecida por Deus; e os que a ela se opõem, atraem sobre si a
condenação.
3. Em verdade, as autoridades inspiram temor, não porém a quem
pratica o bem, e sim a quem faz o mal! Queres não ter o que temer a
autoridade? Faze o bem e terás o seu louvor.
4. Porque ela é instrumento de Deus para teu bem. Mas, se fizeres
o mal, teme, porque não é sem razão que leva a espada: é ministro de
Deus, para fazer justiça e para exercer a ira contra aquele que pratica
o mal.
5. Portanto, é necessário submeter-se, não somente por temor do
castigo, mas também por dever de consciência.
6. É também por essa razão que pagais os impostos, pois os
magistrados são ministros de Deus, quando exercem pontualmente esse
ofício.
7. Pagai a cada um o que lhe compete: o imposto, a quem deveis o
imposto; o tributo, a quem deveis o tributo; o temor e o respeito, a
quem deveis o temor e o respeito.
8. A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor
recíproco; porque aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a lei.
9. Pois os preceitos: Não cometerás adultério, não matarás, não
furtarás, não cobiçarás, e ainda outros mandamentos que existam, eles se
resumem nestas palavras: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
10. A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a
caridade é o pleno cumprimento da lei.
11. Isso é tanto mais importante porque sabeis em que tempo
vivemos. Já é hora de despertardes do sono. A salvação está mais perto
do que quando abraçamos a fé.
12. A noite vai adiantada, e o dia vem chegando. Despojemo-nos
das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz.
13. Comportemo-nos honestamente, como em pleno dia: nada de
orgias, nada de bebedeira; nada de desonestidades nem dissoluções; nada
de contendas, nada de ciúmes.
14. Ao contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façais
caso da carne nem lhe satisfaçais aos apetites.
Capítulo 14
1. Acolhei aquele que é fraco na fé, com bondade, sem discutir as
suas opiniões.
2. Um crê poder comer de tudo; outro, que é fraco, só come
legumes.
3. Quem come de tudo não despreze aquele que não come. Quem não
come não julgue aquele que come, porque Deus o acolhe do mesmo modo.
4. Quem és tu, para julgares o servo de outros? Que esteja firme,
ou caia, isto é lá com o seu senhor. Mas ele estará firme, porque
poderoso é Deus para o sustentar.
5. Um faz distinção entre dia e dia; outro, porém, considera
iguais todos os dias. Cada um proceda segundo sua convicção.
6. Quem distingue o dia, age assim pelo Senhor. Quem come de tudo,
o faz pelo Senhor, porque dá graças a Deus. E quem não come, abstém-se
pelo Senhor, e igualmente dá graças a Deus.
7. Nenhum de nós vive para si, e ninguém morre para si.
8. Se vivemos, vivemos para o Senhor; se morremos, morremos para
o Senhor. Quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor.
9. Para isso é que morreu Cristo e retomou a vida, para ser o
Senhor tanto dos mortos como dos vivos.
10. Por que julgas, então, o teu irmão? Ou por que desprezas o
teu irmão? Todos temos que comparecer perante o tribunal de Deus.
11. Porque está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de
mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará glória a Deus (Is 45,23).
12. Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.
13. Deixemos, pois, de nos julgar uns aos outros; antes, cuidai
em não pôr um tropeço diante do vosso irmão ou dar-lhe ocasião de queda.
14. Sei, estou convencido no Senhor Jesus de que nenhuma coisa é
impura em si mesma; somente o é para quem a considera impura.
15. Ora, se por uma questão de comida entristeces o teu irmão, já
não vives segundo a caridade. Pela comida não causes a perdição daquele
por quem Cristo morreu!
16. Não venha a tornar-se objeto de calúnia a tua vantagem.
17. O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e
gozo no Espírito Santo.
18. Quem deste modo serve a Cristo, agrada a Deus e goza de
estima dos homens.
19. Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para a paz e para a
mútua edificação.
20. Não destruas a obra de Deus por questão de comida. Todas as
coisas, em verdade, são puras, mas o que é mau para um homem é o fato de
comer provocando um escândalo.
21. Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem outra coisa que
para teu irmão possa ser uma ocasião de queda.
22. Tens uma convicção; guarda-a para ti mesmo, diante de Deus.
Feliz é aquele que não se condena a si mesmo no ato a que se decide.
23. Mas, aquele que come apesar de suas dúvidas, condena-se, por
não se guiar pela convicção. Tudo o que não procede da convicção é
pecado.
Capítulo 15
1. Nós, que somos os fortes, devemos suportar as fraquezas dos
que são fracos, e não agir a nosso modo.
2. Cada um de vós procure contentar o próximo, para seu bem e sua
edificação.
3. Cristo não se agradou a si mesmo; pelo contrário, como está
escrito: Os insultos dos que vos ultrajam caíram sobre mim (Sl 68,10).
4. Ora, tudo quanto outrora foi escrito, foi escrito para a nossa
instrução, a fim de que, pela perseverança e pela consolação que dão as
Escrituras, tenhamos esperança.
5. O Deus da perseverança e da consolação vos conceda o mesmo
sentimento uns para com os outros, segundo Jesus Cristo,
6. para que, com um só coração e uma só voz, glorifiqueis a Deus,
Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
7. Por isso, acolhei-vos uns aos outros, como Cristo nos acolheu
para a glória de Deus.
8. Pois asseguro que Cristo exerceu seu ministério entre os
incircuncisos para manifestar a veracidade de Deus pela realização das
promessas feitas aos patriarcas.
9. Quanto aos pagãos, eles só glorificam a Deus em razão de sua
misericórdia, como está escrito: Por isso, eu vos louvarei entre as
nações e cantarei louvores ao vosso nome (II Sm 22,50; Sl 17,50).
10. Noutro lugar diz: Alegrai-vos, nações, com o seu povo (Dt
32,43).
11. E ainda diz: Louvai ao Senhor, nações todas, e glorificai-o,
todos os povos (Sl 116,1)!
12. Isaías também diz: Da raiz de Jessé surgirá um rebento que
governará as nações; nele esperarão as nações (Is 11,10).
13. O Deus da esperança vos encha de toda a alegria e de toda a
paz na vossa fé, para que pela virtude do Espírito Santo transbordeis de
esperança!
14. Estou pessoalmente convencido, meus irmãos, de que estais
cheios de bondade, cheios de um perfeito conhecimento, capazes de vos
admoestar uns aos outros.
15. Se, em parte, vos escrevi com particular liberdade, foi para
relembrar-vos. E o fiz em virtude da graça que me foi dada por Deus,
16. de ser o ministro de Jesus Cristo entre os pagãos, exercendo
a função sagrada do Evangelho de Deus. E isso para que os pagãos,
santificados pelo Espírito Santo, lhe sejam uma oferta agradável.
17. Tenho motivo de gloriar-me em Jesus Cristo, no que diz
respeito ao serviço de Deus.
18. Porque não ousaria mencionar ação alguma que Cristo não
houvesse realizado por meu ministério, para levar os pagãos a aceitar o
Evangelho, pela palavra e pela ação,
19. pelo poder dos milagres e prodígios, pela virtude do Espírito.
De maneira que tenho divulgado o Evangelho de Cristo desde Jerusalém e
suas terras vizinhas até a Ilíria.
20. E me empenhei por anunciar o Evangelho onde ainda não havia
sido anunciado o nome de Cristo, pois não queria edificar sobre
fundamento lançado por outro.
21. Fiz bem assim como está escrito: Vê-lo-ão aqueles aos quais
ainda não tinha sido anunciado; conhecê-lo-ão aqueles que dele ainda não
tinham ouvido falar (Is 52,15).
22. Foi isso o que muitas vezes me impediu de ir ter convosco.
23. Mas, agora, já não tenho com que me ocupar nestas terras; e
como há muitos anos tenho saudades de vós,
24. espero ver-vos de passagem, quando eu for à Espanha. Espero
também ser por vós conduzido até lá, depois que tiver satisfeito, ao
menos em parte, o meu desejo de estar convosco.
25. Mas no momento vou a Jerusalém para ajuda dos irmãos.
26. A Macedônia e a Acaia houveram por bem fazer uma coleta para
os irmãos de Jerusalém que se acham em pobreza.
27. Houveram-no por bem; aliás, o devem a eles, pois se os pagãos
têm parte nos bens espirituais dos judeus, devem por sua vez assisti-los
com os bens materiais.
28. Logo que eu tiver desempenhado essa incumbência, e lhes tiver
feito entrega fiel dessa coleta, irei à Espanha, passando por vós.
29. E sei que, quando for ter convosco, irei com todas as
riquezas das bênçãos de Cristo.
30. Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo e em
nome da caridade que é dada pelo Espírito, combatei comigo, dirigindo
vossas orações a Deus por mim
31. para que eu escape dos infiéis que estão na Judéia, e para
que o auxílio que levo a Jerusalém seja bem acolhido pelos irmãos.
32. Então poderei ir ver-vos com alegria e, se for a vontade de
Deus, encontrar no vosso meio algum repouso.
33. E o Deus da paz esteja com todos vós. Amém.
Capítulo 16
1. Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que é diaconisa da igreja de
Cêncris,
2. para que a recebais no Senhor, dum modo digno dos santos, e a
ajudeis em qualquer coisa que de vós venha a precisar; porque ela tem
ajudado a muitos e também a mim.
3. Saudai Prisca e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus;
4. pela minha vida eles expuseram as suas cabeças. E isso lhes
agradeço, não só eu, mas também todas as igrejas dos gentios.
5. Saudai também a comunidade que se reúne em sua casa. Saudai o
meu querido Epêneto, que foi as primícias da Ásia para Cristo.
6. Saudai Maria, que muito trabalhou por vós.
7. Saudai Andrônico e Júnias, meus parentes e companheiros de
prisão, os quais são muito estimados entre os apóstolos e se tornaram
discípulos de Cristo antes de mim.
8. Saudai Ampliato, amicíssimo meu no Senhor.
9. Saudai Urbano, nosso colaborador em Cristo Jesus, e o meu
amigo Estáquis.
10. Saudai Apeles, provado em Cristo. Saudai aqueles que são da
casa de Aristóbulo.
11. Saudai Herodião, meu parente. Saudai os que são da família de
Narciso, que estão no Senhor.
12. Saudai Trifena e Trifosa, que trabalham para o Senhor. Saudai
a estimada Pérside, que muito trabalhou para o Senhor.
13. Saudai Rufo, escolhido no Senhor, e sua mãe, que considero
como minha.
14. Saudai Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas e os
irmãos que estão com eles.
15. Saudai Filólogo e Júlia, Nereu e sua irmã, Olímpio e todos os
irmãos que estão com eles.
16. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. Todas as igrejas
de Cristo vos saúdam.
17. Rogo-vos, irmãos, que desconfieis daqueles que causam
divisões e escândalos, apartando-se da doutrina que recebestes.
Evitai-os!
18. Esses tais não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao próprio
ventre. E com palavras adocicadas e linguagem lisonjeira enganam os
corações simples.
19. A vossa obediência se tornou notória em toda parte, razão por
que eu me alegro a vosso respeito. Mas quero que sejais prudentes no
tocante ao bem, e simples no tocante ao mal.
20. O Deus da paz em breve não tardará a esmagar Satanás debaixo
dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja convosco!
21. Saúdam-vos Timóteo, meu cooperador, Lúcio, Jasão e Sosípatro,
meus parentes.
22. Eu, Tércio, que escrevi esta carta, vos saúdo no Senhor.
23. Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro, e de toda a Igreja.
24. Saúda-vos Erasto, tesoureiro da cidade, e Quarto, nosso irmão.
25. Àquele que é poderoso para vos confirmar, segundo o meu
Evangelho, na pregação de Jesus Cristo - conforme a revelação do
mistério, guardado em segredo durante séculos,
26. mas agora manifestado por ordem do eterno Deus e, por meio
das Escrituras proféticas, dado a conhecer a todas as nações, a fim de
levá-las à obediência da fé - ,
27. a Deus, único, sábio, por Jesus Cristo, glória por toda a
eternidade! Amém.
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